Relação entre estrutura de capital e agressividade tributária em empresas de capital aberto do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2024.227036Palavras-chave:
Estrutura de capital, Agressividade tributária, Governança corporativa, Empresas de capital abertoResumo
O presente estudo buscou analisar a relação entre a estrutura de capital e a agressividade tributária das empresas de capital aberto do Brasil. O período amostral é de 2010 a 2022. As estimativas foram obtidas utilizando o modelo de regressão dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) para dados em painel com efeitos fixos. Como teste adicional, analisou-se o período anterior à pandemia e durante a pandemia. Para proporcionar robustez aos resultados foram realizados testes estatísticos por meio da regressão quantílica, incluindo outras proxies para mensurar a agressividade tributária. Os resultados são robustos e sugerem que as empresas brasileiras de capital aberto, que utilizam recursos de terceiros, tendem a ter comportamentos tributários menos agressivos. Assim, este estudo contribui para a literatura ao trazer novas evidências a respeito do cenário do endividamento das empresas e sua consequência no comportamento tributário. Complementa estudos anteriores contribuindo para o debate sobre a estrutura de capital e sua relação com a agressividade tributária.
Downloads
Referências
Adela, V., Agyei, S. K., & Peprah, J. A. (2023). Antecedents of tax aggressiveness of listed non-financial firms: Evidence from an emerging economy. Scientific African, 20, e01654. https://doi.org/10.1016/j.sciaf.2023.e01654
Agyei, S. K., Marfo-Yiadom, E., Ansong, A., & Idun, A. A. A. (2020). Corporate tax avoidance incentives of banks in Ghana. Journal of African Business, 21(4), 544–559. https://doi.org/10.1080/15228916.2019.1695183
Arora, T. S., & Gill, S. (2022). Impact of corporate tax aggressiveness on firm value: evidence from India. Managerial Finance, 48(2), 313–333. https://doi.org/10.1108/MF-01-2021-0033/FULL/PDF
Asiri, M., Al-Hadi, A., Taylor, G., & Duong, L. (2020). Is corporate tax avoidance associated with investment efficiency? The North American Journal of Economics and Finance, 52, 101143. https://doi.org/10.1016/j.najef.2020.101143
Ayaz, M., Mohamed Zabri, S., & Ahmad, K. (2021). An empirical investigation on the impact of capital structure on firm performance: evidence from Malaysia. Managerial Finance, 47(8), 1107–1127. https://doi.org/10.1108/MF-11-2019-0586
Barbosa, J. da Silva, & Costa, P. de S. (2020). Book-Tax Differences e estrutura de capital. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ, 25(3), 23–43. https://doi.org/10.12979/RCMCCUERJ.V25I3.49552
Billor, N., Hadi, A. S., & Velleman, P. F. (2000). BACON: blocked adaptive computationally efficient outlier nominators. Computational Statistics & Data Analysis, 34(3), 279–298. https://doi.org/10.1016/S0167-9473(99)00101-2
Borges Forti, C. A., Peixoto, F. M., & Lima e Alves, D. (2015). Determinant factors of dividend payments in Brazil. Revista Contabilidade & Finanças, 26(68), 167–180. https://doi.org/10.1590/1808-057X201512260
Borges Júnior, D. M. (2022). Corporate governance and capital structure in Latin America: empirical evidence. Journal of Capital Markets Studies, 6(2), 148–165. https://doi.org/10.1108/JCMS-03-2022-0010
Carvalho, G. A. de, Ribeiro, J. E., & Amaral, H. F. (2019). Determinantes da estrutura de capital das empresas que compõem o índice small caps da B3. Contabilidade Gestão e Governança, 22(2), 227–242. https://doi.org/10.51341/1984-3925_2019v22n2a5
Costa, L. G. B. da, Castro, E. L. de, & Queiroz, J. N. de. (2021). Relação entre agressividade tributária e estrutura de capital nas empresas do setor de construção civil. Anais 21º USP International Conference in Accounting, São Paulo, SP, Brasil. https://congressousp.fipecafi.org/anais/21UspInternational/ArtigosDownload/3235.pdf
Deng, K., Zhu, Y., Smith, T., & McCrystal, A. (2020). Tax and leverage: Evidence from China. China Economic Review, 62, 101479. https://doi.org/10.1016/J.CHIECO.2020.101479
Ferreira, C. O., Carvalho, L. F., Carvalho, O. A., & Cunha, J. V. A. (2024). Agressividade tributária em cenário de crise econômica e dificuldade financeira: uma análise em empresas listadas na B3. Revista Ambiente Contábil, 16(2), 96–116. https://doi.org/10.21680/2176-9036.2024V16N2ID34452
França, T. S., & Bezerra, F. A. (2022). Agressividade tributária nas empresas de capital aberto que atuam em mercado regulado. Revista Ambiente Contábil, 14(1), 110–130. https://doi.org/10.21680/2176-9036.2022v14n1ID23934
Gao, Z., Lu, L. Y., & Yu, Y. (2019). Local social environment, firm tax policy, and firm characteristics. Journal of Business Ethics, 158(2), 487–506. https://doi.org/10.1007/S10551-017-3765-2/METRICS
Ghani, E. K., Adnan Hye, Q. M., Rehan, R., & Salahuddin, S. (2023). Examining capital structure determinants for ASEAN energy firms. International Journal of Energy Economics and Policy, 13(3), 129–140. https://doi.org/10.32479/IJEEP.14070
Gil, N. dos S., Theiss, V., & Dalcero, K. (2023). Efeito da Covid-19 na relação da agressividade tributária e desempenho futuro das empresas listadas da B3 S/A. 13º Congresso UFC de Iniciação Científica em Contabilidade & 6º UFSC International Accounting Conference, Florianópolis, SC, Brasil. https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/253450/Artigo_BU_Nathalia_dos_Santos_Gil.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Goh, B. W., Lee, J., Lim, C. Y., & Shevlin, T. (2016). The effect of corporate tax avoidance on the cost of equity. Accounting Review, 91(6), 1647–1670. https://doi.org/10.2308/accr-51432
Gujarati, D. N., & Porter, D. C. (2011). Econometria básica (5th ed.). AMGH.
Harris, M., & Raviv, A. (1990). Capital structure and the informational role of debt. The Journal of Finance, 45(2), 321. https://doi.org/10.2307/2328660
Harris, M., & Raviv, A. (1991). The theory of capital structure. The Journal of Finance, 46(1), 297–355. https://doi.org/10.1111/J.1540-6261.1991.TB03753.X
Henry, E. (2018). The information content of tax expense: A discount rate explanation. Contemporary Accounting Research, 35(4), 1917–1940. https://doi.org/10.1111/1911-3846.12364
Henry, R. C., Lewis, C. W., Hopke, P. K., & Williamson, H. J. (1984). Review of receptor model fundamentals. Atmospheric Environment (1967), 18(8), 1507–1515. https://doi.org/10.1016/0004-6981(84)90375-5
Jensen, M. C., & Meckling, W. H. (1976). Theory of the firm: Managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, 3(4), 305–360. https://doi.org/10.1016/0304-405X(76)90026-X
Jin, X. (2021). Corporate tax aggressiveness and capital structure decisions: Evidence from China. International Review of Economics & Finance, 75, 94–111. https://doi.org/10.1016/j.iref.2021.04.008
Kanagaretnam, K., Lee, J., Lim, C. Y., & Lobo, G. J. (2018). Cross-country evidence on the role of independent media in constraining corporate tax aggressiveness. Journal of Business Ethics, 150(3), 879–902. https://doi.org/10.1007/S10551-016-3168-9/METRICS
Lawal, L., Suleiman, M., Adisa, A. O., & Mohammed, A. (2020). Institutional ownership, gender board diversification and corporate tax aggressiveness of listed conglomerates companies in Nigeria. [Conference paper]. 3rd CITN Annual International Academic Conference on Taxation. Igbinedion University, Okada, Edo State, Nigeria https://www.researchgate.net/publication/364334687.
Lee, C. C., Wang, Y., & Zhang, X. (2023). Corporate governance and systemic risk: Evidence from Chinese-listed banks. International Review of Economics & Finance, 87, 180–202. https://doi.org/10.1016/J.IREF.2023.04.023
Lee, Y., Shevlin, T., & Venkat, A. (2023). The effect of tax avoidance on capital structure choices. Journal of The American Taxation Association, 45(1), 91–115. https://doi.org/10.2308/JATA-19-049
Lima, L. V. de A., Silva, V. K. R. da, & Lucena, W. G. L. (2022). Relação entre a percepção da corrupção e a evasão fiscal na América Latina. Advances in Scientific and Applied Accounting, 15(3), 57-70. https://doi.org/10.14392/asaa.2022150303
Lin, S., Tong, N., & Tucker, A. L. (2014). Corporate tax aggression and debt. Journal of Banking & Finance, 40(1), 227–241. https://doi.org/10.1016/J.JBANKFIN.2013.11.035
Marques, M. T., Nakao, S. H., & Costa, P. de S. (2017). Book-tax differences and capital structure. Revista de Administração Mackenzie (RAM), 18(6), 177–200. https://doi.org/10.1590/1678-69712017/administracao.v18n6p177-200
Martinez, A. L. (2017). Agressividade tributária: Um survey da literatura. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade (REPeC), 11(0), 106–124. https://doi.org/10.17524/repec.v11i0.1724
Martinez, A. L., & Martins, V. A. M. (2016). Alavancagem financeira e agressividade fiscal no Brasil. Revista de Contabilidade da UFBA, 10(3), 4. https://doi.org/10.9771/rc-ufba.v10i3.18383
Martucheli, C. T., Faria, C. A. L. de, & Souza, A. A. de. (2020). Determinantes da estrutura de capital das empresas brasileiras: Uma análise de dados em painel. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, 8(2), 26–42. https://doi.org/10.22478/ufpb.2318-1001.2020v8n2.45928
Miloud, T. (2022). Corporate governance and the capital structure behavior: empirical evidence from France. Managerial Finance, 48(6), 853–878. https://doi.org/10.1108/MF-12-2021-0595/FULL/PDF
Montgomery, D. C., Peck, E. A., & Vining, G. G. (2012). Introduction to linear regression analysis (5th ed.). John Wiley & Sons Inc.
Nascimento, D. M. do, Silva, F. L. da, Sales, G. A. W., & Olivo, R. L. de F. (2024). Efeito da pandemia COVID-19 no desempenho financeiro das empresas de capital aberto do setor de shopping centers na América Latina. Redeca — Revista Eletrônica do Departamento de Ciências Contábeis & Departamento de Atuária e Métodos Quantitativos, 11, e64928. https://doi.org/10.23925/2446-9513.2024v11id64928
Newey, W., & West, K. (1987). A simple, positive semi-definite, heteroscedasticity and autocorrelation consistent covariance matrix. Applied Econometrics, 55, 703–708. https://doi.org/10.2307/1913610
Ojala, H., Malo, P., & Penttinen, E. (2023). Private firms’ tax aggressiveness and lightweight pre-tax-audit interventions by the tax administration. Journal of International Accounting, Auditing and Taxation, 51, 100550. https://doi.org/10.1016/j.intaccaudtax.2023.100550
Pinto, A. F., & Costa, P. de S. (2019). Book-tax differences e estrutura de capital: Uma análise à luz da teoria pecking order. Enfoque: Reflexão Contábil, 38(3), 111–124. https://doi.org/10.4025/enfoque.v38i3.42177
Porter, M. E., & Kramer, M. R. (2006). Strategy and society: the link between competitive advantage and corporate social responsibility. Harvard Business Review, 84(12), 78–92.
Rehan, R., Abdul Hadi, A. R., Hussain, H. I., & Adnan Hye, Q. M. (2023). Capital structure determinants across sectors: Comparison of observed evidences from the use of time series and panel data estimators. Heliyon, 9(9), e19618. https://doi.org/10.1016/J.HELIYON.2023.E19618
Ribeiro, J. E., & Souza, A. A. de. (2023). A governança corporativa afeta a estrutura de capital? Evidências das empresas listadas na Brasil Bolsa Balcão no período 2010-2020. Revista Universo Contábil, 18(e2022112), 01-22. https://doi.org/10.4270/ruc.2022112
Saif-Alyousfi, A. Y. H., Md-Rus, R., Taufil-Mohd, K. N., Mohd Taib, H., & Shahar, H. K. (2020). Determinants of capital structure: evidence from Malaysian firms. Asia-Pacific Journal of Business Administration, 12(3/4), 283–326. https://doi.org/10.1108/APJBA-09-2019-0202
Santos, J. É. dos. (2021). A influência do board interlocking no custo de capital de terceiros. Revista de Contabilidade e Organizações, 15,(e176516–e176516). https://doi.org/10.11606/ISSN.1982-6486.RCO.2021.176516
Silva, M. M. B. da, Cordeiro, F. A., Pinheiro, L. E. T., & Bressan, V. G. F. (2019). A relação entre estrutura de capital e agressividade tributária. X Congresso de Administração e Contabilidade – AdCont, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Silva, M. M. B. da, Pinheiro, L. E. T., & Cordeiro, F. A. (2020). Diferentes proxies geram resultados distintos? Uma análise sob a relação entre estrutura de capital e agressividade tributária. VI Seminário Científico do UNIFACIG & V Jornada de Iniciação Científica. Manhuaçu, MG, Brasil. https://www.pensaracademico.unifacig.edu.br/index.php/semiariocientifico/article/view/2199
Sousa, F. F., Damasceno, F. S., Monte-mor, D. S., Hartwig, A., & Costa, K. M. (2024). Agressividade fiscal e maturidade da dívida em empresas latino-americanas. CONTABILOMETRIA - Brazilian Journal of Quantitative Methods Applied to Accounting, 11(2), 110-124.
Tranmer, M., Murphy, J., Elliot, M., & Pampaka, M. (2020). Multiple Linear Regression (2nd Ed.). Cathie Marsh Institute Working Paper 2020-01. https://hummedia.manchester.ac.uk/institutes/cmist/archive-publications/working-papers/2020/multiple-linear-regression.pdf
Zarro, I. K. B. de M. (2020). A relação entre a agressividade tributária e o custo de capital de terceiros no Brasil. (Trabalho de Conclusão de Curso). Universidade de Brasília.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Jorge Bispo, Tiago Alves Barbosa, Anderson José Freitas de Cerqueira

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A RCO adota a política de Acesso Livre (Libre Open Access), sob o acordo padrão Creative Commons (CC BY-NC-ND 4.0). O acordo prevê que:
- A submissão de texto autoriza sua publicação e implica compromisso de que o mesmo material não esteja sendo submetido a outro periódico. O original é considerado definitivo;
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attributionque permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com necessário reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre);
- A revista não paga direitos autorais aos autores dos textos publicados;
- O detentor dos direitos autorais da revista, exceto os já acordados no acordo de Libre Open Access (CC BY-NC-ND 4.0), é o Departamento de Contabilidade da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Não são cobradas taxas de submissão ou de publicação.
São aceitos até 4 autores por artigo. Casos excepcionais devidamente justificados poderão ser analisados pelo Comitê Executivo da RCO. São considerados casos excepcionais: projetos multi-institucionais; manuscritos resultantes da colaboração de grupos de pesquisa; ou que envolvam grandes equipes para coleta de evidências, construção de dados primários e experimentos comparados.
É recomendada a ordem de autoria por contribuição, de cada um dos indivíduos listados como autores, especialmente no desenho e planejamento do projeto de pesquisa, na obtenção ou análise e interpretação de dados e redação. Os autores devem declarar as efetivas contribuições de cada autor, preenchendo a carta ao editor, logo no início da submissão, responsabilizando-se pelas informações dadas.
É permitida a troca de autores durante todo o processo de avaliação e, antes da publicação do manuscrito. Os autores devem indicar a composição e ordem final de autoria no documento assinado por todos os envolvidos no aceite para publicação. Caso a composição e ordem de autoria seja diferente da informada anteriormente no sistema, todos autores anteriormente listados deverão se manifestar favoráveis.
No caso de identificação de autoria sem mérito ou contribuição (ghost, guest or gift authorship), a RCO segue o procedimento recomendado pela COPE.