Dos medicamentos aos índios "genéricos": os campos das políticas indigenista e de saúde para os povos indígenas, no Brasil, frente ao censo demográfico de 2000

Autores

  • István van Deursen Varga Universidade Federal do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9044.v4i2p32-45

Palavras-chave:

Política Indigenista, Política de Saúde, SUS(BR), Grupos Minoritários, Garantia de Acesso a Serviços de Saúde, Saúde Pública.

Resumo

O Censo Demográfico de 2000, utilizando-se da auto-identificação para o preenchimento do quesito "cor ou raça", registrou 734.131 índios no Brasil, o que representa um aumento de mais de 100% em relação a todos os censos e estimativas anteriores, tanto de instituições de governo, quanto de organizações não-governamentais, sobre a população indígena no Brasil (muito mais acentuada em certos estados, como São Paulo, que registrou um aumento de 2.939,28%, passando de uma população anteriormente estimada em cerca de 3.000 para a de 63.789 índios). Tanto as instituições governamentais quanto as não-governamentais vêm pautando sua ação indigenista em torno do paradigma dos índios oficialmente "aldeados" (tutelados por Postos Indígenas da Fundação Nacional do índio, a Funai) e vivendo na floresta. Este é uma das principais explicações (juntamente com uma análise dos efeitos das políticas coloniais assimilacionistas aqui praticadas, à diferença das políticas de caráter mais segregacionista, aplicadas nos países de colonização espanhola, por exemplo) para a população indígena desproporcionalmente pequena em nosso país, frente às de outros países latino-americanos, bem menores que o Brasil. Estes dados apontam para a necessidade da adoção de outros referenciais teóricos e metodológicos no campo da política de saúde para os povos indígenas, e mesmo no da política indigenista no país.

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Publicado

19.07.2003

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Varga, I. van D. (2003). Dos medicamentos aos índios "genéricos": os campos das políticas indigenista e de saúde para os povos indígenas, no Brasil, frente ao censo demográfico de 2000. Revista De Direito Sanitário, 4(2), 32-45. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9044.v4i2p32-45