O Mercado Novo: transformações e composições no espaço urbano de Belo Horizonte, Minas Gerais

Authors

  • Nícia Beatriz Monteiro Mafra PUC Minas
  • Candice Vidal e Souza PUC Minas

DOI:

https://doi.org/10.11606/je4brp92

Keywords:

mercado novo (BH/MG), mercados públicos, composições urbanas, renovação urbana, consumo cultural

Abstract

Os mercados públicos vêm passando por transformações no espaço urbano pertinentes à constante renovação nas sociedades complexas onde ocorrem processos sociais de dissolução e ressignificação dos espaços públicos. O Mercado Novo de Belo Horizonte congrega diversos grupos sociais, desde os tradicionais comerciantes do mercado de abastecimento a diferentes prestadores de serviços, como pequenas gráficas, luthiers, torneiros, serralheiros, pequenos comércios, que convivem com espaços ocupados por músicos e artistas. O prédio, originalmente criado para suprir o Mercado Central como uma área de abastecimento complementar, passou por modificações ao longo do tempo, as quais envolvem aspectos da propriedade pública e privada de seus ambientes, em um espaço onde ocorrem diversas combinações na convivência entre os vários tipos de atores e atividades. O artigo analisa as composições dos espaços e de redes de interações sociais que os habitam a partir de dados de observação participante, conversas informais e levantamento de informações complementares.

Author Biographies

  • Nícia Beatriz Monteiro Mafra, PUC Minas

    Possui mestrado profissional em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável, pelo IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas/ UNICAMP, mestrado acadêmico em Turismo e Meio Ambiente pela UNA e é doutoranda em Ciências Sociais pela PUC Minas, onde é beneficiada com bolsa CAPES.

  • Candice Vidal e Souza, PUC Minas

    Doutora em Antropologia Social/Museu Nacional/ UFRJ, professora do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais /PUC Minas.

References

ALCÂNTARA, M. F. 2018. “Gentrificação e “hipsterização”: um estudo sobre a Vila Buarque (São Paulo, Brasil)”. Sociabilidades Urbanas – Revista de Antropologia e Sociologia, v. 2, n.6: 31-48.

ANDRADE, L. 2017. “Os Mercados e os Dilemas da Autenticidade. Uma análise do Mercado Central de Belo Horizonte”. Interseções n.2: 443-462.

AMIN, A. & THRIFT, J. 2004. The Emancipated City, in LESS, L. (ed.) The Emancipated City? Paradoxes and Possibilities. London: Sage, pp. 231-235.

BRANT, F. 2004. Mercado Central. Belo Horizonte: Conceito.

CARDOSO, J.M. 2013.Cidades em miniatura: a revitalização urbana do Meatpacking District, em Nova York, e da região da Luz em São Paulo. Belo Horizonte: Comunicação de Fato Editora.

CARMAN, M. 2006. Las trampas de la cultura. Los “intrusos” y los nuevos usos del barrio de Gardel. Buenso Aires: Paidós.

CASTELLS, M. 2006. “O espaço de fluxos”. In: A Sociedade em Rede. Rio de Janeiro: Paz e Terra, pp. 467-521.

CORDERO, A.H. 2017. “Los mercados públicos: espacios urbanos em disputa”. Iztapalapa Revista de Ciencias Sociales y Humanidades n.83:165-186.

CARMAN, M. 2006. Las trampas de la cultura: los intrusos y los nuevos usos del bairro de Gardel. Buenos Aires: Paidós.

DARSTON, L. e GALISON, P. 2010. Objectivity. New York: Zone Books.

DE LANDA, M. 2006. A new philosophy of society. assemblage theory and social complexity. New York: Continuum Books.

DINIZ, L. S.; SILVA, C. P. B. 2019. “Reestruturação estratégica e gentrificação em Belo Horizonte: novo cenário, velhas medidas”. Urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana, v.11, Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

FARÍAS, I. 2010. “Introduction: decentering the object of urban studies”. In: I. Farías and Thomas Bender (Org.). Urban assemblages: how actor-network theory changes urban studies. Routledge: New York. pp. 1-24.

FILGUEIRAS, B.S.C. 2006. Do mercado popular ao espaço de vitalidade: o Mercado Central de Belo Horizonte. Rio de Janeiro: Dissertação de Mestrado em Planejamento Urbano e Regional. UFRJ.

FLORIDA, Richard. 2014. The Rise of the Creative Class - Revisited: Revised and Expanded. Nova York: Basic Books.

FRÚGOLI JR, H.; TALHARI, J.C. 2014. “Entre o tecido físico e social das cidades. Entrevista com Sharon Zukin”. Revista Brasileira de Ciências Sociais. v.19, n.84: 7-24.

FREIRE, A. L. O. 1999. O comércio tradicional e as transformações na cidade. São Paulo: Tese de Doutorado em Geografia, FFLCH, USP.

______________. 2010. “O desenvolvimento do comércio e a produção do espaço urbano”. GeoTextos n. 2: 11-32.

______________. 2018. “Mercados Públicos: de equipamentos de abastecimento de alimentos a espaços gastronômicos para o turismo”. Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia do Departamento de Geografia da UFES pp.176-198.

HANNERZ, U. 1986. Exploring the city. Inquiries toward an urban anthropology. New York: Columbia University Press.

LATOUR, B. 2012. Reagregando o Social. Salvador: Edufba.

LLOYD, Richard. 2010. Neo-Bohemia: art and commerce in the postindustrial city. 2 ed. Nova York: Routledge.

LEMOS, A. 2013. “Espaço, mídia locativa e teoria ator-rede”. Galaxia. Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica n. 25:52-65.

LOPES, R.F. 2015. Considerações sobre os Mercados Públicos: relação de sociabilidade e vitalidade urbana nas cidades. Publicado no III Colóquio Internacional sobre Comércio e Cidade: uma relação de origem. Eixo temático: Comércio, cultura e sociabilidade: comércio e espaço público.

MAGNANI, J.G.C. 2002. “De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana”. Revista Brasileira de Ciências Sociais n. 49: 11-29.

MARTÍNEZ-RIGOL, S. 2005. “A gentrification. Conceito e método”. In: CARLOS, A.F.A; CARRERAS, C. Urbanização e mundialização, estudos sobre a metrópole. São Paulo: Contexto.pp. 98-121.

MENDES, L. 2008. A “crise” do marxismo e as geografias pós-modernas no estudo da gentrificação. E-cadernos CES (2):1-30.

__________. 2011. Cidade pós-moderna, gentrificação e a produção social do espaço fragmentado. Cadernos Metrópole n.13 (26):473-495.

MOURA, C.P.de. 2010. Condomínios e gated communities: por uma antropologia das novas composições urbanas. Anuário Antropológico (II): 209-232.

OCEJO, Richard E. 2017. Masters of Craft: Old Jobs in the New Urban Economy. Princeton: Princeton University Press.

ONG, A. & COLLIER, S. 2005. “Global assemblages, anthropological problems. In: Ong, A.; Collier, S. (org). Global assemblages technology, politics and ethics as anthropological problems”. Oxford: Blackwell Publishing.

PARRA, I.D. 2013. “La gentrificación em la cambiante estrutura socioespacial de la ciudad”. Revista Bibliográfica de Geografía Y Ciencias Sociales, Universidad de Barcelona, XVIII, n.1030: 1-21.

PIMENTEL, T.D.; SOARES, A.S.; LIMA, G.C.O; MENDONÇA, M.C.N.; LEITE-DA-SILVA, A. R. 2006. “A (des) construção institucional do Mercado Central de Belo Horizonte”. ANPAD, 30, Salvador/BA.

PINTAUDI, Silvana Maria. 2006. Os mercados públicos: metamorfoses de um espaço na história urbana. Scripta Nova 218: s.p.

SASSEN, S. 1999. The global city. Princeton: Princeton University Press.

SMITH, N. 2006. "A gentrificação generalizada: de uma anomalia local à “regeneração” urbana como estratégia global". In: BIDOU-ZACHARIASEN, C. De volta à cidade: dos processos de gentrificação às políticas de “revitalização” dos centros urbanos. São Paulo: Annablume. pp.59-85.

VALLADARES, L.P. 2018. A Sociologia Urbana de Robert E. Park. Rio de Janeiro: Editora UFRJ.

VALE, L.M.E.do; JOAQUIM, N.F. 2017. Legume nosso de cada dia: o hortifrúti na história da gestão ordinária do Mercado Central de Belo Horizonte. Gestão & Conexões n.2: 54-73.

ZEIDERMAN, A.; KAKER, S. A.; SILVER, J. e WOOD, A. 2015. “Uncertainty and urban life”. Public Culture 27 (2): 281-304.

ZUKIN, S. 2000. “Paisagens urbanas pós-modernas: mapeando cultura e poder. In: Arantes, A. O espaço da diferença. Campinas, SP: Papirus. pp. 104-115.

_________. 2010. Naked city: the death and life of authentic urban places. Nova York: Oxford University Press.

ZUKIN, S e KASINITZ, P. 2015. From “gueto” to global: two neighborhood shopping streets in New York City"In: ZUKIN, S.; KASINITZ, P.; CHEN, X. Global Cities, Local Streets: Everyday Diversity from New York to Shanghai. Nova York: Routledge. pp. 29-57.

Sites e reportagens consultados

http://fjp.mg.gov.br/index.php/fjp-na-midia/3328-17-8-2015-velho-mercado-novo

https://www.otempo.com.br/pampulha/enfim-o-estrelato-empreendimentos-renovam-olhar-sobre-o-mercado-novo-1.2127339

https://www.uai.com.br/app/noticia/gastronomia/2019/01/18/noticias-gastronomia,240355/mercado-novo-e-revitalizado-e-ganha-lojas-de-quitutes-bar-e-restauran.shtml

http://www.nataliadornellas.com.br/materia.php?no-mercado-novo-cervejaria-viela-rafael-quick-henrique-gilberto-chef-comida

http://degustatividade.com.br/2018/10/tupis-mercado-novo-bh/

http://www.exploremg.com/2019/06/copa-cozinha-mercado-novo-bh.html

https://bhdicas.com/velho-mercado-novo

http://www.belohorizonte.mg.gov.br/compras/mercado-das-borboletas-metamorfose-pela-cultura

https://joaorenato.blogosfera.uol.com.br/2018/10/16/mercado-novo-prepara-o-seu-ressurgimento/

http://pbhativos.com.br/pmi-mercados-municipais/

https://zonaderisco.blogspot.com/2014/09/lembrancaincendio-no-mercado-novo-em.html

Documentos consultados

Levantamento das áreas de ocupação do NOVO MERCADO - Superintendência de Desenvolvimento da Capital - SUDECAP - Prefeitura de Belo Horizonte - PBH, Diretoria de Planejamento e Gestão / Divisão de Normas e Padrões, agosto, 2005.

PMI_001-2018_Mercados Municipais, Documentação de Propriedade. Parte integrante dos documentos disponibilizados pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte no processo PMI. Registro Geral, Cartório Bolívar, 3º Ofício de Registro de Imóveis, Livro 3-AO, Fls. 133, Reg. No 37.939. 2017.

ESTATUTO DE OCUPAÇÃO, Velho Mercado Novo, v.2, fevereiro de 2019.

Published

2019-12-25

Issue

Section

Artigos

How to Cite

Mafra, N. B. M. ., & Souza, C. V. e . (2019). O Mercado Novo: transformações e composições no espaço urbano de Belo Horizonte, Minas Gerais. Ponto Urbe, 25, 1-29. https://doi.org/10.11606/je4brp92