Genealogia da agressividade infantil no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: o diagnóstico entre clínica e política
DOI:
https://doi.org/10.1590/0103-6564e210051Palavras-chave:
agressividade, criança, DSM, diagnóstico, sofrimentoResumo
Este artigo faz uma análise genealógica da inclusão da “agressividade infantil” e suas variações no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) ao longo das suas edições. Começamos por avaliar a relevância da inclusão deste signo clínico nos critérios de diagnóstico, sobretudo a partir de 1980. Em seguida, analisamos as implicações clínicas e políticas desta inclusão, em particular no que concerne à construção de uma psicopatologia da infância e à definição social de normas de conduta. Por fim, analisamos como a ênfase colocada na normatização da agressividade infantil através de discursos normativos, em consonância com as exigências neoliberais de desempenho, contribui para o aumento da expressão da agressividade como forma de lidar com o mal-estar e com o sofrimento subjetivo.
Downloads
Referências
American Psychological Association. (1952). Diagnostic and Statistical Manual, Mental Disorders. Washington, DC: American Psychiatric Association.
American Psychological Association. (1968). Diagnostic and Statistical Manual, Mental Disorders: DSM-2 (2nd ed.). Washington, DC: American Psychiatric Association.
American Psychological Association. (1980). Diagnostic and Statistical Manual, Mental Disorders: DSM-3 (3rd ed.). Washington, DC: American Psychiatric Association.
American Psychological Association. (1994). Diagnostic and Statistical Manual, Mental Disorders: DSM-4 (4th ed.). Washington, DC: American Psychiatric Association.
American Psychological Association. (2013). Diagnostic and Statistical Manual, Mental Disorders: DSM-5 (5th ed.). Washington, DC: American Psychiatric Association.
Birman, J. (2014). Drogas, performance e psiquiatrização na contemporaneidade. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, 17(spe), 23-37. https://doi.org/10.1590/S1516-14982014000300003
Bourdieu, P. (2000). Les structures sociales de l’économie. Paris, France: Seuil.
Canguilhem, G. (1975). Le normal et le pathologique. Paris, France: PUF.
Caponi, S. (2016). Vigiar e medicar: o DSM-V e os transtornos ubuescos na infância. In S. Caponi, M. F. Vásquez-Valencia, & M. Verdi (Orgs.), Vigiar e medicar: estratégias de medicalização da infância (pp. 47-60). São Paulo, SP: LiberArs.
Castel, R. (2011). La gestion des risques: de l’antipsychiatrie à l’après-psychanalyse. Paris, France: Minuit.
Crocq, L. (1999). Les traumatismes psychiques de guerre. Paris, France: Odile Jacob.
Debord, G. (1992). La société du spectacle. Paris, France: Gallimard.
Delaporte, S. (2003). Les médecins dans la Grande Guerre (1914-1918). Paris, France: Bayard.
Dunker, C. I. L. (2014). Questões entre a psicanálise e o DSM. Jornal de Psicanálise, 47(87), 79-107. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352014000200006&lng=pt&tlng=pt
Foucault, M. (2001). Les anormaux: Cours au Collège de France (1974-1975). Paris, France: EHESS, Gallimard, Seuil.
Foucault, M. (2003). Le pouvoir psychiatrique: Cours au Collège de France (1973-1974). Paris, France: Gallimard, Seuil.
Foucault, M. (2004a). Sécurité, territoire, population: Cours au Collège de France (1977-1978). Paris, France: EHESS, Gallimard, Seuil.
Foucault, M. (2004b). Naissance de la biopolitique: Cours au Collège de France (1978-1979). Paris, France: Gallimard, Seuil.
Guarido, R. (2007). A medicalização do sofrimento psíquico: considerações sobre o discurso psiquiátrico e seus efeitos na Educação. Educação e Pesquisa, 33(1), 151-161. Recuperado de https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=29833110
Lacan, J. (1966a). L’agressivité en psychanalyse. In Écrits (pp. 101-123). Paris, France: Seuil.
Lacan, J. (1966b). La science et la vérité. In Écrits (pp. 855-877). Paris, France: Seuil.
Mannoni, M. (1973). Éducation impossible. Paris, France: Seuil.
Minard, M. (2013). Les deux premiers DSM. In M. Minard (Org.), Le DSM-ROI: La psychiatrie américaine et la fabrique des diagnostics (pp. 141-166). Toulouse, France: Érès. https://doi.org/10.3917/eres.minar.2013.01
Roudinesco, E. (2000). Por que a psicanálise?. Rio de Janeiro, RJ: Zahar.
Sauret, M.-J. (2017). La bataille politique de l’enfant. Toulouse, France: ERES.
Shorter, E. (2015). The history of nosology and the rise of the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. Dialogues in Clinical Neuroscience, 17(1), 59-67. https://doi.org/10.31887/DCNS.2015.17.1/eshorter
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Psicologia USP

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todo o conteúdo de Psicologia USP está licenciado sob uma Licença Creative Commons BY-NC, exceto onde identificado diferentemente.
A aprovação dos textos para publicação implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação para a revista Psicologia USP, que terá a exclusividade de publicá-los primeiramente.
A revista incentiva autores a divulgarem os pdfs com a versão final de seus artigos em seus sites pessoais e institucionais, desde que estes sejam sem fins lucrativos e/ou comerciais, mencionando a publicação original em Psicologia USP.