As batalhas dos escritores com a justiça

Autores

  • Jean-Pol Masson Université Libre de Bruxelles

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-3976.v6i12p05-22

Palavras-chave:

Escritores, Processos, Escritos políticos, Bons costumes, Responsabilidade

Resumo

Este estudo pretende traçar um panorama das dificuldade que os escritores franceses de belgas tiveram com a justiça em seus países, mais precisamente no que toca aos processos que o Ministério Publico abriu em torno de suas atividades literárias. Os processos contra os autores podem, primeiramente, estar ligados aos textos de natureza política. É o que encontramos sob o Antigo Regime (Diderot, Rousseau), durante a Revolução (André Chénier), sob a Restauração (Paul-Louis Courier, Béranger), sob o reino de Louis-Philippe (Daumier), a cada vez que os escritores atacam um ou outro aspecto do sistema político. Abordamos também o processo sofrido por Zola, sob a democrática IIIa República, por ter criticado o funcionamento da justiça militar. Novos processos se seguem ao longo da Segunda Guerra Mundial contra os autores que desagradam o governo de Vichy ou a ocupação alemã. A situação se inverte durante a liberação: desta vez são os escritores colaboracionistas que são postos diante da justiça e por vezes são severamente condenados (como Brasillach, condenado à morte). O outro tipo de processo contra escritores diz respeito às obras julgadas contrárias aos bons costumes. Há processos deste tipo desde o séc. XVII (Théophile de Viau). O encontramos ainda no séc. XIX, sendo os mais famosos os contra Flaubert e Baudelaire. O artigo examina, como conclusão, a questão da responsabilidade dos escritores. Si nos chocamos com os percalços vividos por diversos escritores durante os regimes não democráticos, é contudo natural que alguns escritos, como aqueles que glorificam o antissemitismo ou outras teorias nacionais-socialistas, tenham desencadeado processos contra seus autores.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Jean-Pol Masson, Université Libre de Bruxelles

    Professeur  de l’Université Libre de Bruxelles (Belgique).

Referências

ARON, Robert. L’Histoire de l’épuration. Paris : Fayard, 1967.
Arrêt de la Cour de Cassation du 31 mai 1949 : réhabilitant Les Fleurs du Mal à Charles Baudelaire. Disponible sur : https://fr.wikisource.org/wiki/Arrêt_de_la_Cour_de_Cassation_du_31_mai_1949
ASSOULINE, Pierre. L’épuration des Intellectuels. Paris : Perrin, 2017.
BEAUMARCHAIS, Pierre-Augustin Caron de. La Folle journée ou Le Mariage de Figaro. Paris : Ruault, 1785.
COURIER, Paul-Louis. Œuvres complètes. Paris: Gallimard, 1940.
DIDEROT, Denis. Oeuvres. Paris : Gallimard, 1946.
FRANCE, Anatole. L’île des pingouins. Paris : Gallimard, 1948.
FURETIÈRE, Antoine. Dictionnaire Universel. La Haye : A. et R. Leers, 1690.
LAVOCAT, Françoise. Fait et fiction : pour une frontière. Paris : Seuil, 2016.
LÈBRE, Gaston (dir.). La Revue des grands procès contemporains. Tome III. Paris : A Chevalier-Maresq, 1885.
LEDRÉ, Charles. La presse à l’assaut de la monarchie – 1815-1848. Paris : Armand Colin, 1960.
LELEU, Yves-Henri. Droit des personnes et des familles. 2ème éd. Bruxelles : Larcier, 2016.
LINDON, Raymond. Les droits de la personnalité - Dictionnaire juridique. Paris : Dalloz, 1983.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Profession de foi du vicaire savoyard. Coll. Folio Essais. Paris : Gallimard, 2010.

Publicado

2017-12-31

Como Citar

Masson, J.-P. (2017). As batalhas dos escritores com a justiça. Non Plus, 6(12), 05-22. https://doi.org/10.11606/issn.2316-3976.v6i12p05-22