Conservação e transcrição paleográfica em arquivo histórico catarinense do ano de 1758
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2178-2075.incid.2024.201542Palavras-chave:
Documento histórico, Preservação documental, Conservação-restauração de documentos, PaleografiaResumo
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa sobre preservação de arquivo histórico a partir de técnicas arquivísticas. O problema que moveu o trabalho foi o questionamento sobre quais seriam as possibilidades de tratamento arquivístico em arquivo histórico não produzido pelo Estado, mas adquirido por interesse público. O objetivo geral é relatar como as práticas de conservação e transcrição paleográfica podem ser utilizadas como tratamento arquivístico em arquivos históricos adquiridos pelo poder público. Especificamente, busca-se: (1) caracterizar os “Manuscritos à tinta ferrogálica” da Coletânea Garibaldina como arquivo histórico, da qual foi selecionado um documento para proposição do tratamento arquivístico; (2) propor um tratamento de conservação e estabilização no referido documento; e (3) adotar técnicas de paleografia para a descrição do documento selecionado. Metodologicamente, a pesquisa foi aplicada e qualitativa, com procedimentos técnicos de estudo de caso e análise bibliográfica. Como resultados, apresentam-se: reflexão sobre o contexto histórico da formação da Coletânea Garibaldina; uma proposta de tratamento de conservação para estabilização do suporte com inscrição à base tinta metaloácida; e a transcrição paleográfica do documento. Conclui-se que a aplicação de técnicas de conservação-restauração e paleografia atuam como tratamentos arquivísticos imprescindíveis e iniciais para outras etapas da gestão documental.
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