Dos campos de atividades humanas aos campos de atuação: contribuições bakhtinianas para o ensino de língua portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v38i1p322-341Palavras-chave:
Bakhtin, Campos de atividades humanas, Campos de atuação, BNCC, Ensino de Língua PortuguesaResumo
Neste artigo, o intuito é analisar e refletir sobre o ensino de Língua Portuguesa a partir das contribuições bakhtinianas, tendo em vista a concepção dos campos de atividades humanas (Bakhtin, 2016; Volochínov, 2018). Para isso, recuperamos o elo enunciativo possível dos documentos normativos federais, principiando pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1997; 1998) e pelas Orientações curriculares para o ensino Médio (Brasil, 2006), para cotejar os campos de atuação nas três versões da Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2015; 2016; 2018). Nesse sentido, metodologicamente, fundamenta-se na compreensão de cotejo, proposto por Geraldi (2012), a partir também dos pressupostos bakhtinianos. Por meio das análises, foi possível observar as aproximações e rupturas estabelecidas entre os posicionamentos assumidos nos distintos documentos.
Downloads
Referências
AMORIM, A. O pesquisador e seu outro: Bakhtin nas Ciências Humanas. São Paulo: Musa, 2001.
BAKHTIN, M. Questões de estilística no ensino da língua. Trad. Sheila Grillo e Ekaterina Américo. São Paulo: Editora 34, 2013.
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2016.
BARBOSA, J. P. Gêneros do discurso e ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa: das práticas aos objetos e habilidades. In: BUNZEN, C. Pedagogização dos gêneros no contexto brasileiro: críticas, possibilidades e desafios. Recife: Pipa Comunicação, 2021.
BARBOSA, J. P.; ROJO, R. Campos de atuação, letramentos e gêneros na BNCC. In: NASCIMENTO, E. L; CRISTOVÃO, V. L. L; LOUSADA, E. (org.). Gêneros de texto/discurso: novas práticas e desafios. Campinas: Pontes, 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais Língua Portuguesa. Brasília: MEC, 1997. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf. Acesso em: 23 maio 2024.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais Terceiro e Quarto ciclos do Ensino Fundamental Língua Portuguesa. Brasília: MEC, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf. Acesso em: 23 maio 2024.
BRASIL. Ministério da Educação. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Brasília: MEC, 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_01_internet.pdf. Acesso em: 23 maio 2024.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2015. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/relatorios-analiticos/BNCCAPRESENTACAO.pdf. Acesso em: 23 maio 2024.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular - 2 a versão revista. Brasília: Ministério da Educação, 2016. Disponível em: https://undime-sc.org.br/wp-content/uploads/2016/05/2%C2%AA-BNCC-BOOK.pdf. Acesso em: 23 maio 2024.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a Base. Brasília: MEC/CONSED/UNDIME, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 23 maio 2024.
FARACO, C. A.. Linguagem & Diálogo: As ideias linguísticas do Círculo de Bakhtin. São Paulo: Parábola, 2010.
FIORIN, J. L. Introdução ao pensamento de Bakhtin. 2.ed. São Paulo: Contexto, 2019.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015.
GERALDI, J. W. Linguagem e ensino: exercícios de militância e divulgação. 2.ed. Campinas: Mercado das Letras, 2009.
GERALDI, J. W. A aula como acontecimento. São Carlos: Pedro & João Editores, 2010a.
GERALDI, J. W. Ancoragens: estudos bakhtinianos. São Carlos: Pedro & João Editores, 2010b.
GERALDI, J. W. (org.). O texto na sala de aula. 5.ed. São Paulo: Ática, 2011.
GERALDI, J. W. Heterocientificidade nos estudos linguísticos. In: GRUPO DE ESTUDOS DOS GÊNEROS DO DISCURSO. (org.). Palavras e contrapalavras: enfrentando questões da metodologia Bakhtiniana. São Carlos: Pedro & João Editores, 2012, p. 19- 39.
GERALDI, J. W. Portos de passagem. 5.ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013a.
GERALDI, J. W. Bakhtin tudo ou nada diz aos educadores: os estudantes podem dizer muito com Bakhtin. In: FREITAS, M. T. A. Educação, arte e vida em Bakhtin. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013b.
GRILLO, S. V. C. A noção de campo nas obras de Bourdieu e do Círculo de Bakhtin: suas implicações para a teorização dos gêneros do discurso. Revista da Anpoll, v. 1, n. 19, p. 151 – 184, 2005. Disponível em: https://anpoll.emnuvens.com.br/revista/article/view/461. Acesso em 04 mar. 2025.
GRILLO, S. V. C. Divulgação científica na esfera midiática. Revista Intercâmbio, volume XV. São Paulo: LAEL/PUC-SP, ISSN 1806-275X, 2006.
GRILLO, S. V. C. Esfera e campo. In: BRAIT, B (Org.). Bakhtin: Outros conceitos-chave. 2. ed. São Paulo: Editora Contexto, 2014, p. 133-160.
KOCH, I. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contexto 2018.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola, 2010.
PERONI, V. M. V.; CAETANO, M. R.; ARELARO, L. R. G. BNCC: disputa pela qualidade ou submissão da educação? In: Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, vol. 35, n. 1, jan./abr 2019. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/rbpae/article/view/93094. Acesso em 12 mar. 2025.
ROJO, R. H. O texto no ensino-aprendizagem de línguas hoje: desafios da contemporaneidade. In: FINOTTI, L. H. B.; MESQUITA, E. M. C. de; TRAVAGLIA, L. C. (Orgs.). Gêneros de texto: caracterização e ensino. Uberlândia: EDUFU, 2007. p. 9-43.
SACRISTÁN, J. G. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: ArtMed, 2000.
SOBRAL, A. Um diálogo bakhtiniano com L. A. Marcuschi. Comunicação. IV SIGET. Anais. 2007.
TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. 14. ed. São Paulo: Ed. Cortez, 2009.
UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Fundamentos da nova educação. Brasília, UNESCO, 2000. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000129766. Acesso em: 29 jun. 2024.
VOLÓCHINOV, V. Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. Sheila Grillo e Ekaterina Américo. São Paulo: Editora 34, 2018.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Renata Cristina Alves Polizeli, Marcos Antonio Rodrigues, Silvia Regina Peres

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A aprovação dos manuscritos implica cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação para a Linha D'Água. Os direitos autorais dos artigos publicados pertencem à instituição a qual a revista encontra-se vinculada. Em relação à disponibilidade dos conteúdos, a Linha D'Água adota a Licença Creative Commons, CC BY-NC Atribuição não comercial. Com essa licença é permitido acessar, baixar (download), copiar, imprimir, compartilhar, reutilizar e distribuir os artigos, desde que para uso não comercial e com a citação da fonte, conferindo os devidos créditos autorais à revista.
Nesses casos, em conformidade com a política de acesso livre e universal aos conteúdos, nenhuma permissão é necessária por parte dos autores ou do Editor. Em quaisquer outras situações a reprodução total ou parcial dos artigos da Linha D'Água em outras publicações, por quaisquer meios, para quaisquer outros fins que sejam natureza comercial, está condicionada à autorização por escrito do Editor.
Reproduções parciais de artigos (resumo, abstract, resumen, partes do texto que excedam 500 palavras, tabelas, figuras e outras ilustrações) requerem permissão por escrito dos detentores dos direitos autorais.
Reprodução parcial de outras publicações
Citações com mais de 500 palavras, reprodução de uma ou mais figuras, tabelas ou outras ilustrações devem ter permissão escrita do detentor dos direitos autorais do trabalho original para a reprodução especificada na revista Linha D'Água. A permissão deve ser endereçada ao autor do manuscrito submetido. Os direitos obtidos secundariamente não serão repassados em nenhuma circunstância.