Natureza, razão e sentimento: a paisagem oitocentista brasileira em Viagem pelo Brasil, de Spix e Martius
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2014.106266Keywords:
Literatura de Viagem – Viagens Filosóficas – NaturgefühlAbstract
Este trabalho visa realizar, através da obra Viagem pelo Brasil: 1817-1820, de Spix e Martius, uma análise sobre estes viajantes do século XIX. Ainda imbuídos do espírito iluminista, estes naturalistas buscavam descrever na sua totalidade o que viam. A natureza neste relato é analisada como fonte de riquezas científicas e econômicas, mas se estabelece também uma afinidade afetiva, típica do Naturgefühl. Este fato, juntamente com a influência que Humboldt teve nos jovens naturalistas, ratifica como a dimensão romântica presente no relato evidencia a intenção dos autores em ligar a ciência à poesia. O estilo científico e poético inaugurado por Humboldt nasce do anseio de alcançar a compreensão total da natureza. Para estes viajantes de inspiração romântica a potência e a grandiosidade do mundo natural só conseguiria ser compreendida através da comunhão entre a ciência e a estética.
Downloads
References
AUGUSTIN, G. Literatura de viagem na época de Dom João VI. Belo Horizonte: UFMG, 2009.
BONATO, T. Viagens do olhar: relatos de viajantes e a construção do sertão nordestino (1783-1822). Guarapuava: Editora da Unicentro, 2014.
CARVALHO, R. de. A história natural em Portugal no séc. XVIII. Lisboa: Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, 1987.
CRUZ, L. R. B.; PEREIRA, M. R. M. A história de uma ausência: os colonos cientistas da América portuguesa na historiografia brasileira. In: FRAGOSO, João; FLORENTINO, Manolo (Orgs.). Nas rotas do Império. Vitória: Dufes; Lisboa: Instituto de Investigação Científica Tropical, 2006.
DOMINGUES, A. Para um melhor conhecimento dos domínios coloniais: a constituição de redes de informação no Império português, em finais do setecentos. História, Ciências, Saúde, Manguinhos, v. 8, 2001, pp. 823-38. Suplemento.
GUIMARÃES, M. L. S. História e natureza em von Martius: esquadrinhando o Brasil para construir a nação. História, Ciências, Saúde, Manguinhos, v. 7, n. 2, jul.-out. 2000, pp. 389-410.
HAZARD, P. O pensamento europeu no século XVIII. Lisboa: Presença, 1989.
KOHLHEPP, G. Descobertas científicas da Expedição de Alexander von Humboldt na América Espanhola (1799-1804) sob ponto de vista geográfico. Revista de Biologia e Ciências da Terra, v. 6, n. 1, 2006, pp. 260-78.
KURY, L. Viajantes-naturalistas no Brasil oitocentista: experiência, relato e imagem. História, Ciências, Saúde, Manguinhos, v. 8, 2001, pp. 863-80. Suplemento.
LAFUENTE, A. Las expediciones científicas del setecientos y la nueva relación del científico con el Estado. Revista de Indias, v. XLVII, n. 180, 1987.
LISBOA, K. Brasil dos naturalistas Spix e Martius. Revista Acervo, 22 nov. 2011. Disponível em:<http://www2.an.gov.br/seer/index.php/info/article/view/77>. Acesso em: 15 out. 2012.
MARTIUS, C. F. P.; SPIX, J. B. Viagem pelo Brasil. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1981. 3 v. (1823-31).
OLIVEIRA, M. G. Fazer história, escrever a história: sobre as figurações do historiador no Brasil oitocentista. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 30, n. 59, 2010, pp. 37-52.
PEREIRA, M. R. M. Um jovem naturalista num ninho de cobras: a trajetória de João da Silva Feijó em Cabo Verde em finais do século XVIII. História: Questões & Debates, Curitiba: Editora UFPR, n. 36, 2002, pp. 29-60.
TODOROV, T. As morais da história. Portugal: Europa-América, 1991.
VEIGA, J. E.; EHLERS, E. Diversidade biológica e dinamismo econômico no meio rural. In: MAY, Peter (Org.). Economia do meio ambiente: teoria e prática. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus Elsevier, 2010, pp. 289-308.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2015 Humanidades em diálogo
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.