Cuidado de profissionais de saúde e autocuidado das mulheres com câncer de mama
DOI:
https://doi.org/10.1590/0103-6564e230024Palavras-chave:
câncer de mama, saúde das mulheres, profissionais de saúdeResumo
Apesar de ser considerada uma doença potencialmente curável, o câncer de mama (excluindo o câncer de pele não melanoma) é a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres no mundo todo. Os profissionais de saúde exercem um papel relevante no processo de diagnóstico/tratamento do câncer de mama, tendo em vista que seu entendimento sobre a experiência das mulheres adoecidas impacta o curso do tratamento. Diante ao exposto, o objetivo deste estudo foi investigar as percepções de profissionais de saúde em relação ao enfrentamento das mulheres ao adoecimento por câncer de mama. Este artigo apresenta os resultados com metodologia qualitativa envolvendo quatro profissionais de saúde, que trabalham, voluntariamente, em uma organização não governamental (ONG) que apoia mulheres com câncer de mama no estado do Rio de Janeiro. Os discursos das profissionais evidenciaram cinco categorias de análise: “perda de mim”, “ressignificando a existência”, “se eu morrer”, “desconheço, logo, não adoeço” e “‘lógica’ do autocuidado”.
Downloads
Referências
Azevedo, R. F., & Lopes, R. L. M. (2006). Vivência do diagnóstico de câncer de mama e de mastectomia radical: percepção do corpo feminino a partir da fenomenologia. Online Brazilian Journal of Nursing, 5(1), 48-54. Recuperado de https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=361454001007
Barreto, A. S. B., Mendes, M. F. M., & Thuler, L. C. S. (2012). Avaliação de uma estratégia para ampliar a adesão ao rastreamento do câncer de mama no Nordeste brasileiro. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 34, 86-91. doi: 10.1590/S0100-72032012000200008
Bordo, S. R. (1997). O corpo e a reprodução da feminidade: Uma apropriação feminista de Foucault. In A. Jaggar & S. Bordo (Eds.), Gênero, corpo, conhecimento (pp. 19-41). Rio de Janeiro, RJ: Record.
Canesqui, A. M. (Org.). (2007). Olhares socioantropológicos sobre os adoecidos crônicos. São Paulo, SP: Editora HUCITEC.
Carvalho, P. L., Vilela Junior, G. B., Martins, G. C., Rocha, T. B. X., Manzatto, L., Grande, A. J., & Campos, E. S. (2013). Qualidade de vida de mulheres em tratamento de câncer de mama. Journal of the Health Sciences Institute, 31(2), 187-192. Recuperado de https://repositorio.unip.br/journal-of-the-health-sciences-institute-revista-do-instituto-de-ciencias-da-saude/qualidade-de-vida-de-mulheres-em-tratamento-de-cancer-de-mama/
Costa, J. M., Finco, G. M., Souza, R. L. G., Medeiros W. C. M., & Melo, M. C. M. (2016) Repercussões biopsicossociais do diagnóstico de câncer colorretal para pacientes oncológicos. Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar, 19(2), 5-23. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582016000200002
Donzelot, J. (1986). A polícia das famílias. Rio de Janeiro: Edições Graal.
Faria, N. C., Fangel, L. M. V., Almeida, A. M., Prado, M. A. S., Carlo, M. M. R. P. (2016). Ajustamento psicossocial após mastectomia – um olhar sobre a qualidade de vida. Psicologia, saúde & doenças, 17(2), 201-213. doi: 10.15309/16psd170208
Fox, S. A., Siu, A. L., & Stein, J. A. (1994). The importance of physician communication on breast cancer screening of older women. Arch Intern Med, 154(18), 2058-2068. Recuperado de https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/8092910/
Ginsburg, O., Bray, F., Coleman, M. P., Vanderpuye, V., Eniu, A., Kotha, S. R., … Conteh, L. (2017). The global burden of women’s cancers: a grand challenge in global health. The Lancet, 389(10071), 847-860. doi: 10.1016/S0140-6736(16)31392-7
Gomes, R., Skaba, M. M. V. F., & Vieira, R. J. S. (2002). Reinventando a vida: proposta para uma abordagem sócio-antropológica do câncer de mama feminina. Caderno de Saúde Pública, 18(1), 197-204. doi: 10.1590/S0102-311X2002000100020
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. (2015). Retrato das desigualdades de gênero e raça: Famílias chefiadas por mulheres, segundo cor/raça da chefe de família e localização do domicílio – Brasil e Regiões, 1995 a 2015. Recuperado de https://www.ipea.gov.br/retrato/indicadores_chefia_familia.html
Kübler-Ross, E. (1996). Sobre a morte e o morrer (7a ed., P. Menezes, Trad.). São Paulo, SP: Martins Fontes.
Liedke, P. E. R., Finkelstein, D. M., Szymonifka, J., Barrios, C. H., Chavarri-Guerra, Y., Bines, J., … Goss, P. E. (2014). Outcomes of Breast Cancer in Brazil Related to Health Care Coverage: A Retrospective Cohort Study. Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, 23(1), 126-133. doi: 10.1158/1055-9965.EPI-13-0693
Machado, M. X, Soares, D. A, & Oliveira, S. B. (2017). Significados do câncer de mama para mulheres no contexto do tratamento quimioterápico. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 27(3), 433-451. doi: 10.1590/s0103-73312017000300004
Medeiros, W. A. S, Rego, I. T. P., Oliveira, R. R. A., Nóbrega, W. F. S., Gomes, K. A. L. (2020). Repercussões emocionais e sociais do diagnóstico e do tratamento de câncer de mama: um estudo transversal. Revista Interdisciplinar em Saúde, 7(único), 218-235. Recuperado de https://www.interdisciplinaremsaude.com.br/Volume_28/Trabalho_17_2020.pdf
Minayo, M. C. S. (1994). O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo, SP: Hucitec.
Ministério da Saúde. (2017). Atenção Oncológica no SUS. Recuperado de https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cssf/arquivos/audiencia-06-07.2017/ap-06-07-2017-stella-lemke-ms
Mol, A. (2008). The Logic of Care: Health and the problem of patient choice (2a ed., Dutch: Peek Language Services, Trad.). Abingdon: Routlege.
Molina, M. A. S., & Marconi, S. S. (2006). Mudanças nos relacionamentos com os amigos, cônjuge e família após o diagnóstico de câncer na mulher. Revista Brasileira de Enfermagem, 59(4), 514-520. doi: 10.1590/S0034-71672006000400008
Møller, H., Henson, K., Lüchtenborg, M., Broggio, J., Charman, J., Coupland, V. H., … Purushotham, A. (2016). Short-term breast cancer survival in relation to ethnicity, stage, grade and receptor status: national cohort study in England. British Journal of Cancer, 115, 1408-1415. doi: 10.1038/bjc.2016.335
Organização Mundial da Saúde – OMS. (2020). International Agency for Research on Cancer – Global Cancer Observatory. Recuperado de https://gco.iarc.fr/
Portella, M. G. R., Dresch, V., Freire, M. M., & Siqueira, I. M. (2019). Breast cancer paradox: high curability versus high mortality from a gender perspective. Health, 11(10), 1257-1271. doi: 10.4236/health.2019.1110097
Primo, W. Q. S. P., & Garrafa, V. (2010). Análise ética da revelação do diagnóstico e tratamento em pacientes com câncer genital ou mamário. Revista da Associação Médica Brasileira, 56(4), 397-402. doi: 10.1590/S0104-42302010000400010
Rzeznik, C., & Dall’Agnol, C. M. (2000). (Re)descobrindo a vida apesar do câncer. Revista Gaúcha de Enfermagem, 21(n. especial), 84-100. Recuperado de http://hdl.handle.net/10183/23488
Salci, M. A., & Marcon, S. S. (2011). Após o câncer: uma nova maneira de viver a vida. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, 12(2), 374-383. Recuperado de https://enfispo.es/descarga/articulo/8802007.pdf
Salimena, A. M. O., Campos, T. S., Melo, M. C. S. C., & Magacho, E. J. C. (2012). Mulheres enfrentando o câncer de mama. Revista Mineira de Enfermagem, 16(3), 339-347. Recuperado de https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/bde-23914
Selli, L., Meneghel, S, Junges, J. R., & Vial, E. A. (2008). O cuidado na ressignificação da vida diante da doença. O Mundo da Saúde, 32(1), 85-90 Recuperado de http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/58/85a90.pdf
Silva, I. S., Stavola, B. L., Renna Junior, N. L., Nogueira, M. C., Aquino, E. M. L., Bustamante-Teixeira, M. T., & Silva, G. A. (2019). Ethnoracial and social trends in breast cancer staging at diagnosis in Brazil, 2001-14: a case only analysis. The Lancet, 7, e784-e797. doi: 10.1016/S2214-109X(19)30151-2
Silva, S., Melo, C. F., & Magalhães, B. (2019). A recidiva em oncologia pediátrica a partir da perspectiva dos profissionais. Psicologia, Saúde & Doenças, 20(2), 542-555. doi: 10.15309/19psd200221
Silva, C. M. G. C. H., Rodrigues, C. H. S.; Lima, J. C.; Jucá, N. B. H.; Augusto, K. L.; Lino, C. A.; … Caprara, A. (2011). Relação médico-paciente em oncologia: medos, angústias e habilidades comunicacionais de médicos na cidade de Fortaleza (CE). Ciência & Saúde Coletiva, 16(1), 1457-1465. doi: 10.1590/S1413-81232011000700081
Shimizu, H. E., Trindade, J. S., Mesquita, M. S., & Ramos, M. C. (2018). Avaliação do Índice de Responsividade da Estratégia de Saúde da Família na zona rural. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 52, 1-7. doi: 10.1590/s1980-220x2017020203316
Souza, G. M., Rosa, L. M., Arzuaga-Salazar, M. A., Radünz, V., Santos, M. J., Rangel-Flores, Y. (2021). Significado do câncer de mama no discurso das mulheres. Aquichan, 21(3), 1-10. doi: 10.5294/aqui.2021.21.3.8
Tomazelli, J. G., Girianelli, V. R., & Silva, G. A. (2018). Mulheres rastreadas para câncer de mama: acompanhamento por meio dos sistemas de informações em saúde, 2010-2012. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 27(3), 1-10. doi: 10.5123/s1679-49742018000300005
Tronto, J. (2007). Assistência democrática e democracias assistenciais. Sociedade e Estado, 22(2), 285-308. Recuperado de https://www.scielo.br/j/se/a/r8ZmgZVYSX9q4PQmYcFkBmK/abstract/?lang=pt
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Psicologia USP
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todo o conteúdo de Psicologia USP está licenciado sob uma Licença Creative Commons BY-NC, exceto onde identificado diferentemente.
A aprovação dos textos para publicação implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação para a revista Psicologia USP, que terá a exclusividade de publicá-los primeiramente.
A revista incentiva autores a divulgarem os pdfs com a versão final de seus artigos em seus sites pessoais e institucionais, desde que estes sejam sem fins lucrativos e/ou comerciais, mencionando a publicação original em Psicologia USP.
