Entre desrespeito e reconhecimento: racismo e sexismo no cotidiano de advogadas negras brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.4000/pontourbe.15314Palavras-chave:
etnografia, advocacia, feminismo negro, práticas de liberdade, lutas por reconhecimentoResumo
Neste artigo analiso situações nas quais advogadas, interlocutoras de pesquisa etnográfica, vivenciaram experiências de desrespeito envolvendo questões de raça e gênero no contexto de sua atuação profissional. Faço uso dos conceitos de racismo e sexismo (Gonzalez, 2018; 2020), de insulto moral (Cardoso de Oliveira, 2002) e reificação racial (Morais Lima, 2020) para tratar das diferentes situações em que as expectativas de reconhecimento são negadas e acompanhadas de rebaixamento e desqualificação. Também procuro esboçar em que circunstâncias é possível pensar as mesmas experiências profissionais ressignificadas em termos de práticas de liberdade (Hooks, 2013) e de lutas por reconhecimento (Honneth, 2003).
Downloads
Referências
ALMEIDA, Sílvio Luiz. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento, 2018.
ALLEN, Amy. Emancipação sem utopia. Novos Estudos CEBRAP, Nov., 103, 2015, p.115-132.
BERTH, Joice. O que é empoderamento?. Belo Horizonte: Letramento, 2018.
BOHANNAN, Paul. Justice and Judgmment among the Tiv. London: Oxford University Press, 1968.
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2007.
CARDOSO DE OLIVEIRA, Luís Roberto. Direito Legal e Insulto Moral: Dilemas da cidadania no Brasil, Quebec e EUA. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.
BENTO, Cida. Pacto da Branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
DAMATTA, Roberto. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. 2º Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
GEERTZ, Clifford. O saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa. 13ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
GLUCKMAN, Max. The Judicial Process among the Barotse of Northern Rhodesia (Zambia). Manchester: Manchester University Press, 1967.
GONZALEZ, Lélia. Primavera para as rosas negras: Lélia Gonzalez em primeira pessoa. 1ª Ed. Diáspora Africana: Editora Filhos da África, 2018.
GONZALEZ, Lélia. A mulher negra na sociedade brasileira: Uma abordagem político-econômica. In:. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Orgs. Flávia Rios, Márcia Lima. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2020, p. 49-64.
HABERMAS, Jünger. A inclusão do outro: estudos de teoria política. São Paulo: Editora Unesp, 2018.
HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: A gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo: Editora 34, 2003.
HONNETH, Axel. O direito da liberdade. São Paulo: Martins Fontes - Selo Martins, 2015.
HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática de liberdade. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013.
KANT DE LIMA, Roberto. Ensaios de antropologia e de direito: acesso à justiça e processos institucionais de administração de conflitos e produção da verdade em uma perspectiva comparada. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.
LEWELLYN, Karl N. e HOEBEL, E. Adamson. The Cheyene way: conflict and case law in primitive jurisprudence. Buffalo [N.Y]: W.S. Hein & Co, 2002.
MAINE, Henry James Sumner. Ancient Law, its Connection with the Early History of Society, and its Relation to Modern Ideas. Tucson, Arizona: The University of Arizona Press, 1986.
MALINOWSKI, Bronislaw. Crime and custom in Savage Society. New Jersey: Harcourt, Brace & Company, Inc, 1926.
MARX, Karl. Crítica da filosofia do direito de Hegel. 2ª Ed. São Paulo: Boitempo, 2010.
MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Livro I: O processo de produção do capital. 2ª Ed. São Paulo: Boitempo, 2017.
MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva. Forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. In: Sociologia e Antropologia. V. II. São Paulo: Edusp, 2003.
MORAIS LIMA, Andressa Lidicy. Azul Profundo: Etnografia das práticas de advocacia feminista e antirracista na Bahia. 447f. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Universidade de Brasília, Brasília, 2020a.
MORAIS LIMA, Andressa Lidicy. Alteridades denegadas e reificação racial no sistema de justiça. In: 44º Encontro Anual da ANPOCS, 2020, USP. Anais do 44º Encontro Anual da ANPOCS. São Paulo: Síntese Eventos, 2020b.
MORAIS LIMA, Andressa Lidicy. Cor, dor e gênero nas teorias da reciprocidade. In: VII Reunião Equatorial de Antropologia REA, Migrações, Deslocamentos e Diásporas: Violações de Direitos, 2022, UFRR. Anais da VII Reunião Equatorial de Antropologia REA, Migrações, Deslocamentos e Diásporas: Violações de Direitos. Recife: Even3, 2022. v.1.
PIEDADE, Vilma. Dororidade. 1ª Ed. São Paulo: Editora Nós, 2017.
RADCLIFFE-BROWN, Alfred Reginald. Estrutura e função na sociedade primitiva. Petrópolis: Vozes, 1973.
SCHAPERA, Isaac. Married Life in an African Tribe. London: Faber and Faber, 1940.
SILVA, Salete Maria da; WRIGHT, Sonia Jay. Uma reflexão feminista sobre o conceito de justiça de gênero. Revista de Teorias da Justiça, da Decisão e da Argumentação Jurídica. V. 2. n. 1., Jan/jun., 2016, p. 42-62.
TAYLOR, Charles. As fontes do Self: a construção da identidade moderna. 2° Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2005.
WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. 4ª Ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2015.
YOUNG, Iris Marion. Justice and Politics of Difference. Princeton: University Press, 1990.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Andressa Lidicy Morais Lima
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.