Para além da fronteira: uma leitura do romance Estive em Lisboa e lembrei de você, de Luiz Ruffato, sob a ótica pós-modernista
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2020.166002Palavras-chave:
Pós-modernidade, Romance pós-moderno, Luiz RuffatoResumo
Resumo: Na pós-modernidade, a literatura, numa esfera global, tem passado por mudanças substanciais. Conforme explica Jean-François Lyotard (2002), o pós-moderno configura-se como o estado em que a cultura se encontra após as transformações que modificaram as regras dos jogos circunscritos à ciência, à literatura e às artes, a contar do século XIX. Nesse sentido, a lógica pós-moderna se insere sob um sistema diverso, multifacetado, promovendo, assim, a desestabilização do que Zygmunt Bauman (1998) nomina de “tempo-espaço” firme, durável. Partindo dessa acepção, este trabalho propõe uma análise de Estive em Lisboa e Lembrei de Você (2009), do escritor contemporâneo Luiz Ruffato, à luz de uma perspectiva pós-modernista. A prosa referida é narrada por Sérgio de Sousa Sampaio. Este, a partir de um discurso trivial, mas frenético, que, além do falar mineiro, subjaz à própria velocidade comum ao lócus urbano, conta as suas aventuras “arrivistas” (BAUMAN, 1998) em espaços demasiado díspares, a saber: Cataguases, Minas Gerais, e Lisboa, Portugal. A fim de sustentar os aspectos percebidos e evidenciados ao longo do estudo, as teorizações formuladas por Jean-François Lyotard (2002); Fredric Jameson (1982; 1984); Zygmunt Bauman (1998; 2005; 2008); David Harvey (1996); Leyla Perrone-Moisés (2016); entre outros, servem como base de fundamentação.
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