Quando o “nativo” é pesquisador: notas sobre o trabalho de campo no Santo Daime

Autores

  • Mateus Henrique Zotti Maas Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria

DOI:

https://doi.org/10.11606/8k2zsm93

Palavras-chave:

Antropologia da Religião, Antropologia Urbana, religiões Ayahuasqueiras, Santo Daime, relato de campo

Resumo

Neste breve relato de campo faço uma reflexão sobre o trajeto etnográfico da pesquisa que venho realizando em uma igreja do Santo Daime, no Céu do Beija-Flor, desde 2012. A especificidade desta pesquisa é o meu envolvimento pessoal com o grupo estudado, onde sou um iniciado, membro ativo dos trabalhos da casa, um fardado. Para tal intento, trago para o diálogo experiências e reflexões de etnógrafos que vem estudando a sociedade moderna, contemporânea, aquela que acostumamos a vulgarmente denominar “nós”. Como chave interpretativa, faço uma analogia entre o processo de iniciação acadêmica e religiosa, processos ocorrem em mim enquanto pessoa e pesquisador e que suscitam uma série de reflexões: Como fundamentar uma pesquisa objetiva sobre o grupo do qual faço parte como “nativo”? Quais são os benefícios e problemas do olhar de dentro de um iniciado? Quais reflexões esse tipo de pesquisa pode trazer para dentro da disciplina?

 

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Publicado

2015-12-30

Edição

Seção

Etnográficas

Como Citar

Maas, M. H. Z. . (2015). Quando o “nativo” é pesquisador: notas sobre o trabalho de campo no Santo Daime. Ponto Urbe, 17, 1-10. https://doi.org/10.11606/8k2zsm93