Como os algoritmos do YouTube calculam valor?
Uma análise da produção de valor para vídeos digitais de música através da lógica social de derivativo
DOI :
https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v12i2p193-215Mots-clés :
YouTube, Transferência de valor, Financeirização da vida cotidiana, Lógica social de derivativoRésumé
Neste artigo, analisa-se a técnica aplicada à produção de valores monetários para vídeos de música hospedados no YouTube à luz da teoria da lógica social de derivativo. Partindo do imbróglio sobre transferência de valor (value gap), a hipótese do trabalho é que o método utilizado para a criação de valor para vídeos digitais toma emprestadas técnicas desenvolvidas no mercado de derivativo. Esse fenômeno resulta na geração de valores monetários variáveis, o que acarreta, por seu turno, graves consequências para a organização social do mercado fonográfico na era digital.
##plugins.themes.default.displayStats.downloads##
Références
ARNOLDI, J. Derivatives: virtual values and real risks. Theory, Culture and Society, London, v. 21, n. 6, p. 23-42, 2004. DOI: https://doi.org/10.1177/0263276404047414
ARVIDSSON, A. Facebook and finance: on the social logic of the derivative.Theory, Culture and Society, London, v. 33, n. 6, p. 3-23, 2016. DOI: https://doi.org/10.1177/0263276416658104
BECK, U. La sociedad de riesgo: hacia una nueva modernidad. Barcelona: Paidós, 2006.
BECKERT, J. What is sociological about economic sociology? Uncertainty and the embeddedness of economic action. Theory and Society, Dordrecht, v. 25, n. 6, p. 803-840, 1996. DOI: https://doi.org/10.1007/BF00159817
BEUNZA, D.; STARK, D. Tools of the trade: the socio-technology of arbitrage in a Wall Street trading room. Industrial and corporate change, Oxford, v. 13, n. 2, p. 369-401, 2004. DOI: https://doi.org/10.1093/icc/dth015
BOLTANSKI, L.; CHIAPELLO, È. O novo espírito do capitalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
BRYAN, D.; RAFFERTY, M. Financial derivatives as social policy beyond crisis. Sociology, London, v. 48, n. 5, p. 887-903, 2014. DOI: https://doi.org/10.1177/0038038514539061
BURGUESS, J.; GREEN, J. YouTube e a revolução digital. São Paulo: Aleph, 2009.
CARNEIRO, R. M. et al. A quarta dimensão: os derivativos em um capitalismo com dominância financeira. Texto para Discussão, Campinas, n. 199, p. 1-33, dez. 2011.
CUNNINGHAM, S.; CRAIG, D.; SILVER, J. YouTube, multichannel networks and the accelerated evolution of the new screen ecology. Convergence, London, v. 22, n. 4, p. 376-391, 2016. DOI: https://doi.org/10.1177/1354856516641620
DAVIDSON, J. et al. The YouTube video recommendation system. RecSys, Barcelona, v. 26, n. 30, p. 293-296, 2010. DOI: https://doi.org/10.1145/1864708.1864770
DELEUZE, G. Post-scriptum sobre a sociedade de controle. In: DELEUZE, G. Conversações. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2010. p. 219-226.
DE MARCHI, L. A destruição criadora da indústria fonográfica brasileira, 1999-2009: dos discos físicos aos serviços digitais. Rio de Janeiro: Folio Digital, 2016.
DOUGLAS, M.; ISHERWOOD, B. O mundo dos bens: para uma antropologia do consumo. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2006.
FARHI, M. Derivativos financeiros: hedge, especulação e arbitragem. Economia e Sociedade, Campinas, v.13, p. 93-114, 1999.
FOUCAULT, M. Nascimento da biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
FRANCISCO, P. A., VALENTE, M. G. Da rádio ao streaming: ECAD, direito autoral e música no Brasil. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2016.
HERSCHMANN, M. Indústria da música em transição. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2010.
INTERNATIONAL FEDERATION OF THE PHONOGRAPHIC INDUSTRY. Global music report: state of the industry overview 2016. London: IFPI, 2016.
INTERNATIONAL FEDERATION OF THE PHONOGRAPHIC INDUSTRY. Global music report: state of the industry overview 2017. London: IFPI, 2017a.
INTERNATIONAL FEDERATION OF THE PHONOGRAPHIC INDUSTRY. Music consumer insight report September 2017. London: IFPI, 2017b.
KISCHINHEVSKY, M.; VICENTE, E.; DE MARCHI, L. Em busca da música infinita: os serviços de streaming e os conflitos de interesse no mercado de conteúdos digitais. Revista Fronteiras, São Leopoldo, v. 17, n. 3, p. 302-311, 2015. DOI: https://doi.org/10.4013/fem.2015.173.04
KNORR-CETINA, K.; BRUEGGER, U. Markets as an object of attachment: exploring postsocial relations in financial markets. Canadian Journal of Sociology, Edmonton, v. 25, n. 2, p. 141-168, 2000. DOI: https://dx.doi.org/10.2307/3341821
KNUTH, D. E. Algorithms in modern mathematics and computer science. Relatório técnico. Stanford Department of Computer Science, Stanford, jan. 1980. p. 1-30.
KRIPPNER, G. The financialization of the American economy. Socio-Economic Review, Oxford, v. 3, n. 2, p. 173-208, 2005. DOI: https://doi.org/10.1093/SER/mwi008
LASH, S. A reflexividade e seus duplos: estrutura, estética, comunidade. In: BECK, U.; GIDDENS, A.; LASH, S. Modernização reflexiva: política, tradição e estética na ordem social moderna. São Paulo: UNESP, 1997. p. 135-206.
LAZZARATO, M.; NEGRI, A. Trabalho imaterial: formas de vida e produções de subjetividade. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
LÉPINAY, V. A. Codes of finance: engineering derivatives in a Global Bank. Princeton: Princeton University Press, 2011.
MACKENZIE, D.; MILLO, Y. Constructing a market, performing a theory: the historical sociology of a financial derivatives exchange. American Journal of Sociology, Chicago, v. 109, n. 1, p. 107-145, 2003. DOI: https://doi.org/10.1086/374404
MARTIN, R. After economy? Social logics of derivative. Social Text, Durham, v. 31, n. 1, p. 83-106, 2013. DOI: https://doi.org/10.1215/01642472-1958908
MUNIESA, F. Des marchés comme algorithmes: sociologie de la cotation électronique à la Bourse de Paris. 2003. 462 f. Tese (Doutorado em Socioeconomia da Inovação) – École Nationale Superieure des Mines de Paris, Paris, 2003.
NEYLAND, D. On organizing algorithms. Theory, Culture and Society, London, v. 13, n. 1, p. 119-132, 2015. DOI: https://doi.org/10.1177/0263276414530477
O’NEIL, C. Weapons of math destruction. Nova York: Crown, 2016.
PEOPLE, G. War of words: labels and trade groups target YouTube’s “value gap”. Billboard Magazine, 4 mar. 2016. Available at: <https://goo.gl/8PWpNt>. Access: 28 set. 2016.
RBB ECONOMICS. Value of YouTube for the music industry: Paper I, Cannibalisation. Technical report. London, may 2017.
SÁ, S. M. P.; HOLZBACH, A. D. #u2youtube e a performance mediada por computador. Galáxia, São Paulo, n. 20, p. 146-160, 2010.
SASSEN, S. Expulsões: brutalidade e complexidade na economia global. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016.
VAN DER ZWAN, N. Making sense of financialization. Socio-Economic Review, Oxford, n. 12, p. 99-129, 2014. DOI: https://doi.org/10.1093/ser/mwt020
VAROUFAKIS, Y. O minotauro global: a verdadeira origem da crise financeira e o futuro da economia global. São Paulo: Autonomia Literária, 2016.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
Les auteurs qui publient dans ce journal acceptent les termes suivants:
- Les auteurs conservent le droit d'auteur et accordent à la revue le droit de première publication, le travail étant concédé simultanément sous la licence Creative Commons Attribution (CC BY-NC-SA 4.0) qui permet le partage de l'œuvre avec reconnaissance de la paternité et de la publication initiale dans cette revue à des fins non commerciales.
- Les auteurs sont autorisés à assumer des contrats supplémentaires séparément, pour une distribution non exclusive de la version de l'ouvrage publiée dans cette revue (par exemple, publication dans un référentiel institutionnel ou en tant que chapitre de livre), avec reconnaissance de la paternité et de la publication initiale dans cette revue.