Revisitando as “Jornadas de Junho” das “bolhas” ao “choque”: reverberações no campo dos feminismos
DOI:
https://doi.org/10.1590/Palavras-chave:
Jornadas de Junho, feminismos, viralização, redes sociais, gêneroResumo
Este artigo tem como objetivo revisitar o percurso que emergiu a partir das “Jornadas de Junho” de 2013, no campo dos feminismos. O coletivo chamado “Putinhas Aborteiras”, o qual se constituiu no campo de organização do Bloco de Lutas Pelo Transporte Público, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, após ter suas músicas viralizadas nas redes sociais, passou a sofrer ameaças virtuais, ao mesmo tempo que conquistou identificações e apoio. A partir de uma análise atualizada desse percurso, é possível perceber que o campo dos debates de gênero fez parte de um jogo de narrativas e desinformações promovido pelo campo conservador. Conclui-se que as redes sociais desempenharam um papel ambíguo, ao visibilizar a pauta de maneiras que podem ser consideradas negativas e positivas. Apesar das tentativas de deslegitimação dos feminismos, suas reverberações vão para além da virtualidade, pois se encontram nos laços políticos, do afeto, da proteção mútua e do cultivo das relações.
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