Asymmetry and salience: initiator and followers’ relation in the Industrial goods circulation among the Wajãpi in Amapá (Brazil)

Authors

DOI:

https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2020.189649

Keywords:

Wajãpi, Amazonia, Merchandise, Amerindian politics, Consumption

Abstract

This article re-analyses field data and former interpretations on the circulation of industrial goods among Wajãpi people in the Brazilian state of Amapá. The relation focused here is that of initiator-followers. Interlocutors in the field explained the acquisition of some goods by implying there is always an initiator who is followed by other in buying certain articles. I have formerly described this dynamic by associating Wajãpi explanations to discussions that state the existence of two ways of goods circulation among Lowland South American Indigenous peoples, one leading to magnification processes, another to kinship-making and symmetrical relations. This article re-examines initiator-followers process in the light of interpretations of Amerindian socialities that forgo notions of ownership and control. I suggest that the initiator of an action temporarily occupies a position of “salience”.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

  • Camila Galan de Paula, Universidade Federal do Vale do São Francisco

    Camila Galan de Paula é professora assistente no Colegiado de Antropologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), campus Serra da Capivara (São Raimundo Nonato-PI). Mestra e doutoranda em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo. Bacharel e licenciada em Ciências Sociais também pela USP. Integra os seguintes grupos de pesquisa: Hybris - Grupo de estudo e pesquisa sobre Relações de Poder, Conflitos, Socialidades e o Laboratório de metodologia, pesquisa e documentação em Antropologia (LaMPDa).

References

ANDRELLO, Geraldo; GUERREIRO, Antonio; HUGH-JONES, Stephen. 2015. Space-Time Transformations in the Upper Xingu and Upper Rio Negro. Sociologia & Antropologia, v. 5 n. 3: 699-724. DOI: https://doi.org/10.1590/2238-38752015v533

BLOUNT, Ben G. 2011. “A History of Cognitive Anthropology”. In: KRONENFELD, David; BENNARDO, Giovanni; MUNCK, Victor C. de; FISCHER, Michael D. (org.). A Companion to Cognitive Anthropology. Malden, MA, Wiley-Blackwell, pp. 11-29.

BOSTER, James S. 2012. Cognitive anthropology is a cognitive science. Topics in Cognitive Science, v. 4 n. 3: 372-378. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1756-8765.2012.01204.x

BOYER, Pascal. 2000. Functional Origins of Religious Concepts: Ontological and Strategic Selection in Evolved Minds. The Journal of the Royal Anthropological Institute, v. 6, n. 2: 195-214. DOI: https://doi.org/10.1111/1467-9655.00012

BRIGHTMAN, Marc. 2010. Creativity and Control: Property in Guianese Amazonia. Journal de La Société des Américanistes, v. 96, n. 1 : 135-167. DOI : https://doi.org/10.4000/jsa.11303

BROWN, Penelope. 2006. “Cognitive Anthropology”. In: JOURDAN, Christine.; TUITE, Kevin. (org.). Language, culture, and society: key topics in linguistic anthropology. Cambridge and New York, Cambridge University Press, pp. 96-114.

CLASTRES, Pierre. [1962] 2003. “Troca e poder: filosofia da chefia indígena”. In: CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado: pesquisas de antropologia política. São Paulo, Cosac Naify, pp. 45-63.

COLLEONI, Paola. 2016. Becoming Tamed. The Meaning of ‘Becoming Civilized’ among the Waorani of Amazonian Ecuador. Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America, v. 14, n. 1: 72-101. http://digitalcommons.trinity.edu/tipiti/vol14/iss1/5

COSTA, Luiz. 2013.Alimentação e comensalidade entre os Kanamari da Amazônia Ocidental. Mana – Estudos de Antropologia Social, v. 19, n. 3: 473-504. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-93132013000300003

DAL POZ, João. 2004. Dádivas e dívidas na Amazônia: parentesco, economia e ritual nos Cinta-Larga. Campinas, tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas.

DUMONT, Louis. [1966] 2008. Homo Hierarchicus: O Sistema de Castas e Suas Implicações. 2 ed. São Paulo, EDUSP, 2008.

ERIKSON, Philippe. 1987. De l'apprivoisement à l'approvisionnement: chasse, alliance et familiarisation en Amazonie amériendienne Techniques & Culture, v. 9: 105-140. DOI: https://doi.org/10.4000/tc.867

EWART, Elizabeth. 2013a. Demanding, Giving, Sharing, and Keeping: Panará Ideas of Economy. The Journal of Latin American and Caribbean Anthropology, v. 18, n. 1: 31-50. DOI: https://doi.org/10.1111/jlca.12002

EWART, Elizabeth. 2013b. Space and society in central Brazil: a Panará ethnography. London and New York, Bloomsbury Academic.

FAUSTO, Carlos. 2008. Donos demais: maestria e domínio na Amazônia. Mana – Estudos de Antropologia Social, v. 14, n. 2: 329-366. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-93132008000200003

FERRAZ, Isolde D. K.; LEAL FILHO, Niwton; IMAKAWA, Angela Maria; VARELA, Vania Palmeira; PIÑA-RODRIGUES, Fátima . 2004. “Características básicas para um agrupamento ecológico preliminar de espécies madeireiras da floresta de terra firme da Amazônia Central”. Acta Amazonica, v. 34, n. 4: 621-633. DOI: https://doi.org/10.1590/S0044-59672004000400014

GALLOIS, Catherine J. S. 2004. Sentidos e formas do habitar indígena: entre mobilidade e sedentarização. Estudo de caso entre os Wajãpi do Amapá. Rio de Janeiro, dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

GALLOIS, Dominique. 1988. O Movimento na Cosmologia Waiãpi: criação, expansão e transformação do universo. São Paulo, tese de doutorado, Universidade de São Paulo.

GALLOIS, Dominique. 1992. “Arte iconográfica Waiãpi”. In: VIDAL, Lux (org.). Grafismo indígena: estudos de antropologia estética. São Paulo, Studio Nobel; Edusp; Fapesp, pp. 209-230.

GALLOIS, Dominique. 2000. Situação atual dos Waiãpi no Amapá e viabilidade de execução de Projeto “Recuperação do ambiental e despoluição de áreas degradadas por garimpo na TI Waiãpi”. Relatório PD/A. (Documento não publicado).

GALLOIS, Dominique. 2002. “Vigilância e controle territorial entre os Wajãpi: os desafios para superar uma transição na gestão do coletivo”. In: GRAMKOW, Márcia M. (org.). Demarcando Terras Indígenas II. Experiências e desafios de um projeto de parceria. Brasília, FUNAI; PPTAL; GTZ, pp. 95-112.

GALLOIS, Dominique. 2012. Donos, detentores e usuários da arte gráfica kusiwa. Revista de Antropologia, v. 55, n. 1:19-49. DOI: https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2012.46956

GELL, Alfred. 1998. “Style and Culture”. In: GELL, Alfred. Art and Agency: An Anthropological Theory. Oxford and New York, Oxford University Press, pp. 155-220.

GILLIN, John. 1948. “Tribes of the Guianas”. In: STEWARD, Julian. H (org.). Handbook of South American Indians: Volume 3. The Tropical Forest Tribes. Washington, Bureau of American Ethnology Bulletin, pp. 799-860.

GORDON, Cesar. 2006a. “Chefes ricos e comunidade pobre: a quantificação monetária do prestígio entre os Xikrin-Mebengokre (Kayapó)”. Anais do 30º Encontro Anual da ANPOCS, Caxambu.

GORDON, Cesar 2006b. Economia selvagem: Ritual e mercadoria entre os índios Xikrin-Mebêngôkre. São Paulo e Rio de Janeiro, Ed. da UNESP; ISA; NUTI.

GRAEBER, David. 2011. “Consumption. Current Anthropology, v. 52, n. 4: 489-511. DOI: https://doi.org/10.1086/660166

GROTTI, Vanessa. 2007. Nurturing the Other: Wellbeing, Social Body & Transformability in Northeastern Amazonia. Cambridge, tese de doutorado, University of Cambridge.

GROTTI, Vanessa. 2013. The Wealth of the Body: Trade Relations, Objects, and Personhood in Northeastern Amazonia. The Journal of Latin American and Caribbean Anthropology, v. 18, n.1: 14-30. DOI: https://doi.org/10.1111/jlca.12001

GUERREIRO, Antonio. 2015. “Fazendo substitutos: A questão da hereditariedade”; “O encontro com a onça”. In: GUERREIRO, Antonio. Ancestrais e suas sombras: uma etnografia da chefia Kalapalo e seu, ritual mortuário. Campinas, Ed. da Unicamp, pp. 129-182; pp. 183-250.

GUERREIRO, Antonio. 2018. Chefia e política na América do Sul indígena: um balanço bibliográfico para além do modelo clastreano. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais – Bib. 87: 41-70. DOI: https://doi.org/10.17666/bib8703/2018

HOWARD, Catherine. V. 2002. “A domesticação das mercadorias: Estratégias Waiwai”. In: ALBERT, Bruce e RAMOS, Alcida. (org.). Pacificando o branco: cosmologias do contato no Norte-Amazônico. São Paulo, Ed. da UNESP; Imprensa Oficial; IRD, pp. 25-55.

HUGH-JONES, Stephen. 1992. “Yesterday’s luxuries, tomorrow’s necessities: business and barter in northwest Amazonia”. In: HUMPHREY, Caroline; HUGH-JONES, Stephen (Org). Barter, exchange and value: an anthropological approach. Cambridge, Cambridge University Press, pp. 42-74.

LAKOFF, Georg. 1990. Women, Fire, and Dangerous Things: What Categories Reveal about the Mind. Chicago and London, The University of Chicago Press.

LÉVI-STRAUSS, Claude. [1962] 2010. La pensée sauvage. Paris, Plon.

LIMA, Tânia Stolze. 2005. Um peixe olhou para mim: o povo Yudjá e a perspectiva. São Paulo e Rio de Janeiro, Ed da UNESP; ISA; NuTI.

LOWIE, Robert. H. 1948. Some Aspects of Political Organization Among the American Aborigines. The Journal of The Royal Anthropological Institute of Great Britain And Ireland, v. 78, n. 1/2: 11-24. DOI: https://doi.org/10.2307/2844522

MESQUITA, Mariana; FERRAZ, Isolde D. K; CAMARGO, José L. C. 2009. “Angelim-vermelho, Dinizia excelsa Ducke”. In: MESQUITA, Mariana; FERRAZ, Isolde; D. K.; CAMARGO, José L. C. (org.). Manual de Sementes da Amazônia. Manaus, INPA, Fascículo 8.

NOVO, Marina Pereira. 2017. “Esse é meu patikula”: Uma etnografia do dinheiro e outras coisas entre os Kalapalo de Aiha. São Carlos, tese de doutorado, Universidade Federal de São Carlos.

OLIVEIRA, Joana Cabral de. 2012. Entre Plantas e Palavras: Modos de Construção de Saberes entre os Wajãpi (AP). São Paulo, tese de doutorado, Universidade de São Paulo. DOI: https://doi.org/10.11606/T.8.2012.tde-22082012-100255

OLIVEIRA, Joana Cabral de. 2015. “Ensaio sobre práticas cosmopolíticas entre famílias Wajãpi sobre a imaginação, o sensível, o xamanismo e outras obviedades”. Mana – Estudos de Antropologia Social, v. 21, n. 2: 297-322. DOI: https://doi.org/10.1590/0104-93132015v21n2p297

OLIVEIRA, Joana Cabral de. 2020. (R)(E) Feito Floresta. ClimaCom – Florestas,v. 7, n. 17: 1-14. http://climacom.mudancasclimaticas.net.br/joana-de-oliveira-florestas/

PAULA, Camila Galan de. 2014. Populações indígenas e mercadorias: reflexões a partir da antropologia social. In: USP Ensina Sociologia. (Material instrucional online). http://ensinosociologia.fflch.usp.br/sites/ensinosociologia.fflch.usp.br/files/Camila_texto.pdf

PAULA, Camila Galan de. 2015. Num mundo de muitos corpos: um estudo sobre objetos e vestimentas entre os Wajãpi no Amapá. São Paulo, dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo. DOI: https://doi.org/10.11606/D.8.2016.tde-11032016-140934

PAULA, Camila Galan de. 2016. Roupas que combinam e uma discussão sobre calças: Fabricação de corpos wajãpi. Ponto.Urbe, v. 19. DOI: https://doi.org/10.4000/pontourbe.3187

PAULA, Camila Galan de. 2017. Imitação e fazer preconceito: circulação de objetos, roupas, modas e jeitos entre os Wajãpi (Amapá). Espaço Ameríndio, v. 11, n. 1: 64-92. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-6524.71186

PELLEGRINO, Sílvia P. 2008. Imagens e Substâncias como Vínculos de Pertencimento: as experiências Wajãpi e Yanomami. São Paulo, tese de doutorado, Universidade de São Paulo. DOI: https://doi.org/10.11606/T.8.2009.tde-23042009-151512

PENFIELD, Amy. 2017. Dodged debts and the submissive predator: perspectives on Amazonian relations of dependence. Journal of The Royal Anthropological Institute, v. 23, n. 2: 320-337. DOI: https://doi.org/10.1111/1467-9655.12609

PERRONE-MOISÉS, Beatriz. 2015. Festa e guerra. São Paulo, tese de Livre-Docência, Universidade de São Paulo.

PESQUISADORES WAJÃPI. 2008. I'ã: Para nós não existe só “imagem”. Disponível em: http://www.apina.org.br/documentos/Ia-Para_nos_nao_existe_so_imagem.pdf

PESQUISADORES WAJÃPI. 2009. Jane Reko Mokasia: Organização Social Wajãpi. 2. ed. Rio de Janeiro, Museu do Índio.

PETERSON, Nicolas. 1993. Demand Sharing: Reciprocity and the Pressure for Generosity among Foragers”. American Anthropologist, v. 95, n. 4: 860-874. DOI: https://doi.org/10.1525/aa.1993.95.4.02a00050

PETERSON, Nicolas. 2013. On the persistence of sharing: personhood, asymmetrical reciprocity, and demand sharing in the Indigenous Australian domestic moral economy. The Australian Journal of Anthropology, v. 24, n. 2: 166-176. DOI: https://doi.org/10.1111/taja.12036

STRATHERN, Marilyn. 1999. “Divisions of Interest and Languages of Ownership”. In: STRATHERN, Marilyn. Property, substance and effect: anthropological essays on persons and things. New Brunswick: The Athlone Press, pp. 136-158.

STRATHERN, Marilyn. 2006. O gênero da dádiva: problemas com as mulheres e problemas com a sociedade na Melanésia. Campinas, Ed. da Unicamp.

SWAINE, Michael D.; WHITMORE, Timothy. C. 1988. On the definition of ecological species groups in tropical rain forests. Vegetatio, v. 75, n. 1-2: 81-86. https://www.jstor.org/stable/20038279

SZTUTMAN, Renato. 2005. O profeta e o principal: a ação política ameríndia e seus personagens. São Paulo, tese de doutorado, Universidade de São Paulo.

TINOCO, Sílvia. L. S. M. 2000. Joviña, cacique, professor e presidente: as relações entre o conselho Apina e os cursos de formação de professores Waiãpi. São Paulo, dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo. DOI: https://doi.org/10.11606/D.8.2000.tde-12032003-083603

VAN VELTHEM, Lúcia H. 2002. “‘Feitos por inimigos’: Os brancos e seus bens nas representações Wayana do contato”. In: ALBERT, Bruce; RAMOS, Alcida (org.). Pacificando o branco: cosmologias do contato no Norte-Amazônico. São Paulo: Editora da UNESP; Imprensa Oficial; IRD, pp. 61-78.

VAN VELTHEM, Lúcia H. 2010. Os ”originais” e os “importados”: referências sobre a apreensão wayana dos bens materiais. Indiana, v. 27: 141-159. DOI: https://doi.org/10.18441/ind.v27i0.141-159

VANZOLINI, Marina. 2018. O feitiço e a feitiçaria capitalista. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, v. 69: 324-337. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i69p324-337

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 1986. Araweté: os deuses canibais, Rio de Janeiro, J. Zahar Editor; ANPOCS.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2004. Perspectival Anthropology and the Method of Controlled Equivocation. Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America, v. 2, n. 1: 1-21. https://digitalcommons.trinity.edu/tipiti/vol2/iss1/1

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2006. A inconstância da alma selvagem: e outros ensaios de antropologia. São Paulo, Cosac Naify.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2011. “O intempestivo, ainda”. In: CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência: pesquisa de antropologia política. 2 ed. São Paulo, Cosac Naify, pp. 297-361. (Posfácio).

WALKER, Harry. 2013. Wild Things: Manufacturing Desire in the Urarina Moral Economy. The Journal of Latin American and Caribbean Anthropology, v. 18, n. 1: 51-66. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1935-4940.2012.01254.x

WASHBURN, Dorothy. 1999. Perceptual Anthropology: The Cultural Salience of Symmetry. American Anthropologist, v. 101, n. 3: 547-562. DOI: https://doi.org/10.1525/aa.1999.101.3.547

Published

2021-10-22

Issue

Section

Articles

How to Cite

Paula, C. G. de. (2021). Asymmetry and salience: initiator and followers’ relation in the Industrial goods circulation among the Wajãpi in Amapá (Brazil). Revista De Antropologia, 64(3), e189649. https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2020.189649