O ESCRITOR-TRADUTOR: ENTRE TRADUÇÃO E CRIAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-3976.v0i9p162-175Palavras-chave:
escritor-tradutor, tradução, criação, Marcel Proust, Mario Quintana.Resumo
O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma reflexão teórica acerca do escritor-tradutor, de modo a problematizar a visão tradicional da tradução enquanto ato puramente mecânico de reprodução linguístico-textual do texto-fonte em outra língua. Desse modo, acredita-se que o escritor-tradutor, por sua condição dupla, na qual a criação é inerente à sua produção, forneça a substância necessária para se pensar a tradução enquanto ato criativo e não somente como reprodução servil. Busca-se com isso questionar certas questões polêmicas dentro dos Estudos da Tradução, tais como o conceito de equivalência, de fidelidade, além de refletir sobre a noção de autor e de obra original. Sustentando-se em autores como Foucault (1969), Wecksteen (2011), além dos aportes de escritores-tradutores como Marcel Proust e Mario Quintana sobre a tarefa do tradutor, analisar-se-á trechos retirados das traduções do primeiro e terceiro tomos da obra A la Recherche du Temps Perdu de Marcel Proust, publicadas pela Editora Globo de Porto Alegre e assinadas por Mario Quintana, a saber, No Caminho de Swann (1948) e O Caminho de Guermantes (1953).
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