Franz Kafka, animal autobiográfico: colonização e subjetividade em "Um relatório para uma Academia"

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/

Palavras-chave:

Franz Kafka, animalidade, autobiografia, colonização, subjetividade

Resumo

A partir do vínculo entre autobiografia e animalidade, a narrativa Um relatório para uma Academia, de Franz Kafka, será analisada com objetivo de pensar as reverberações entre a experiência animal e as espoliações coloniais, além de atentar aos diversos efeitos subjetivos que resultam no silenciamento e nos constrangimentos gerados a reboque desse processo. Assim, a partir dos abalos criados por Kafka ao dar voz a um macaco em seu empenho ficcional, observa-se como a subjetividade colonial se expressa, especulando ainda as possíveis fissuras ensaiadas no gesto de descentramento da fala antropocêntrica.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. O aberto: O homem e o animal. Tradução de Pedro Mendes; Revisão técnica de Joel Birman. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução de Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1987.

BOULBINA, Seloua. Kafka's Monkey and Other Phantoms of Africa. Indiana University Press, 2019.

BOULBINA, Seloua. “Perdre le nord: un éloge de la désorientation”. In: Les miroirs vagabonds ou la décolonisation des savoirs (arts, littérature, philosophie). Paris: Les Presses du Réel, 2018, 17-27.

CELAN, Paul. A rosa de ninguém (Die Niemandsrose). Tradução de Mauricio Mendonça Cardozo. São Paulo: Editora 34, 2021.

CHRULEW, Matthew. “Managing Love and Death at the Zoo: The Biopolitics of Endangered Species Preservation”. Australian Humanities Review, n. 50, 137-157, 2011.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Kafka: por uma literatura menor. Tradução de Cíntia Vieira da Silva. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

DELEUZE, Gilles. A ilha deserta: e outros textos; edição preparada por David Lapoujade. Tradução de Luiz Orlandi et al. São Paulo: Iluminuras, 2006.

DERRIDA, Jacques. O animal que logo sou. Tradução de Fábio Landa. São Paulo: UNIFESP, 2002.

FAUSTO, Juliana. A cosmopolítica dos animais. São Paulo: n-1 edições, 2020.

KAFKA, Franz. Diários: 1909-1923. Tradução de Sergio Tellaroli. São Paulo: Todavia, 2021.

KAFKA, Franz. Um artista da fome/Construção. Tradução de Modesto Carone. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

KAFKA, Franz. Um relatório para uma Academia In: Um médico rural: pequenas narrativas. Tradução de Modesto Carone. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 59-72.

KIFFER, Ana. Vidas de borda. Bordas da vida. Medium [recurso online], 2019. <https://medium.com/@antofagica/vidas-de-borda-bordas-da-vida-8a6ca9065cc0> (13.03.2023).

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: Episódios de racismo cotidiano. Tradução de Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

LOPES, Adília. Aqui estão as minhas contas: antologia poética de Adília Lopes; prefácio e seleção Sofia de Sousa Silva. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019.

LUCHT, Marc; YARRI, Donna. Kafka’s creatures: animals, hybrids, and other fantastic beings / edited by Marc Lucht and Donna Yarri. Plymouth: Lexington Books, 2010.

MACIEL, Maria Esther. Literatura e animalidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.

MACIEL, Maria Esther. Literatura e subjetividade animal. Revista Dobra - Literatura, Artes, Design, n. 7, 1-11, 2021.

MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. Tradução de Sebastião Nascimento. São Paulo: n-1 edições, 2018.

MURICY, Katia. Ecce homo: a autobiografia como gênero filosófico. In: MURICY, Katia. Figuras da verdade: Nietzsche, Benjamin e Foucault. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; Belo Horizonte: Relicário, 2020, p. 11-35.

PRECIADO, Paul B. “Le féminisme n’est pas un humanisme”. Libération, 26/09, 2014. <http://www.liberation.fr/chroniques/2014/09/26/lefeminisme-n-est-pas-un-humanisme_1109309> (13.03.2023).

PUCHEU, Alberto. Kafka poeta. Rio de Janeiro: Azougue, 2015.

SALZA, Luca. Fragments pour une lecture destituante de Kafka. K. Revue transeuropéenne de philosophie et arts, v.1, n. 2, 12-24, 2018.

SELIGMANN-SILVA, Marcio. Mal-estar na cultura: corpo e animalidade em Kafka, Freud e Coetzee. Alea: Estudos Neolatinos [online], v. 12, n. 2, 205-222, 2010.

TROCOLI, Flávia. Kafka sem abrigo. In: PUCHEU, Alberto. Kafka poeta. Rio de Janeiro: Azougue, 2015, 9-17.

Downloads

Publicado

2024-07-07

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

MARTINS DA SILVA, Gabriel. Franz Kafka, animal autobiográfico: colonização e subjetividade em "Um relatório para uma Academia". Pandaemonium Germanicum, São Paulo, Brasil, v. 27, n. 53, p. 312–328, 2024. DOI: 10.11606/. Disponível em: https://revistas.usp.br/pg/article/view/226907.. Acesso em: 8 jul. 2024.