Podem as coisas falar? De uma tela de Rembrandt a um poema de Montale
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1769.mag.2023.213432Palavras-chave:
Natureza-morta, Descrição, Rembrandt, Eugenio MontaleResumo
Este ensaio busca aproximar duas obras marcadamente diferentes em gênero e contexto: uma natureza-morta do século XVII e um poema do segundo decênio do século XX. A comparação busca iluminar, a partir da afinidade estrutural percebida entre as obras, uma forma de configuração centrada na representação de objetos afastados da ação e da interação humanas. A análise procura salientar algumas tensões ligadas a essa estrutura (mergulho na objetividade ou liquidação do sujeito, descoberta do significado material e cultural dos objetos ou tendência à abstração?), indicando alguns dos valores contraditórios que a técnica da descrição pode conter.
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