Desenvolvimento do letramento literário a partir de estratégias de leitura
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v35i1p96-116Palavras-chave:
Literatura, Estratégias metacognitivas, Oficina literária, Formação leitora, Formação cidadãResumo
O presente artigo propõe-se a discutir o uso de estratégias de leitura conforme proposto por Solé (1998) em prol do letramento literário, apresentando uma sequência de aulas implementada em uma turma de 1º ano do Ensino Médio em um colégio de aplicação da Zona da Mata Mineira. Com o intuito de integrar à formação estética necessária a um leitor literário (BARBOSA, 2011) uma formação cidadã — discutindo temas transversais relevantes para a formação crítica e reflexiva contemporânea, com destaque para questões de gênero, raça e classe —, foi desenvolvida uma oficina literária básica (COSSON, 2018) focada no livro Quarto de despejo (1960), de Carolina Maria de Jesus. Esta sequência propunha-se, além do letramento literário, ao desenvolvimento e ao aprimoramento de habilidades de leitura, escrita, oralidade e análise linguística, promovendo a integração entre esses eixos de ensino.
Downloads
Referências
BARBOSA, B. T. Letramento literário: sobre a formação escolar do jovem leitor. Educação em foco, Juiz de Fora, v. 16, n. 1, p. 145-167, mar. / ago. 2011.
BARBOSA, O.; CALDAS, S. Chão de Estrelas (1937). Curitiba: Revivendo Músicas: 1993. 1 disco sonoro (59 min).
CADILHE, A. J. Letramento & Literatura no Ensino Médio noturno: um estudo de caso etnográfico. 2007. 180 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) - Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
CANDIDO, A. O direito à literatura. In: CANDIDO, A. Vários escritos. 3. ed. São Paulo: Duas Cidades, 2004, p. 169 - 191.
CANDIDO, A. A literatura e a formação do homem. Ciência e Cultura. São Paulo, v. 24, n. 9, p. 803-809, 1972,
CORONEL, L. P. A censura ao direito de sonhar em Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n. 44, p. 271-288, jul./dez. 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/elbc/n44/a13n44.pdf. Acesso em: 22 jul. 2020.
COSCARELLI, C. V. O ensino da leitura: uma perspectiva psicolinguística. Boletim da Associação Brasileira de Linguística. Maceió: Imprensa Universitária, p. 163-174, dez. 1996.
COSSON, R. O espaço da literatura na sala de aula. In: COSSON, Rildo. MACIEL, Francisca & PAIVA, Aparecida. Literatura: ensino fundamental. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010, p. 55-68.
COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2018.
GOMES, M. F. C.; MONTEIRO, S. M. A aprendizagem e o ensino da linguagem escrita: caderno do professor. Belo Horizonte: Ceale/FaE/UFMG, 2005.
JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Editora Paulo de Azevedo, 1960.
KLEIMAN, A. Leitura: ensino e pesquisa. Campinas, São Paulo: Pontes, 1989.
KLEIMAN, A. Oficina de leitura: teoria e prática. 9. ed. Campinas, São Paulo: Pontes, 2002.
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender os sentidos do texto. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2008.
LAJOLO, M. Literatura: ontem, hoje, amanhã. São Paulo: Editora Unesp, 2018.
LEAL, T. F.; BRANDÃO, A. C. É possível ensinar a produzir textos! Os objetivos didáticos e a questão da progressão escolar no ensino da escrita. In: LEAL, Telma Ferraz; BRANDÃO, A. C. Produção de textos na escola: reflexões e práticas no Ensino Fundamental. 1ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
LISPECTOR, C. O primeiro beijo e outros contos. São Paulo: Ática: 1997.
MACHADO, M. N. M. Os escritos de Carolina Maria de Jesus: determinações e imaginário. Psicologia & Sociedade, Porto Alegre, v. 18, n. 2, p. 105-110, maio/agosto, 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/psoc/v18n2/13.pdf. Acesso em: 22 jul. 2020.
OLIVEIRA, R. T. Duas formas e um mesmo tema: ser mulher entre os laços de família. Verbo de minas: letras, vol.13, no. 21, Juiz de Fora, p. 61-71, jan/jul. 2012.
PLAT, K. Race and Gender Representations in Clarice Lispector’s “A Menor Mulher do Mundo” and Carolina Maria de Jesus’ Quarto de Despejo. Afro-Hispanic Review, vol. 11, no. 1/3, p. 51-57, 1992.
SOLÉ, I. Estratégias de leitura. Porto alegre: Artes médicas, 1998.
STREET, B. Literacy in Theory and Practice. Cambridge: CUP, 1984.
ZILBERMAN, R. O papel da literatura na escola. Via Atlântica, n. 14, p. 11-22, dez. 2008. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/viaatlantica/article/view/50376. Acesso em 26/04 às 20:15.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Carolina Alves Fonseca, Maria Beatriz Pinto
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A aprovação dos manuscritos implica cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação para a Linha D'Água. Os direitos autorais dos artigos publicados pertencem à instituição a qual a revista encontra-se vinculada. Em relação à disponibilidade dos conteúdos, a Linha D'Água adota a Licença Creative Commons, CC BY-NC Atribuição não comercial. Com essa licença é permitido acessar, baixar (download), copiar, imprimir, compartilhar, reutilizar e distribuir os artigos, desde que para uso não comercial e com a citação da fonte, conferindo os devidos créditos autorais à revista.
Nesses casos, em conformidade com a política de acesso livre e universal aos conteúdos, nenhuma permissão é necessária por parte dos autores ou do Editor. Em quaisquer outras situações a reprodução total ou parcial dos artigos da Linha D'Água em outras publicações, por quaisquer meios, para quaisquer outros fins que sejam natureza comercial, está condicionada à autorização por escrito do Editor.
Reproduções parciais de artigos (resumo, abstract, resumen, partes do texto que excedam 500 palavras, tabelas, figuras e outras ilustrações) requerem permissão por escrito dos detentores dos direitos autorais.
Reprodução parcial de outras publicações
Citações com mais de 500 palavras, reprodução de uma ou mais figuras, tabelas ou outras ilustrações devem ter permissão escrita do detentor dos direitos autorais do trabalho original para a reprodução especificada na revista Linha D'Água. A permissão deve ser endereçada ao autor do manuscrito submetido. Os direitos obtidos secundariamente não serão repassados em nenhuma circunstância.