Transvaloração em Crônica da casa assassinada: Timóteo e o punhal de Lúcio Cardoso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2020.173759

Palavras-chave:

Lúcio Cardoso, Crônica da casa asssassinada, Friedrich Nietzsche, Transvaloração, Literatura brasileira, Filosofia

Resumo

Crônica da casa assassinada é, segundo Lúcio Cardoso, parte de seu movimento de luta contra Minas Gerais. Este artigo propõe uma análise da relação entre o autor e a sua terra natal, buscando compreender as razões pelas quais Lúcio se colocava contra Minas e a herança cultural dela advinda. Sob essa perspectiva, a noção nietzschiana de transvaloração de todos os valores se mostra como chave interpretativa válida, uma vez que o escritor brasileiro condenava a moral judaica. De tal modo, sendo o movimento de luta um movimento transvalorativo, tentar-se-á mostrar que Timóteo é aquele responsável pelo golpe final contra os Meneses, tornando-se o “assassino” da casa.

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Biografia do Autor

  • Diogo Andrade de Lima, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

    Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente desenvolve pesquisa de mestrado sobre os Diários de Lúcio Cardoso no Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários pela mesma instituição.

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Publicado

2020-12-20

Como Citar

Lima, D. A. de. (2020). Transvaloração em Crônica da casa assassinada: Timóteo e o punhal de Lúcio Cardoso. Opiniães, 17, 386-409. https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2020.173759