Por uma fala: o negro corpo do discurso

Autores

  • Fabiana Carneiro da Silva Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2017.125154

Palavras-chave:

Corpo negro e discurso, Um defeito de cor, Intelectuais negras

Resumo

A necessidade de conceder centralidade ao debate sobre negritude e racismo no Brasil é uma reivindicação de longa data, realizada, sobretudo, pela população negra articulada em uma variedade de agrupamentos político-culturais. Ela remete a um dado concreto e complexo da sociedade brasileira contemporânea: a exclusão e/ou subalternização do negro e da negra do processo que em diversos âmbitos constituiu o que se entende como este estado-nação.  Neste artigo, tendo como pressuposto desdobramentos analíticos sobre a dicção de Kehinde, narradora do romance Um defeito de cor, pretendo refletir sobre o gesto de escrita da autora negra Ana Maria Gonçalves e num encadeamento autorreflexivo sobre meu próprio gesto de escrita enquanto intelectual não-branca. Na medida em que essas vozes buscam  visibilizar uma herança violenta, monstruosa, de um sistema em que a perversão escravista foi administrada sob o respaldo da racionalidade, proponho a investigação dos fundamentose limites de um discurso sobre negritude, os quais se inscrevem no corpo do sujeito enunciador. Desse modo,  retomo o debate sobre experiência e teoria,  atribuindo ao corpo negro o poder de interpelar a ideologia nacionalista e exigir que se repense o vínculo dos lugares de enunciação com o sistema historicamente engendrado e atualmente operante no Brasil. 

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Biografia do Autor

  • Fabiana Carneiro da Silva, Universidade de São Paulo
    Doutoranda pelo departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade de São Paulo

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Publicado

2017-06-10

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