A pós-verdade como paradigma argumentativo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v36i2p124-137

Palavras-chave:

Discurso, Informação, Fake News, Argumentação, Língua portuguesa

Resumo

Ainda sem consenso, o termo pós-verdade se relaciona estreitamente às fake news e ao discurso informativo de modo amplo, impactando, portanto, nossa comunicação nos diversos dispositivos digitais. Pensando a argumentatividade, em seu sentido amplo, como fundamento de toda troca linguageira, o estudo apresenta uma perspectiva sobre o conceito de pós-verdade e, a partir dele, reflete sobre suas consequências na construção argumentativa. Para tanto, são analisados cinco textos, dos quais três são relativos à pandemia de covid-19, veiculados nas diferentes redes sociais em abril de 2020 e identificados como “Fake” pelo Ministério da Saúde brasileiro, e dois deles circularam na propaganda eleitoral de televisão durante a campanha eleitoral à presidência do Brasil, em outubro de 2022. A análise demonstra o impacto da pós-verdade como paradigma argumentativo, inaugurando um padrão de não persuasão favorecido pela troca entre iguais. Como consequências linguístico-discursivas, são observados o apelo a implícitos (compartilhados pelos interlocutores) e a irrelevância de uma racionalidade argumentativa calcada na lógica semântica.

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Biografia do Autor

  • Michelle Gomes Alonso Dominguez, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    Doutora em Letras Vernáculas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2011).
    Professora Adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Brasil).

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Publicado

08-08-2023

Como Citar

DOMINGUEZ, Michelle Gomes Alonso. A pós-verdade como paradigma argumentativo. Linha D’Água, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 124–137, 2023. DOI: 10.11606/issn.2236-4242.v36i2p124-137. Disponível em: https://revistas.usp.br/linhadagua/article/view/204983.. Acesso em: 21 nov. 2024.