O significado de casa e rua para meninos com experiência de vida nas ruas: em busca de uma compreensão sobre as implicações para a saúde

Autores

  • Marcelo Medeiros
  • Maria das Graçus Carvalho Ferriani
  • Romeu Gomes
  • Denize Boteleti Munari

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.39690

Palavras-chave:

crianças de rua, pesquisa social, saúde pública.

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo analisar as representações sociais acerca de casa e rua para meninos com experiência de vida na rua. A pesquisa foi desenvolvida à luz da abordagem social de pesquisa qualitativa em saúde utilizando-se, enquanto princípio metodológico, um recorte das representações sociais das falas de um grupo de meninos abrigados em uma instituição pública. Os resultados, analisados com base na análise de conteúdo - modalidade temática, mostraram que as representações sobre casa e rua se constróem com base em elementos contraditórios. A casa, representada pelo abrigo, supre em parte os vínculos familiares e a rua, apresenta-se enquanto um espaço de liberdade e ao mesmo tempo de privação. Concluindo apontamos que pensar ações em saúde para atender meninos e meninas que vivem e/ou trabalham na rua é uma tarefa bastante complexa, pois não é possível pensarmos em ações isoladas de saúde sendo necessário a busca por parcerias com diferentes instituições.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Marcelo Medeiros
    Doutor em Enfermagem, Professor Adjunto da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás
  • Maria das Graçus Carvalho Ferriani
    Doutora em Enfermagem, Professora Titular do Departamento de Enfermagem Matenno-lnfantil e Saúde Púhlica da Escola de
    Enfermagem de Ribeirão Preto da USP
  • Romeu Gomes
    Doutor em Saúde Pública, Professor e Pesquisador Associado do instituto Fernandes Figueira / FIOCRUZ
  • Denize Boteleti Munari
    Doutora em Enfermagem, Professora Titular da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás.

Referências

ABRINQ/CBMM/UNICEF/Oficina de Ideias. 10 medidas básicas para a infância brasileira. São Paulo: Fundação ABRINQ para os Direitos da Criança, 1994.

Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Persona, 1979.

Boudon R, Baurricaud F. Dicionário crítico de sociologia. São Paulo: Ática, 1993.

Brasil. Estatuto da criança e do adolescente: Lei 8069/90. São Paulo: Atlas, 1991.

Carlini CB, Cotrin ELA. O consumo de solventes e outras drogas em crianças e adolescentes de baixa renda na cidade de São Paulo: Parte 1. Estudantes de primeiro e segundo graus da rede estadual de ensino. Rev. ABP- APAL. 1987a;9(2): 49-58, 1987.

Carlini CB, Cotrin ELA. O consumo de solventes e outras drogas em crianças e adolescentes de baixa renda na cidade de São Paulo: Parte 11. Meninos de rua e menores infratores. Rev. ABP-APAL. 1987b;9(2): 69-77,1987b.

Chizzotti A. Pesquisa em ciencias humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1991.

Cruz Neto O. O trabalho de campo como descoberta e criação. In: Minayo MCS.(Org.). O limite da exclusão social: meninos e meninas de rua no Brasil. São Paulo/ Rio de Janeiro: Hucitec/ Abrasco, 1993. p. 51-66.

Da Matta R. Casa & rua: espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil, 5ª ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

Fenelon GM, Martins LCC, Domincues MHMS. Meninas de rua: uma vida em movimento. Goiania: CEGRAF /UFG, 1992.

Goiania. Prefeitura Municipal. Sociedade Cidadão 2000. Entre a casa e a rua: três pesquisas sobre a criança e o adolescente na região metropolitana de Goiânia (GO). Goiânia,2002.

Gomes R. O corpo na rua e o corpo da n~a. a prostituição infantil feminina em questão. São Paulo: Unimarco, 1996.

Gomes R. A análise dos dados na pesquisa qualitativa. In: Minayo MCS. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 67-80.

Haguette MTF. Metodologia qualitativa na sociologia. Petrópolis: Vozes, 1992.

Herzlich C. A problemática da representação social e sua utilidade no campo da doença. Physis. Rev. Saúde Coletiva. 1991; 1(2): 23-36.

Medeiros M, Ferriani MGC. Programas de atenção às crianças e aos adolescentes em situação de rua: percepções de seus coordenadores. Rev. Bras. Cresc. Desenv. Humano. 1995; 5(1/2): 48-59.

Medeiros M. Olhando a lua pelo mundo da rua: representações sociais da experiência devida de meninos em situação de rua. Ribeirão Preto, 1999. [Tese de Doutorado - Escola de Enferrnagem de Ribeirão Preto da USP].

Medeiros M, Ferriani MGC, Munari DB, Gomes R. A sexualidade para o adolescente em situação de rua em Goiânia. Rev. Latinoamer. Enf. 2001;9(2):35-41.

Mello SL. Famílias das classes populares: tradição e mudança. Rev. Bras. Cresc. Desenv. Humano. 1994;4(1):21-27.

Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo/ Rio de Janeiro: Hucitec/Abrasco, 1993a.

Minayo MCS. (Org.). O limite da exclusão social: meninos e meninas de rua no Brasil. São Paulo / Rio de Janeiro: Hucitec / Abrasco,1993b.

Minayo MCS. Violência social sob a perspectiva da Saúde Pública. Cadernos de Saúde Pública. 1994;10(Supl. 1): 07-18.

Minayo MCS. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 17ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2000.

Moura W. A família contra a rua: uma análise psicossociológica da dinâmica familiar em condições de pobreza. In: Fausto A, Cervini R. O trabalho e a rua: crianças e adolescentes no Brasil urbano dos anos 80. São Paulo: Cortez Editora, 1992.

Prado AA, Gomes R. A rua: institucionalização da exclusão social. In: Minayo MCS.(Org.). O limite da exclusão social: meninos e meninas de rua no Brasil. São Paulo/Rio de Janeiro: Ed. Hucitec/ABRASCO, 1993.

Sarti CA. A continuidade entre casa e rua no mundo da criança. Rev. Bras. Cresc. Desen. Hum. 1995;5(1/2):39-47.

Silva JFS. Uma análise crítica sobre a visão de mundo dos meninos e meninas de rua da cidade de São Carlos. São Paulo, 1993. [Dissertação de Mestrado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo].

Souza H, Pereira JLR. O orçamento da criança. Folha de São Paulo. São Paulo, 2 de maio de 1995, Opinião, 1° Caderno, p.3, 1995.

Downloads

Publicado

2002-12-19

Edição

v. 12 n. 2 (2002)

Seção

Pesquisa Original

Licença

CODE OF CONDUCT FOR JOURNAL  PUBLISHERS

 

Publishers who are Committee on Publication Ethics members and who support COPE membership for journal editors should:

 

Publishers should:

 

  • Define the relationship between publisher, editor and other parties in a contract
  • Respect privacy (for example, for research participants, for authors, for peer reviewers)
  • Protect intellectual property and copyright
  • Foster editorial independence

 

Publishers should work with journal editors to:

 

  • Set journal policies appropriately and aim to meet those policies, particularly with respect to:

–         Editorial  independence

–         Research ethics, including confidentiality, consent, and the special requirements for human and animal research

–         Authorship

–         Transparency and integrity (for example, conflicts of interest, research funding, reporting standards

–         Peer review and the role of the editorial team beyond that of the journal editor

–         Appeals and complaints

  • Communicate journal policies (for example, to authors, readers, peer reviewers)
  • Review journal policies periodically, particularly with respect to new recommendations from the COPE
  • Code of Conduct for Editors and the COPE Best Practice Guidelines
  • Maintain the integrity of the academic record
  • Assist the parties (for example, institutions, grant funders, governing bodies) responsible for the investigation of suspected research and publication misconduct and, where possible, facilitate in the resolution of these cases
  • Publish corrections, clarifications, and retractions
  • Publish content on a timely basis