Teoria da Interseccionalidade, Desafios para Pesquisas Empíricas e Contribuições para a Psicologia
DOI:
https://doi.org/10.1590/1982-4327e3327Palavras-chave:
teoria da interseccionalidade, pesquisa empírica, psicologiaResumo
A Teoria da Interseccionalidade é uma importante contribuição das epistemologias feministas para o campo científico. Este estudo de revisão narrativa da literatura teve como objetivo discutir possibilidades e desafios metodológicos na produção e análise de evidências empíricas embasadas na Teoria da Interseccionalidade e contribuições para a Psicologia. Embora essa teoria esteja crescentemente sendo citada como base de pesquisas empíricas, ainda se identifica a dificuldade de articular seus pressupostos nos processos de produção de conhecimento. As abordagens qualitativas são predominantes no campo e observa-se avanços em métodos de análises estatísticas que permitem uma leitura interseccional em estudos quantitativos. A interseccionalidade contribui para compreender processos psicológicos e desafiar suposições dominantes e excludentes no campo da Psicologia. Adotar essa teoria requer uma implicação com o imperativo de transformação social e implica tornar as reivindicações, valores, práticas e relações de poder como cerne da produção de conhecimento científico, independentemente do campo estudado.
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