Uma trajetória imagética: a construção de uma Pastora Trans

Autores

Palavras-chave:

Religião, Gênero, Mídia, Biografia, Trajetória

Resumo

Neste artigo propomos analisar através de imagens a trajetória de Alexya Salvador, que se iconiza como a primeira pastora transgênero latino-americana, vinculada à Igreja da Comunidade Metropolitana de São Paulo (ICM) e segue em ato, como candidata a vereadora na cidade de São Paulo, encarnando publicamente a bancada evangélica de esquerda. Pretendemos refletir sobre o modo como ao longo de uma década os meios de comunicação digitais, televisivos e escritos contaram a trajetória biográfica de Alexya e de sua família através de imagens. Pensaremos duas questões principais: em primeiro lugar, a relação entre biografia e ciências sociais; em segundo lugar, a trajetória pública de Alexya Salvador e os reflexos que a circulação de imagens tiveram na constituição de sua pessoa-personagem.

Biografia do Autor

  • Olívia Alves Barbosa, Universidade de São Paulo

    Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo.

  • Renata Nagamine, Universidade Federal da Bahia

    Doutora em Direito Internacional pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Pós-Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade Federal da Bahia.

  • Aramis Luis Silva, Universidade Federal de São Paulo

    Doutor em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo. Pós-doutorando do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Paulo e Pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento.

Referências

Anderson, Benedict. 1991. Imagined Communities: Reflections on the Origins and Spread of Nationalism. London-New York: Verso.

Barthes, Roland. 1984. A câmara clara: nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Benjamin, Walter: 1987. “Pequena História da Fotografia”. IN Benjamin: Magia e Técnica, arte e política - ensaios sobre literatura e história da cultura. Ed. Brasiliense, SP, pp. 91-107.

Bourdieu, Pierre. 1986. “L’Illusion Biographique”. In Actes de la Recherche en sciences sociales. Vol. 62-63, pp. 69-72.

Didi-Huberman, Georges. 2012. “Quando as imagens tocam o real”. Pós: Belo Horizonte, v.2, n.4, pp. 204-219.

Globo Repórter. “Igreja que não discrimina fiéis recebe gays e trans de braços abertos”. Disponível em: <http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2016/09/igreja-que-naodiscrimina-fieis-recebe-gays-e-trans-de-bracos-abertos.html>. Acesso em 02 mai. 2020.

GNT. “Histórias de adoção”. Alexya e Roberto. Temporada 2, episódio 3. Exibição em 30 de mai. 2017. Disponível em: <https://globosatplay.globo.com/assistir/c/p/v/5870560/>. Acesso em: 02 mai. 2020.

Gonçalves, Marco Antonio e HEAD, Scott: Devires imagéticos: a etnografia, o outro e suas imagens.

Rio de Janeiro: FAPERJ e 7 Letras, 2009.

ICM. “Igreja da Comunidade Metropolitana de São Paulo. Culto de ordenação clerical de Alexya Salvador”. Disponível em <https://www.facebook.com/icmsp/videos/2611996965521927> (último acesso em 19 de abril de 2020).

Samain, Etienne. 2012. “As peles da fotografia: fenômeno, memória/arquivo, desejo”. VISUALIDADES, Goiânia v. 10 n. 1, pp. 151-164.

Schwarcz, Lilia Moritz: 2013. “Biografia como gênero e problema”. História social, n. 24, primeiro semestre 2013, pp. 51-73.

Turner, Victor; Bruner, Edward. 1986. The Anthropology of Experience. Urbana e Chicago: University of Illinois Press.

Downloads

Publicado

2021-12-10

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Barbosa, O. A., Nagamine, R. ., & Silva, A. L. (2021). Uma trajetória imagética: a construção de uma Pastora Trans. Ponto Urbe, 29, 1-17. https://revistas.usp.br/pontourbe/article/view/217179