MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA E USO DO TERRITÓRIO: A DIALÉTICA ENTRE O NOVO E O VELHO, O INTERNO E O EXTERNO, O MERCADO E O ESTADO EM ÁREAS DE CERRADO
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2013.74934Palavras-chave:
Fronteira agrícola moderna, Cerrado, Agricultura científica globalizada, Regiões competitivas agrícolas, Cidades do agronegócioResumo
O artigo analisa a expansão e a consolidação da fronteira agrícola moderna em áreas de Cerrado. Na segunda metade do século XX, a agricultura brasileira passou por dois períodos de modernização: o primeiro, na década de 1970, caracterizado pela internalização do paradigma da Revolução Verde, pela formação dos complexos agroindustriais e pela forte regulação estatal; e o segundo, na década de 1990, com a emergência da agricultura científica globalizada, caracterizada pelo uso das novas tecnologias da informação e pelo maior poder de regulação das grandes empresas. Os novos paradigmas produtivos agrícolas não só alteraram as relações entre o campo e a cidade, mas, sobretudo, entre os lugares e regiões da produção agrícola moderna e o mundo, submetendo os primeiros a uma lógica única, que não podem prever e nem mesmo controlar.
Downloads
Referências
ARAÚJO, T. B. Dinâmica regional brasileira nos anos noventa: rumo à desintegração competitiva. In: CASTRO, I. E. et al.(Orgs.). Redescobrindo o Brasil: 500 anos depois. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000. p. 73-89.
AB’SÁBER, A. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê, 2003.
BERNARDES, J. A. O novo tempo do capital no cerrado: a criação de novos territórios produtivos. In: BERNARDES, J. A.; ARACRI, L. A. S. (Orgs.). Espaço e circuitos produtivos: a cadeia carne/grãos no cerrado mato-grossense. Rio de Janeiro: Arquimedes, 2010, p. 15-27.
BERNARDES, J. Fronteiras da agricultura moderna no cerrado Norte/Nordeste: descontinuidades e permanências”. In: BERNARDES, J. A.; BRANDÃO FILHO, J. B. (Orgs.). Geografias da soja II: a territorialidade do capital. Rio de Janeiro: Arquimedes/CNPq, 2009. p. 13-40.
CASTILLO, R. Agricultura globalizada e logística nos cerrados brasileiros. In: SILVEIRA, Márcio Rogério (Org.). Circulação, transportes e território: diferentes perspectivas. São Paulo: Expressão Popular, 2011. p. 331-354.
CASTILLO, R. Sustentabilidade, globalização e desenvolvimento. In: OLIVEIRA, M. P. et al. (Orgs.). O Brasil, a América Latina e o mundo: espacialidades contemporâneas. Rio de Janeiro: Anpege/Clacso/Faperj/Lamparina, 2008. p. 401- 410.
CASTILLO, R. Exportar alimentos é a saída para o Brasil? O caso do complexo soja. In: ALBUQUERQUE, E. S. (Org.). Que país é esse? Pensando o Brasil contemporâneo. São Paulo: Globo, 2005. p. 283-306.
CASTILLO, R; FREDERICO, S. Dinâmica regional e globalização: espaços competitivos agrícolas no território brasileiro. Mercator, ano 9, n. 18, 2010a, p. 17-26.
CASTILLO, R. Espaço geográfico, produção e movimento: uma reflexão sobre o conceito de circuito espacial produtivo. Sociedade & Natureza (UFU. Online), v. 22, 2010b, p. 461-474. Disponível em:<http://www.seer.ufu.br/index.php/sociedadenatureza/article/view/11336>. Acesso em: 20 out. 2013.
CATAIA, M. A. Geração de cidades e efeito modernizante da atividade agrícola no Centro-Oeste brasileiro. In: X Encontro de Geógrafos da América Latina, 2005, São Paulo, SP. Por uma geografia latinoamericana. Do labirinto da solidão ao espaço da solidariedade, 2005, p. 3297–3314.
CONTEL, F. B. Os sistemas de movimento do território brasileiro. In: SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. (Orgs.). Brasil: território e sociedade na aurora do século XXI. São Paulo: Record, 2001. p. 357-374.
DELGADO, G. C. Capital financeiro e agricultura no Brasil: 1965-1985. São Paulo: Icone, 1985.
DINIZ, Bernardo P. Campolina. O grande Cerrado do Brasil Central: geopolítica e economia. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2006.
ELIAS, Denise S. Agricultura e produção de espaços urbanos não metropolitanos: notas teórico-metodológicas. In: SPOSITO, M. E. B. (Org.). Cidades médias: espaços em transição. São Paulo: Expressão Popular, 2007. p. 113-137. (Coleção Geografia em Movimento.)
FIORI, J. L. 60 lições dos 90: uma década de neoliberalismo. São Paulo: Record, 2001.
FREDERICO, S. O novo tempo do cerrado: expansão dos fronts agrícolas e controle do sistema de armazenamento de grãos. São Paulo: Annablume, 2010.
GORZ, A. Misérias do presente, riquezas do possível. São Paulo: Annablume, 2004.
HARVEY, D. A Brief History of Neoliberalism. New York: Oxford University Press, 2007.
HARVEY, D. O novo imperialismo. São Paulo: Loyola, 2004.
HUERTAS, D. M. Da fachada atlântica à imensidão amazônica: fronteira agrícola e integração territorial. São Paulo: Annablume, 2009.
ISNARD, H. O espaço geográfico. Coimbra, Portugal: Livraria Almeida, 1982.
KAGEYAMA, A. et al. O novo padrão agrícola brasileiro: do complexo rural aos complexos agroindustriais. In: DELGADO, G.; GASQUES, J. G.; VILLA VERDE, C. (Coords.). Agricultura e políticas públicas. Brasília: Ipea, 1990.
PORTO-GONÇALVES, C. W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Record, 2006.
PRADO JR., C. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1967.
MAZZALI, L. O processo recente de reorganização agroindustrial: do complexo à organização “em rede”. São Paulo: Editora UNESP, 2000.
MORAES, A. C. R. Bases da formação territorial do Brasil: o território colonial brasileiro no “longo” século XVI. São Paulo: Hucitec, 2000.
MORGAN, D. Les geants du grain. Fayard: Paris, 1980.
MÜLLER, G. Complexo agroindustrial e modernização agrária. São Paulo: Hucitec, 1989.
RAFFESTIN, C. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.
REINERT, E. S. La globalización de la pobreza: cómo se enriquecieron los países ricos... y por qué los países pobres siguen siendo pobres. Barcelona: Crítica, 2007.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000.
SANTOS, M. Guerra dos lugares. Folha de S.Paulo, Caderno Mais, 8 ago. 1999.
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.
SANTOS, M. A urbanização brasileira. São Paulo: Hucitec, 1993.
SANTOS, M. Circuitos espaciais da produção: um comentário. In: SOUZA, M. A. A.; SANTOS, M. (Orgs.). A construção do espaço. São Paulo: Nobel, 1986, p. 121-132.
SANTOS, M. Espaço e método. São Paulo: Nobel, 1985. 88 p.
SANTOS, M. Sociedade e espaço: a formação social como categoria e como método. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, n. 54, 1977, p. 81-100.
SANTOS, M; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001.
SILVA, J. G. A modernização dolorosa: estrutura agrária, fronteira agrícola e trabalhadores rurais no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
SILVA, J. G. O que é questão agrária. São Paulo: Brasiliense. 1980. (Coleção Primeiros Passos.)
SILVEIRA, M. L. Por um conteúdo da reflexão epistemológica da geografia. In: SOUZA, A. J.; SOUZA, E. B. C.; MAGNONI JÚNIOR, L. (Orgs.). Paisagem território região: em busca da identidade. Cascavel/PR: Edunioeste, 2000. Cap. 1, p. 21-28.
SORJ, B. Estado e classes sociais na agricultura brasileira. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.
VENCOVSKY, V. P. Ferrovia e logística do agronegócio globalizado: uma avaliação das políticas públicas e privadas do sistema ferroviário brasileiro. Tese (Doutorado em Geografia) – Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, 2011.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2013 Samuel Frederico
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho com licença de uso da atribuição CC-BY, que permite distribuir, remixar, adaptar e criar com base no seu trabalho desde que se confira o devido crédito autoral, da maneira especificada por CS.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou em sua página pessoal) a qualquer altura antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).