De Gonçalo Gonçalves a General Câmara, topônimos soterrados: Pedro Nava e a memória que descansa sob asfalto de larguíssima avenida
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v36i1p115-129Palavras-chave:
Toponímia, Memória, Onomástica literária, Rio de Janeiro, Pedro NavaResumo
As ruas que cortam uma cidade guardam diferentes histórias. O topônimo fixado ali torna-se uma pista para que seja(m) desenterrada(s) a(s) memória(s) do lugar. Ao escrever em sua obra memorialística Baú de Ossos sobre a rua hoje extinta cujo derradeiro nome foi General Câmara, o escritor Pedro Nava nos conta histórias da cidade velha do Rio de Janeiro que não estão mais ancoradas na paisagem local. Guiado pelo livro de Nava, este trabalho percorre essa rua buscando a relação entre os diferentes topônimos mencionados pelo autor e o passado da via e da cidade, além de precisar o que foi destruído para a construção de uma avenida – e o que se mantém até hoje.
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