Pele branca, máscaras negras: diplomatas brasileiros na Nigéria e concepções identitárias (1962-1966)
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0034-77012008000200004Palavras-chave:
relações exteriores, África, Nigéria, Brasil, Atlântico Sul, identidadeResumo
O presente trabalho analisa as experiências de diplomatas brasileiros que constroem uma presença brasileira na recém-independente Federação Nigeriana, visando entender como a noção do Brasil ser uma democracia racial define seu papel junto ao novo país africano. A idéia de democracia racial engloba um sistema de crenças relativas à singularidade da mistura racial e cultural brasileira, ao caráter harmônico das relações sociais e à intimidade inter-racial. Em meados do século XX, ela também veio a tornar-se uma doutrina de Estado, voltada à disseminação, tanto dentro do Brasil como no exterior, de uma identidade nacional positiva. Ainda que essa idéia seja freqüentemente associada a Gilberto Freyre, o presente estudo não se centra na considerável influência do escritor. Em vez disso, atenta para os modos pelos quais diplomatas e intelectuais de uma certa geração conduziram a tarefa oficial de retratar o Brasil como democracia racial, e para os modos como aderiram a essa crença enquanto parte de um complexo identitário no qual raça e etnicidade são características que se fazem comuns a toda a nação.Downloads
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