Mura Hematology

The Paths through which Blood Flows

Authors

  • Fernando Augusto Fileno Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2019.156130

Keywords:

Mura, Blood, Ontology, Cosmology, Corporality, Amazonia

Abstract

Blood exists in the world as the source of life, inherent in the beings that utilize it, it also acts independently of it as a body. The blood that flows through the veins, vehicles in our scientistic cosmology of a cellular set of diversified nature is, for our interlocutors, spirit. The Mura understand blood, beyond its biological classification, as a plan of culture. In a word, blood is relationship. In the world-context of the Mura, inhabitants of the communities of the river Igapó-Açu, city of Borba (AM), blood is a trans-specific and trans-spatial communication medium. Our intention in this article is to present a hematology that accounts for the multiple possibilities that blood encompasses. If at first glance the blood resounds aspects of private life, we will be able to see how in a second moment it happens to be object of public interest and, mainly, cosmological.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

  • Fernando Augusto Fileno, Universidade de São Paulo
    Fernando Augusto Fileno é mestre pelo programa de pós-graduação em An- tropologia Social da Universidade de São Paulo. Possui graduação e licenciatura em História pela Universidade de São Paulo (2012), atualmente realiza ativida- des junto ao CEstA/USP, Centro de Estudos Ameríndios, do qual faz parte como pesquisador.

References

ALBERT, Bruce. 1985. Temps du sang. Temps des cendres. Représentations de la maladie, système rituel et espace politique chez les Yanomami du Sud Est (Amazonie Brésilienne). Paris, tese de doutorado, Université Paris X, Nanterre.

AMOROSO, Marta Rosa. 2013. “O nascimento da aldeia mura: sentidos e modos de habitar a beira”. In AMOROSO, M. e MENDES DOS SANTOS, G. (org.). Paisagens ameríndias: lugares, circuitos e modos de vida na Amazônia. São Paulo, Terceiro Nome, pp. 93-114.

ARHEM, Kaj. 1981. Makuna Social Organization. Estocolmo, LiberTryck.

BELAUNDE, Luisa Elvira. 2001. Viviendo bien: Género y fertilidad entre los Airo-Pai de la Amazonía Peruana. Lima, CAAAP.

BELAUNDE, Luisa Elvira. 2005. El recuerdo de la luna. Gênero, sangre y memória entre los pueblos amazônicos. Lima, Universidad Mayor de San Marcos.

BELAUNDE, Luisa Elvira. 2006. “A força dos pensamentos, o fedor do sangue. Hematologia e Gênero na Amazônia”. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 49, n. 1: 206-243.

CROCKER, Christopher. 1985. VitalSouls. Bororo Cosmology, Natural Symbolism and Shamanism. Tucson, The University of California Press.

DAMATTA, Roberto. 1976. Um mundo divido: estrutura social dos índios Apinayé. Petrópolis, Vozes.

DELEUZE, Gilles e GUATARRI, Félix. [1972/1973] 2010. O anti-édipo. São Paulo, Editora34.

DESCOLA, Philippe. [1993] 2006. As lanças do crepúsculo. Relações jivaro na Alta Amazônia. São Paulo, Cosac Naify.

FAUSTO, Carlos. 2002. “Banquete de gente: comensalidade e canibalismo na Amazônia”. Mana. Estudos de Antropologia Social, Rio de Janeiro, v. 8, n. 2: 07-44.

FERNANDES, Florestan. 1963. Organização social dos Tupinambá. São Paulo, Difusão Européia do Livro.

FILENO, Fernando Augusto. 2016. No seio do rio: linhas que casam, que curam e que dançam. Parentesco e corporalidade entre os Mura do Igapó-Açu. São Paulo, dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo.

GALLOIS, Dominique T. 1984/5. “O pajé waiãpi e seus espelhos”. Revista de Antropologia, São Paulo, Universidade de São Paulo, v. 50, n. 1: 179-186.

GALLOIS, Dominique T. 1996. “Xamanismo Waiãpi: nos caminhos invisíveis, a relação i-paie”. In LANGDON, E.J.M. (org.). Xamanismo no Brasil: novas perspectivas. Florianópolis, Editora da UFSC, pp. 39-74.

GARCIA, Uirá F. 2012. “O funeral do caçador: caça e perigo na Amazônia”. Anuário Antropológico, Brasília, II: 33-35.

GONÇALVES, Marco Antônio. 2001. O mundo inacabado: ação e criação em uma cosmologia amazônica. Etnografia pirahã. Rio de Janeiro, Editora UFRJ.

GOW, Peter. 1991. Of Mixed Blood. Kinship and History in Peruvian Amazonia. Oxford, Claredon Press.

HARNER, Michael. 1972. The Jívaro. People of Sacred Waterfalls. Berkeley, University of California Press.

HUGH-JONES, Christine. [1979] 2011. Desde el rio de leche. Procesos espacio-temporales em la Amazônia Noroccidental. Bogotá, Ediciones Universidad Central.

LAGROU, Elsje M. 2007. A fluidez da forma: arte, alteridade e agência em uma sociedade amazônica (Kaxinawa, Acre). Rio de Janeiro, Topbooks.

LANGDON, Esther J. e WIIK, Flavio B. 2010. “Antropologia, saúde e doença: uma introdução ao conceito de cultura aplicado às ciências da saúde”. Revista Latino Americana de enfermagem, Ribeirão Preto, 18 (3): 173-181.

LÉVI-STRAUSS, Claude. [1968] 2006. A origem dos modos à mesa. São Paulo, Cosac&Naify.

LIMA, Tânia Stolze. 1996. “O dois e seu múltiplo: reflexões sobre o perspectivismo em uma cosmologia tupi”. Mana.Estudos de Antropologia Social, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2: 21-48.

MAIZZA, Fabiana. 2012. Cosmografia de um mundo perigoso: espaço e relações de afinidade entre os Jarawara da Amazônia. São Paulo, Edusp.

RODRIGUES, Patrícia M. 2008. A caminhada de Tanyxiwè: uma teoria javaé da história. Chicago, tese de doutorado, Universidade de Chicago.

SEEGER, Anthony; DaMATTA, Roberto; e VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 1979. “A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras”. Boletim do Museu Nacional, Rio de Janeiro, 32: 2-19.

TAYLOR, Anne-Christine. [1996] 2012. “O corpo da alma e seus estados: uma perspectiva amazônica sobre a natureza de ser-se humano”. Cadernos de Campos, São Paulo, v. 21: 213-228.

VANDER VELDEN, Felipe Ferreira. 2008. “O gosto dos outros: o sal e a transformação dos corpos entre os karitianas no sudoeste da Amazônia”. Temáticas, Campinas, v. 16, n. 31/32: 11-41.

VILAÇA, Aparecida. 2005. “Chronically Unstable Bodies. Reflection on Amazonian Corporalities”. Journal of the Royal Anthropological Institute (N.S.), v. 11, n. 3.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 1986. Araweté: os deuses canibais. Rio de Janeiro, Jorge Zahar/ANPCS.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo.1996. “Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio”. Mana. Estudos de Antropologia Social, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2: 115-144.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2002. “Atualização e contraefetuação do virtual: o processo do parentesco”. In VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo, Cosac&Naify, pp. 401-456.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. [2009] 2015. Metafísicas canibais. Elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo, Cosac&Naify.

Published

2019-03-27

Issue

Section

Articles

How to Cite

Fileno, F. A. (2019). Mura Hematology: The Paths through which Blood Flows. Revista De Antropologia, 62(1), 35-57. https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2019.156130