Disputas fraternas e chefia bicéfala: hierarquia e heterarquia no Alto Rio Negro
DOI:
https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2020.171366Palabras clave:
Chefia Ameríndia, Hierarquia, Heterarquia, Alto Rio Negro, Sistemas RegionaisResumen
Este artigo identifica a tensão entre hierarquia e heterarquia como um princípio estrutural que opera a favor da multiplicidade, da diferença e da autonomia no contexto dos sistemas regionais e da política-ritual ameríndia. Focando na relação entre dono/chefe de maloca e xamã, à luz das tensões nas relações entre irmãos mais novos/mais velhos, típicas da região do Alto Rio Negro, caracteriza-se a constituição de uma chefia bicéfala, onde ambos especialistas trabalham de forma complementar para atender às diferentes direções envolvidas na política, e os mecanismos que dificultam sua consolidação.
Descargas
Referencias
ANDRELLO, Geraldo. 2019. “De irmãos e cunhados. Formas da diferença no Uaupés (noroeste amazônico). In: Calavia, Oscar (org.), A través del reflejo. Ensayos etnográficos en las Tierras Bajas de América del Sur. Madrid, Nola Editores, pp. 245-286.
ANDRELLO, Geraldo. 2016. “Nomes, Posições e (contra) Hierarquia: coletivos em transformação no Alto Rio Negro”. Ilha, 18 (2): 57-97.
ANDRELLO, Geraldo. 2012. “Histórias tariano e tukano: política e ritual no rio Uaupés”. Revista de Antropologia, vol. 55, n. 1: 291-330.
ANDRELLO, Geraldo, GUERREIRO, Antonio, HUGH-JONES, Stephen 2015 “Space-Time Transformations in the Upper Xingu and Upper Rio Negro”. Sociologia & Antropologia, vol. 5, n. 3: 699-724.
ÅRHEM, Kaj. 2000. “From longhouse to village: Structure and change in Colombian Amazon”. In: Århem. K (org.), Ethnographic puzzles: Essays on Social Organization, Symbolism and Change. London, Athlone Press, pp. 55-92.
ÅRHEM, Kaj. 1981. Makuna Social Organization. A Study in Descent, Alliance and the Formation of Corporate Groups in the Northwestern Amazon. Uppsala, Acta Universitatis Upsaliensis.
BARCELOS NETO, Aristóteles. 2008. Apapaatai. Rituais de máscaras no Alto Xingu. São Paulo, Edusp; Fapesp.
CABALZAR, Aloísio. 1999. “O templo profanado: missionários salesianos e a transformação da maloca tuyuka”. In: Wright, R. (org.), Transformando os deuses. Os múltiplos sentidos da conversão entre os povos indígenas no Brasil.Campinas, Editora da Unicamp, pp. 363-398.
CARSTEN, Janet, HUGH-JONES, Stephen. 1995. “Introduction”. In: CARSTEN, J. & HUGH-JONES, S. (orgs.). About the House. Cambridge, Cambridge University Press, pp. 1-45.
CAYÓN, Luis. 2013. Pienso, luego creo. La teoria makuna del mundo. Bogotá, Instituto Colombiano de Antropología e Historia.
CAYÓN, Luis. 2008. “Ide ma, El camino de agua. Espacio, chamanismo y persona entre los Makuna”. Antípoda Revista de Antropología y Arqueología, n. 7: 141-173.
CHACON, Thiago e CAYÓN, Luis. 2013. “Considerações sobre a exogamia linguística no Noroeste Amazônico”. Revista de Letras da Universidade Católica de Brasília, vol. 6, n. 1-2: 6-20.
CHERNELA, Janet.1993. The Wanano Indians of the Brazilian Amazon: A sense of space. Austin, University of Texas Press.
CLASTRES, Pierre. [1974] 2003. A sociedade contra o Estado. Pesquisas de antropologia política. São Paulo, Cosac & Naify.
CORREA, François. 1996. Por el camino de la Anaconda Remedio: Dinámica de la organización social entre los Taiwano del Vaupés. Bogotá, Editorial Universidad Nacional–Colciencias.
COSTA, Luiz. 2017. The Owners of Kinship. Asymetrical Relations in Indigenous Amazonia. Chicago, Hau Books.
CRUMLEY, Carole L. 1995. “Heterarchy and the analysis of complex societies”. In: CRUMLEY, C. L. & LEVY, Janet E.; ROBERT, M. (orgs.), Heterarchy and the Analysis of Complex Societies. Archaeological papers of the American Anthropological Association, 6: 1-5.
CRUMLEY, Carole L. 1987. “A Dialectical Critique of Hierarchy”. In: GAILEY, C. W. & PATTERSON, T. C. (orgs.), Power Relations and State Formation. Washington D.C., Archaeology Section/American Anthropological Association, pp. 155-169.
DUMONT, Louis. [1966] 1997. Homo hierarchicus. O sistema de castas e suas implicações. São Paulo, Edusp.
FAUSTO, Carlos. 2008. “Donos demais: maestria e propriedade na Amazônia”, Mana, vol. 14, n. 2: 329-366.
FAUSTO, Carlos. 2001. Inimigos fiéis. História, guerra e xamanismo na Amazônia. São Paulo, Edusp.
FRANKY, Carlos. 2004. Territorio e territorialidad indígena. Un estudio de caso entre los Tanimuca y el Bajo Apaporis (Amazonia colombiana). Dissertação de Mestrado em Estudos Amazônicos, Universidad Nacional de Colômbia, Sede Leticia.
GAMBOA, Jorge. 2010. El cacicazgo muisca en los años posteriores a la Conquista: del sihipkua al cacique colonial (1537-1575). Bogotá, Instituto Colombiano de Antropología e Historia.
GOLDMAN, Irving. [1963] 1968. Los Cubeo: indios del Noroeste del Amazonas. México, Instituto Indigenista Interamericano.
GOLDMAN, Irving. 2004. Cubeo Hehénewa Religious Thought. Metaphysics of a Northwestern Amazonian People. New York, Chichester, West Sussex, Columbia University Press.
GUERREIRO, Antonio. 2015. Ancestrais e suas sombras. Uma etnografía da chefia kalapalo e seu ritual mortuário. Campinas, Editora da Unicamp.
HECKENBERGER, Michael. 2011. “Forma do espaço, língua do corpo e história xinguana”. In: FRANCHETTO, B. (org.). Alto Xingu: uma sociedade multilíngue. Rio de Janeiro, Museu do Índio, FUNAI, pp. 235-279.
HERNÁNDEZ ASTETE, Francisco. 2012. Los Incas y el poder de sus ancestros. Lima, Fondo Editorial Pontificia Universidad Católica del Perú.
HILL, Jonathan D. 1984. “Social Equality and Ritual Hierarchy: the Arawakan Wakuénai of Venezuela”. American Ethnologist, vol. 11: 528-544.
HORNBORG, Alf. 1988. Dualism and Hierarchy in Lowland South America. Trajectories of Indigenous Social Organization. Uppsala, Acta Universitatis Upsaliensis.
HUGH-JONES, Christine. 1979 From the Milk River: Spatial and temporal process in Northwest Amazonia. London, Cambridge University Press.
HUGH-JONES, Stephen. 2014. “Caixa de Pandora: estilo alto-rio-negrino”, R@U, vol. 6, n. 1: 155-173.
HUGH-JONES, Stephen. 2002. “Nomes secretos e riqueza visível: nominação no Noroeste Amazônico”. Mana, vol. 8, n. 2, pp. 45-68.
HUGH-JONES, Stephen. 1995. “Inside-out and Back-to-front: The Androgynus House in Northwest Amazonia”. In: CARSTEN, J. & HUGH-JONES, S. (orgs.). About the House.. Cambridge University Press, Cambridge, pp. 226-269.
HUGH-JONES, Stephen. 1993. “Clear Descent or Ambiguous Houses? A Re-examination of Tukanoan Social Organization”. In: La remontée de l’Amazone. DESCOLA P. & TAYLOR A-C. (orgs). Special issue, L’Homme. 126-128:95-120.
HUGH-JONES, Stephen. 1979. The palm and the Pleiades: Initiation and cosmology in Northwest Amazonia. London, Cambridge University Press.
JACKSON, Jean. 1983. The Fish People: Linguistic Exogamy and Tukanoan Identity in Northwest Amazonia. London, Cambridge University Press.
LANGEBAEK, Carl. 2019. Los Muiscas. La historia milenaria de un pueblo chibcha. Bogotá, Debate.
LANGEBAEK, Carl. 1992. Noticias de caciques muy mayores. Origen y desarrollo de sociedades complejas en el nororiente de Colombia y norte de Venezuela. Bogotá, Universidad de los Andes; Medellín, Editorial Universidad de Antioquia.
LÉVI-STRAUSS, Claude. 1992. Historia de Lince. Barcelona, Anagrama.
LÉVI-STRAUSS, Claude. [1979] 1989. La vía de las máscaras. México, Siglo XXI.
LORRAIN, Claire. 2001. “The Hierarchy Bias and the Equality Bias: Epistemological Considerations on the Analysis of Gender”. In: RIVAL, L.M. & WHITEHEAD, N.L. (orgs.). Beyond the Visible and the Material. The Amerindianization of Society in the Work of Peter Rivière. Oxford, Oxford University Press, pp. 263-272.
MARTÍNEZ CERECEDA, José L.. 1995. Autoridades en los Andes, los atributos del Señor. Lima, Pontificia Universidad Católica del Perú.
PEDROSO, Diego 2013 Quem Veio Primeiro? Imagens da Hierarquia no Uaupés (Noroeste Amazônico). Dissertação de Mestrado em Antropologia Social, Universidade de São Paulo.
PERRONE-MOISÉS, Beatriz. 2015. Festa e guerra. São Paulo, tese de livre docência, Universidade de São Paulo.
RAMÍREZ, Alejandro. 2018. ‘Doença ocidental é curada pela medicina ocidental’. Autonomia indígena, territorialidades e a criação do parque Nacional Natural Yaigojé Apaporis na Amazônia colombiana. Campinas, dissertação de mestrado em Antropologia Social, UNICAMP.
REICHEL-DOLMATOFF, Gerardo. [1968] 1986. Desana: simbolismo de los indios Tukano del Vaupés. Bogotá, Procultura.
RIVIÈRE, Peter. [1984] 2001. O indivíduo e a sociedade na Guiana. Um estudo comparativo da organização social ameríndia. São Paulo, Edusp.
ROSTWOROWSKI, María. 1988. Historia del Tahuantinsuyu. Lima, Instituto de Estudios Peruanos.
SALOMON, Frank. 1980. Los señores étnicos de Quito en la época de los Incas. Otavalo, Instituto Otavaleño de Antropología.
SANTOS-GRANERO, Fernando. 1986. “The Moral and Social Aspects of equality amongst the Amuesha of Central Peru”. Journal de la Société des Americanistes, vol. 72:107-131.
SEEGER, Anthony. 1980. Os índios e nós. Estudos sobre sociedades tribais brasileiras. Rio de Janeiro, Editora Campus.
SHACKT, Jon. 2013. A people of stories in the forest of myth. The Yukuna of Miritiparaná. Oslo, Instituttet for sammenlignende kulturforskning.
SZTUTMAN, Renato. 2012. O profeta e o principal. A ação política ameríndia e seus personagens. São Paulo, Edusp, Fapesp.
VANZOLINI, Marina. 2015. A flecha do ciúme. O parentesco e seu avesso segundo os Aweti do Alto Xingu. São Paulo, Terceiro Nome.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2002. “Atualização e contra-efetuação: o processo do parentesco”. In: VIVEIROS DE CASTRO, E. (org.). A Inconstância da Alma Selvagem. São Paulo, Cosac & Naify, pp. 401-456.
WAGNER, Roy. 1991. “The Fractal Person”. In: GODELIER , M. & STRATHERN, M. (orgs.). Big Men & Great Men. Personifications of Power in Melanesia. Cambridge, Cambridge University Press, pp. 159-173.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2020 Revista de Antropologia
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Autores que publicam na Revista de Antropologia concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).