O incipit na novelística histórica portuguesa e brasileira
Alexandre Herculano, Almeida Garrett e José de Alencar
DOI :
https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v32i2p65-86Mots-clés :
incipit, romance histórico, História, ideologia, narrativa das origensRésumé
O incipit como partida para um lugar, origem de um itinerário narrativo desconhecido, é uma fórmula privilegiada que os autores possuem não só como mecanismo de sedução, como artifício que dita as regras do universo da história, mas também como expressão do seu posicionamento face ao que irão contar. Tratando-se do romance histórico, o autor tem ainda a responsabilidade de situar temporalmente o leitor, optando quer por descrições, segmentos narrativos ou por iniciar a história em medias res, sempre de forma a não desconfortar o leitor. O incipit neste género pode também funcionar como índice da forma como o autor faz uso da História na ficção: “écran” ideológico, com o intuito de intervenção no presente, evasão e catarse, ou, ainda, reflexão e clarificação de um determinado período. Se estas categorias são válidas na análise do incipit das obras dos autores lusos e de alguns textos de Alencar, os romances históricos de teor indianista alencarianos exigem uma outra categoria – a da elaboração ficcional da História com intenções mítico-lendárias. Com alguns piscar de olhos aos romancistas portugueses, numa verdadeira lição de ironia romântica, Alencar faz da descrição incipitaria uma verdadeira instituição que concentra em si objetivos ligados à construção da narrativa identitária.
##plugins.themes.default.displayStats.downloads##
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
A aprovação dos manuscritos implica cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação para a Linha D'Água. Os direitos autorais dos artigos publicados pertencem à instituição a qual a revista encontra-se vinculada. Em relação à disponibilidade dos conteúdos, a Linha D'Água adota a Licença Creative Commons, CC BY-NC Atribuição não comercial. Com essa licença é permitido acessar, baixar (download), copiar, imprimir, compartilhar, reutilizar e distribuir os artigos, desde que para uso não comercial e com a citação da fonte, conferindo os devidos créditos autorais à revista.
Nesses casos, em conformidade com a política de acesso livre e universal aos conteúdos, nenhuma permissão é necessária por parte dos autores ou do Editor. Em quaisquer outras situações a reprodução total ou parcial dos artigos da Linha D'Água em outras publicações, por quaisquer meios, para quaisquer outros fins que sejam natureza comercial, está condicionada à autorização por escrito do Editor.
Reproduções parciais de artigos (resumo, abstract, resumen, partes do texto que excedam 500 palavras, tabelas, figuras e outras ilustrações) requerem permissão por escrito dos detentores dos direitos autorais.
Reprodução parcial de outras publicações
Citações com mais de 500 palavras, reprodução de uma ou mais figuras, tabelas ou outras ilustrações devem ter permissão escrita do detentor dos direitos autorais do trabalho original para a reprodução especificada na revista Linha D'Água. A permissão deve ser endereçada ao autor do manuscrito submetido. Os direitos obtidos secundariamente não serão repassados em nenhuma circunstância.