A ruptura de Adrian Leverkühn e a formação de Hans Castorp: Doutor Fausto e A montanha mágica em perspectiva comparada
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1769.mag.2023.210616Palabras clave:
Literatura alemã, Thomas Mann, Bildungsroman, Pacto fáusticoResumen
O presente artigo se propõe a realizar uma análise de A montanha mágica (1924) e Doutor Fausto (1947), ambos romances do autor alemão Thomas Mann. A análise gira em torno da diferença no processo formativo (Bildung) das personagens centrais das duas obras, Hans Castorp e Adrian Leverkühn, e foca justamente naquilo que elas têm de oposto e que as engloba em diferentes categorias de romance: enquanto A montanha mágica se encaixa em um romance de formação (Bildungsroman), o Doutor Fausto pertence à categoria de um romance fáustico e pode ser visto igualmente como um anti-Bildungsroman. Assim, enquanto na Montanha mágica o leitor testemunha um verdadeiro processo de amadurecimento e formação, no Doutor Fausto pode-se observar justamente o contrário através da realização do pacto fáustico e da ruptura (Durchbruch), impossibilitando a Adrian um processo formativo calcado em erros e acertos. Desse modo, propomos demonstrar não somente o que as trajetórias das duas personagens têm de distinto, mas também como o pacto realizado por Adrian é construído com várias camadas de sentido e articula temas como teologia, música e política. Partindo disso, analisamos como a ruptura de Adrian pode simbolizar também a própria ruptura que a Alemanha teve em sua história quando enveredou pelo caminho do nacional-socialismo (ele mesmo um pacto fáustico com consequências drásticas para o país).
Descargas
Referencias
CANDIDO, Antonio. “O homem dos avessos”. In: Tese e antítese: ensaios. 4. ed. São Paulo: T. A. Queiroz, 2000, p. 121-139.
GOETHE, Johann Wolfgang von. Fausto: uma tragédia – Primeira parte. Trad. Jenny Klabin Segall; apresentação, comentários e notas de Marcus Vinícius Mazzari; ilustrações de Eugène Delacroix. 7. ed. São Paulo: Editora 34, 2020.
História do doutor Johann Fausto. Trad. Magali Moura. 1. ed. São Paulo: Filocalia, 2019.
HITLER, Adolf. Minha luta. Trad. Klaus von Punchen. 1. ed. São Paulo: Centauro, 2016.
KAYSER, Wolfgang. Análise e interpretação da obra literária. Tradução Paulo Quintela. 1. ed. Coimbra: Coimbra Editora Limitada, 1958.
LUKÁCS, Georg. “Thomas Mann e a Tragédia da Arte Moderna”. 1. ed. In: Ensaios sobre Literatura. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1965, p. 178-234. [tradução?]
MANN, Thomas. A montanha mágica. Trad. Herbert Caro. Posfácio e revisão da tradução Paulo Soethe. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
MANN, Thomas. Doutor Fausto: a vida do compositor Adrian Leverkühn narrada por um amigo. Trad. Herbert Caro. São Paulo: 1. ed. Companhia das Letras, 2015.
MANN, Thomas. Travessia marítima com Dom Quixote: ensaios sobre homens e artistas. 1. ed. Trad. Kristina Michaelles e Samuel Titan. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
MANN, Thomas. Introdução à Montanha Mágica para os alunos de Princeton. Perspectivas, São Paulo, 19: p. 131-142, 1996.
MANN, Thomas. A gênese do Doutor Fausto. Trad. Eduardo F. Henrique. 1. ed. São Paulo: Editora Mandarim, 2001.
MAZZARI, Marcus Vinícius. Labirintos da aprendizagem: pacto fáustico, romance de formação e outros temas da literatura comparada. 1. ed. São Paulo: Editora 34, 2010.
MAZZARI, Marcus Vinícius. “Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister: “Um magnífico arco-íris” na história do romance.” Literatura e Sociedade, n. 27, São Paulo: FFLCH-USP, jan.-jul., 2018, p. 12-30.
RAMIRES, Francisco José. “A montanha mágica: formação e fortuna de Hans Castorp.” Literatura e Sociedade, n. 28, São Paulo: FFLCH-USP, jul.-dez., 2018, p. 163-182.
SCHWARZ, Roberto. “Grande Sertão e Doutor Fausto”. 2. ed. In: A sereia e o desconfiado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 191.
VEJMELKA, Marcel. “A travessia perigosa: Grande sertão: veredas e Doutor Fausto em leitura dialógica.” Estudos Avançados 23 (65), 2009.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Luísa de Quadros Coquemala
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
- Los autores conservan los derechos autorales y conceden a la revista el derecho a la primera publicación, con el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Licença Creative Commons Attribution que permite la divulgación de este trabajo con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Los autores tienen autorización para asumir contratos adicionales separadamente, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (p.e. publicar en archivos institucionales o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Los autores tienen permiso y son estimulados a publicar y distribuir su trabajo online (p.e. en archivos institucionales o en su página personal) en cualquier momento, sea antes o durante el proceso editorial, ya que puede provocar modificaciones productivas, así como aumentar el impacto y la citación del trabajo publicado (ver O Efeito do Acesso Livre).