O ovo da serpente? Fundamentos e variações da crítica ao componente conservador das "Jornadas de junho" de 2013
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-4485.lev.2016.147255Palabras clave:
conservadorismo, fascismo, Protestos, Junho de 2013Resumen
A fortuna das interpretações sobre junho de 2013, salvo relevantes exceções, parece-nos ter sido acometida por infrutífera polarização. De um lado, a ênfase nos aspectos positivos das mobilizações permanece aquém de construir uma plausível relação entre os eventos de 2013 e seus desdobramentos na arena político-institucional do país, tratando junho como evento alheio à reação conservadora que se lhe seguiu. De outro lado, a ênfase no polo negativo faz crer que ora se tratariam de manifestações com alto grau de superficialidade, como meros eventos performáticos e miméticos de uma forma global de mobilização; ora se trataria do gatilho de uma reação conservadora cuja retórica genérica sobre corrupção e patriotismo seria sintoma de uma pulsão fascista, anti-institucional, anti-representação e, no limite, anti-democrática. Buscaremos identificar fundamentos e variações de algumas destas interpretações, em chave negativa, sobre o caráter conservador de junho de 2013 – menos para restituir imediatamente alguma verdade intrínseca que tais interpretações revelariam, e mais para entender como a polifonia e os antagonismos no interior deste restrito campo interpretativo apontariam, mesmo dados os limites de sua unilateralidade, para um momento crucial da efetiva contradição do fenômeno histórico em questão.
Descargas
Referencias
Alonso, A.; Mishe, A. 2016. Changing repertoires and partisan ambivalence in the new Brazilian protests. Bulletin of Latin American Research, p.1-16.
Alonso, A. 2017 A política das ruas. Novos Estudos: CEBRAP, v. Especial, p. 49-58.
Arantes, P. 2014. Depois de junho a paz será total. In: Arantes, P. O novo tempo do mundo. São Paulo: Boitempo, p.353-460.
Avritzer, L. 2016a. Os Impasses da Democracia no Brasil. 1. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, v. 1., 153p .
Avritzer, L. 2016b. Eleições, radicalização política e revolta social: uma análise do Brasil entre as eleições de 2014 e os panelaços de 2015. In: Fernando Mayorga. (Org.). Elecciones y legitimidad democrática en América Latina. 1ed.: CESU-UMSS/CLACSO/IESE/Plural editores, p. 39-57.
Avritzer, L. 2017a. Participation in democratic Brazil: from popular hegemony and innovation to middle-class protest. Opinião Pública (UNICAMP), v. 23, p. 43-59.
Avritzer, L. 2017b. The Rousseff impeachment and the crisis of democracy in Brazil. Critical Policy Studies, v. 11, p. 352-357.
Benjamin, W. 1985. As Teses sobre o Conceito de História. In: Obras Escolhidas, Vol. 1, São Paulo: Brasiliense, p. 222-232.
Bringel, B.; Pleyers, G. 2015. Junho de 2013? dois anos depois: polarização, impactos e reconfiguração do ativismo no Brasil. Nueva Sociedad, v. 259, p. 4-17.
Bringel, B.; Pleyers, G. 2017. Crisis política y polarización en Brasil: de las protestas de 2013 al golpe de 2016. In: Breno Bringel; Geoffrey Pleyers. (Org.). Protesta e indignación global: los movimientos sociales en el nuevo orden mundial. 1ed. Buenos Aires: CLACSO, v., p. 135-148.
Bucci, E. 2016. A forma bruta dos protestos. 1ª. ed. São Paulo: Companhia das Letras, v. 1., 178p.
Castells, M. 2013. Redes de indignação e de esperança. São Paulo: Zahar.
Chauí, M. S. 1986. Conformismo e resistência. Aspectos da cultura popular. São Paulo: Brasiliense.
Chauí, M. S. 2013a. Manifestações ideológicas do autoritarismo brasileiro. São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo.
Chauí, M. S. 2013b. Entrevista: O efeito das manifestações. In: Caros Amigos. São Paulo, n. 182.
Chauí, M. S. 2013c. Uma nova classe trabalhadora: indagações. In: Fundação Perseu Abramo e Fundação Friedrich Ebert (org.). Classes? Que Classes?. São Paulo: Fundação Perseu Abramo e Fundação Friedrich Ebert, p.87-103.
Chauí, M. S. 2013d. As manifestações de junho de 2013 na cidade de São Paulo. Disponível em: <http://www.teoriaedebate.org.br/materias/nacional/manifestacoes-de-junho-de-2013-nacidade-de-sao-paulo?page=full>. Acesso em: 27/06/2013.
Chauí, M. S. 2016. “A nova classe trabalhadora brasileira e a ascensão do conservadorismo”. In: Ivana Jinkings (org.). Por que gritamos golpe? Para entender o impeachment e a crise política no Brasil. São Paulo: Boitempo.
Haddad, F. 2017a. Vivi na pele o que aprendi nos livros. Revista Piauí, p. 28 - 37, 05 jun.
Haddad, F. 2017b. Fernando Haddad: a catarse e a ressaca política. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=3qXnX2nglY0>. Acesso em: 23 out.
Hegel, G.W.F. 1995. Fenomenologia do espírito. Petrópolis: Vozes.
Jameson, F. 2010. The valences of the dialectic. Londres: Verso.
Moraes, A; et al. 2014. In: Souza, A. M.; et al (Org.). Junho: potência das ruas e das redes. 1ed. São Paulo: Friedrich Ebert Stifung, v. 1, p. 10-21.
Negri, A.; Hardt, M. 2004. Multitude. Nova Iorque: Penguin.
Neri, M. 2010. A nova classe média: o lado brilhante dos pobres. RJ: FGV.
Nobre, M. 2013. Choques de democracia: razões da revolta. São Paulo: Ed. Schwarcz, 33p.
Ortellado, P. 2014. Os protestos de junho entre o processo e o resultado. In: ORTELLADO, P; POMAR, M. ; LIMA, L. ; JUDENSNAIER, E. Vinte centavos: a luta contra o aumento. 1. ed. São Paulo: Veneta, 240p.
Pogrebinschi, T.; Santos, F. G. M. 2011. Participação como representação: o impacto das conferências nacionais de políticas públicas no Congresso Nacional. Dados (Rio de Janeiro), v. 54, p. 21-47.
Rancière, J. 2014. O ódio à democracia. São Paulo: Boitempo.
Safatle, V. P. 2017. Só mais um esforço. 1. ed. São Paulo: Três Estrelas, 144p.
Santos, F. G. M. 2013a. Do protesto ao plebiscito: uma avaliação crítica da atual conjuntura brasileira. Novos Estudos: CEBRAP, v. 96, p. 15-25.
Santos, F. G. M. 2013b. Primavera Brasileira ou Outono Democrático?. Insight Inteligência (Rio de Janeiro), v. 16, p. 32-38.
Singer, A. 2013. Brasil, junho de 2013: classes e ideologias cruzadas. Novos Estudos: CEBRAP, São Paulo, n.97.
Souza, J. 2000. Modernização seletiva. Brasília: UnB.
Souza, J. 2003. A construção social da subcidadania. Belo Horizonte: UFMG.
Souza, J.2009. Os batalhadores. Belo Horizonte: UFMG.
Souza, J.2015. A tolice da inteligência brasileira. RJ: LeYa, 2015.
Souza, J. 2016. A radiografia do golpe. RJ: LeYa.
Souza, J. 2017. A elite do atraso. RJ: LeYa.
Tatagiba, L. 2014. 1984, 1992 e 2013: sobre ciclos de protestos e democracias no Brasil. Revista Política e Sociedade, UFSC, vol. 13, n. 28.
Tatagiba, L,; Teixeira, A. C. C.; Trindade, T. A. 2015. “Protestos à direita no Brasil (2007-2015)”. In: Sebastião Velasco e Cruz; Andre Kaysel; Gustavo Codas. (Org.). Direta volver! O retorno da direita e o ciclo político brasileiro. 1ed.São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2015, v. 1, p. 197-213.
Vianna, L. W. 1999. “Weber e a interpretação do Brasil”. In: J. SOUZA (org.), O malandro e o protestante: a tese weberiana e a singularidade cultural brasileira. Brasília: UnB, p. 173-194.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2018 Pedro Luiz Lima, Mateus Hajime
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
- Los autores mantienen los derechos de autor y conceden a la Revista el derecho de primera publicación, con el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Creative Commons Attribution License que permite compartir el trabajo con reconocimiento de la autoría del trabajo y publicación inicial en esta Revista.
- Los autores tienen autorización para asumir contratos adicionales separadamente, para distribución no-exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta Revista (ej.: publicar en un repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta Revista.
- Los autores tienen permiso y son estimulados a publicar y distribuir su trabajo online (ej.: en repositorios institucionales o en su página personal) a cualquier punto antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar alteraciones productivas, así como aumentar el impacto y la citación del trabajo publicado .