Efeitos do lobbying corporativo na remuneração do diretor executivo e no desempenho empresarial
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2022.186880Palavras-chave:
Lobbying corporativo, Remuneração do Chief Executive Officer, Desempenho empresarial, Teoria da Agência, Teoria da Regulação EconômicaResumo
Consoante preconiza a Teoria da Regulação Econômica, o lobbying corporativo é considerado um investimento produtivo para as empresas que procuram influenciar a legislação e as políticas públicas. A atividade política corporativa pode gerar benefícios para a organização, porém, na presença de conflitos de agência, essa vantagem é muitas vezes neutralizada pelos custos de agência suportados pelos acionistas. Por vezes, a remuneração excessiva é oferecida pelo principal em troca do compromisso do agente para com a criação de riqueza dos acionistas. Neste estudo, avalia-se a associação entre o lobbying corporativo, a remuneração do Chief Executive Officer e o desempenho empresarial, em 238 empresas com ações negociadas na New York Stock Exchange, abrangendo o quadriênio 2014-2017. As análises de regressão revelam que o lobbying corporativo está positivamente associado à remuneração do Chief Executive Officer e negativamente associado ao desempenho corporativo, sugerindo a ocorrência de custos de agência resultantes daquela prática. Segundo a amostra do estudo, em tais cenários, o lobbying corporativo não melhora o desempenho nem gera benefícios para os acionistas, mas serve como ferramenta pessoal e política para a autopromoção do gestor.
Downloads
Referências
Aslan, H., & Grinstein, Y. (2012) Political contributions and CEO pay. Working Paper. Recuperado de https://ssrn.com/abstract=1570175
Beaver, W. H. (1968). The information content of annual earnings announcements. Journal of Accounting Research. 6, 67-92. DOI: https://doi.org/10.2307/2490070
Becker, G. S. (1983). A theory of competition among pressure groups for political influence. The Quarterly Journal of Economics, 98(3), 371-400. DOI: https://doi.org/10.2307/1886017
Burns, N., Jindra, J., & Minnick, K. (2017). Sales of private firms and the role of CEO compensation. Journal of Corporate Finance, 43, 444-463. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jcorpfin.2017.02.004
Cao, Z., Fernando, G. D., Tripathy, A., & Upadhyay, A. (2018). The economics of corporate lobbying. Journal of Corporate Finance, 49, 54-80. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jcorpfin.2017.12.012
Chen, H., Parsley, D., &Yang, Y. W. (2015). Corporate lobbying and firm performance. Journal of Business Finance & Accounting, 42(3-4), 444-481. https://doi.org/10.1111/jbfa.12109
Coates, J. C. (2012). Corporate politics, governance, and value before and after Citizens United. Journal of Empirical Legal Studies, 9(4), 657-696. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1740-1461.2012.01265.x
Cojan, M. (2015). The effect of corporate political activity on the financial performance of us public pharmaceutical firms. (PhD Thesis). University of Oulu, Finland.
Core, J. E., Guay, W., R., & Larcker, D. F. (2003). Executive equity compensation and incentives: a survey. Economic Policy Review, 9(1), 27-50. Recuperado de https://ssrn.com/abstract=794806
Deegan, C., & Unerman, J. (2011). Financial accounting theory (2th ed.). McGraw-Hill: UK.
Dellis, K., & Sondermann, D. (2017). Lobbying in Europe: new firm-level evidence. Recuperado de https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2984891
Ding, S., Jia, C., Wilson, C., & Wu, Z. (2014). Political connections and agency conflicts: the roles of owner and manager political influence on executive compensation. Review of Quantitative Finance and Accounting, 45(2), 407-434. DOI: https://doi.org/10.1007/s11156-014-0441-9
Farrel, K. A., Hersch, P. L., & Netter, J. M. (2017). Executive compensation and executive contributions to corporate PACS. Advances in Financial Economics, 33(3), 39-56. DOI: https://doi.org/10.1016/S1569-3732(01)06002-9
Hill, M. D., Kelly, G. W., Lockhart, G. B., & Ness, R. A. V. (2013). Determinants and effects of corporate lobbying. Financial Management, 42(4), 931-957. DOI: https://doi.org/10.1111/fima.12032
Jensen, M. C., & Meckling, W. H. (1976). Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, 3(4), 305-360. DOI: https://doi.org/10.1016/0304-405X(76)90026-X
Joskow, P. L., Rose, N. L., & Wolfram, C. D. (1996). Political constraints on executive compensation: evidence from the electric utility industry. The RAND Journal of Economics, 27(1), 165-182. DOI: https://doi.org/ 10.2307/2555797
Junaidi, R. R., & Siregar, S. V. (2018). The effect of political connection and earnings management on management compensation. International Conference on Finance Economics and Business, Lhokseumawe, Aceh, Indonesia.
Khan, A., Mihret, D. G., & Muttakin, M. B. (2016). Corporate political connections, agency costs and audit quality. International Journal of Accounting & Information Management, 24(4), 1-30. DOI: https://doi.org/10.1108/IJAIM-05-2016-0061
Kong, X., Radhakrishnan, S., & Tsang, A. (2017). Corporate lobbying, visibility and accounting conservatism. Journal of Business Finance & Accounting, 44(5-6), 527-557. DOI: https://doi.org/10.1111/jbfa.12246
Li, J. J., Zhou, K. Z., & Shao, A. T. (2008). Competitive position, managerial ties, and profitability of foreign firms in China: an interactive perspective. Journal of International Business Studies, 40(3), 339-352. DOI: https://doi.org/10.1057/jibs.2008.76
Mahardhika, T., & Fitriana, V. E. (2019). Does political connection and conservatism influence earnings management? Jurnal Ilmiah MEA (Manajemen, Ekonomi, & Akuntansi), 3(3), 53-66. Recuperado de http://journal.stiemb.ac.id/index.php/mea/article/view/181
Peltzman, S. (1976). Toward a more general theory of regulation. The Journal of Law & Economics, 19(2), 211-240. DOI: https://doi.org/10.1086/466865
Sadiq, M., & Othman, Z. (2017). Earnings manipulations in politically influenced firms. Corporate Ownership & Control, 15(1), 65-71. DOI: https://doi.org/10.22495/cocv15i1art6
Scott, W. R. (2009). Financial accounting theory (5th ed.). Toronto: Pearson Education Canada.
Skaife, H. A., Veenman, D., & Werner, T. (2013). Corporate lobbying and CEO pay. Recuperado de https://ssrn.com/abstract=2340501
Stigler, G. J. (1971). The theory of economic regulation. Journal of Economics and Management Science, 2(1), 3-21. DOI: https://doi.org/10.2307/3003160
Unsal, O., Hassan, M. K., & Zirek, D. (2016). Corporate lobbying, CEO political ideology and firm performance. Journal of Corporate Finance, 38(3), 126-149. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jcorpfin.2016.04.001
Watts, R. L., & Zimmerman, J. L. (1986). Positive accounting theory. New Jersey: Prentice-Hall.
Yu, F., & Yu, X. (2011). Corporate lobbying and fraud detection. Journal of Financial and Quantitative Analysis,46(6), 1865-1891. DOI: https://doi.org/10.2307/41409670
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ana Jeniffer Rebouças Maia, Alan Diógenes Góis, Marcia Martins Mendes De Luca, Gerlando Augusto Sampaio Franco Lima
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A RCO adota a política de Acesso Livre (Libre Open Access), sob o acordo padrão Creative Commons (CC BY-NC-ND 4.0). O acordo prevê que:
- A submissão de texto autoriza sua publicação e implica compromisso de que o mesmo material não esteja sendo submetido a outro periódico. O original é considerado definitivo;
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attributionque permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com necessário reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre);
- A revista não paga direitos autorais aos autores dos textos publicados;
- O detentor dos direitos autorais da revista, exceto os já acordados no acordo de Libre Open Access (CC BY-NC-ND 4.0), é o Departamento de Contabilidade da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Não são cobradas taxas de submissão ou de publicação.
São aceitos até 4 autores por artigo. Casos excepcionais devidamente justificados poderão ser analisados pelo Comitê Executivo da RCO. São considerados casos excepcionais: projetos multi-institucionais; manuscritos resultantes da colaboração de grupos de pesquisa; ou que envolvam grandes equipes para coleta de evidências, construção de dados primários e experimentos comparados.
É recomendada a ordem de autoria por contribuição, de cada um dos indivíduos listados como autores, especialmente no desenho e planejamento do projeto de pesquisa, na obtenção ou análise e interpretação de dados e redação. Os autores devem declarar as efetivas contribuições de cada autor, preenchendo a carta ao editor, logo no início da submissão, responsabilizando-se pelas informações dadas.
É permitida a troca de autores durante todo o processo de avaliação e, antes da publicação do manuscrito. Os autores devem indicar a composição e ordem final de autoria no documento assinado por todos os envolvidos no aceite para publicação. Caso a composição e ordem de autoria seja diferente da informada anteriormente no sistema, todos autores anteriormente listados deverão se manifestar favoráveis.
No caso de identificação de autoria sem mérito ou contribuição (ghost, guest or gift authorship), a RCO segue o procedimento recomendado pela COPE.