O lugar da função poética na poli(a)fonia do objeto voz em Psicanálise
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i18p129-139Palavras-chave:
cartel, objeto voz, função poética, Psicanálise, Jacques LacanResumo
Este trabalho, produto de um cartel de uma Escola de Psicanálise, pretende desenvolver a concepção do objeto voz como objeto perdido da pulsão invocante, segundo Jacques Lacan, e buscar as manifestações subjetivas e formas clínicas nas quais pode-se encontrar a recuperação da voz como objeto mais-de-gozar. Neste percurso discute-se a alucinação sonora, a ruminação obsessiva e o insulto entre outros fenômenos. Num segundo momento discute-se o lugar da função poética na interpretação psicanalítica, tomando a materialidade sonora, a assonância e os afetos provocados pela poesia como recuperação imaginária de um gozo perdido. Conclui-se que, uma vez que a voz se faça estruturalmente objeto perdido, não há emissão significante que não carregue um enigma, não há endereçamento não atravessado pelo oracular, não há comunicação em que o equívoco não seja possível.