Como os cães sonham: naturezas amazônicas e as políticas do engajamento transespécies

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4000/pontourbe.3326

Palavras-chave:

Antropologia da Vida, Relações Humano-Animal, Selves não-humanos, Amazônia, Semiótica, Perspectivismo, Multinaturalismo

Resumo

Sob a rubrica de uma "antropologia da vida", procuro expandir o alcance da etnografia para além dos limites humanos. Com base na pesquisa com os Runa da Alta Amazônia equatoriana e focando em propósitos heurísticos, em um dilema etnológico a respeito de como interpretar os sonhos dos cães, examino as relações, íntimas e intensas, que os Runa possuem com outras formas de vida. Enquadramentos analíticos forjados a partir do que é exclusivo dos humanos (língua, cultura, sociedade e história) ou, alternativamente, o que os humanos geralmente compartilham com os animais, são inadequados para essa tarefa. Por contraste, me volto para uma compreensão incorporada e emergente da semiose – que trata signos como inerentes à vida e não apenas restritos aos humanos -, assim como para uma apreciação às preocupações amazônicas sobre os pontos de vista habitados pelos selvesNT1 não-humanos, movendo a antropologia para além “do humano”, tanto analiticamente quanto como objeto de estudo.

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Biografia do Autor

  • Pedro Crepaldi Carlessi, Fundação Oswaldo Cruz

    Farmacêutico, Mestre em Ciências Ambientais (UNIFESP), Doutor em Saúde Coletiva (USP) com parte de sua pesquisa realizada no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (doutorado sanduíche). Atualmente é pesquisador bolsista da Fundação Oswaldo Cruz e colaborador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. Se dedica fundamentalmente às formas de acesso e patrimonialização da sociobiodiversidade, assim como suas implicações na organização, legitimação e identidade de diferentes expressões da ruralidade brasileira. Premiado com a menção honrosa de Ciências Sociais e Saúde do prêmio Cecília Donnangelo (2021). Trafega pelas ciências sociais, ambientais e da saúde através de temas como: (1) regimes de conhecimento associados a sociobiodiversidade; (2) patrimonialização; (3) regulamentação sanitária, concepções jurídicas da natureza e lutas socioambientais; (4) sistemas de saúde e políticas públicas; (5) participação comunitária e controle social na saúde; (6) práticas de cura; produção de corpos e cuidados. Fonte; Lattes

  • Lucas Lima dos Santos, UNICAMP

    Doutor em Antropologia Social pelo PPGAS/UNICAMP. Mestre em Culturas e Identidades Brasileiras pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), na Universidade de São Paulo. Integrante do Laboratório Pós-Disciplinar de Estudos (LAPOD, pela USP, UNICAMP e UNIFESP), pesquisador do Plant Studies Collaboratory (pela York University) e do Laboratório de Ficção, Ciência e Cultura (LABFICC - pela UNICAMP). Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2011) e graduado em Gerenciamento Costeiro pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Especialização em Gestão Ambiental pelo Senac. Experiências com coletivos considerados tradicionais localizados em Unidades de Conservação, na Mata Atlântica e Amazônia. Conhecimentos em antropologia ecológica, etnografias multiespecies, antropologia da ciência e da tecnologia, etnobiologia, políticas públicas de conservação da biodiversidade e de afirmação de populações tradicionais.Fonte: Lattes

  • Felipe Policisse, Universidade de São Paulo

    É estudante de graduação em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo ( FFLCH/USP)

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Publicado

2016-12-31

Edição

v. 19 (2016): Ponto Urbe 19

Seção

Traduções

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Copyright (c) 2016 Eduardo Kohn; Pedro Crepaldi Carlessi, Lucas Lima dos Santos, Felipe Policisse

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Como Citar

Kohn, E. . (2016). Como os cães sonham: naturezas amazônicas e as políticas do engajamento transespécies (P. Crepaldi Carlessi, L. . Lima dos Santos, & F. . Policisse , Trads.). Ponto Urbe, 19, 1-36. https://doi.org/10.4000/pontourbe.3326