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  • ARA 6 YM˜Ã Curadoria, Argumento, Fricção.
    v. 6 n. 6 (2019)

    Entre argumentos [pesquisa, comunicação, educação, público, sociedade] talvez, se estabeleça o fazer curatorial.

    Entre fricções [coleção, exposição, mediação, gestão, profissão] talvez, se manifeste o curador.

    Aquela função e aquele sujeito, detentores de uma funcionalidade moderna, que desenvolvem projetos relacionados à elaboração de campos teóricos e reflexivos acerca das manifestações artísticas e seus processos.

    O curador (comissário ou conservador) pode atuar em galerias de arte, museus, centros culturais e instituições afins e se define como o responsável pela concepção, ordenação, montagem e supervisão de uma exposição ou da amostragem de acervos e conjuntos artísticos, culturais e documentais. Geralmente considerado especialista, transita entre conceitos de linguagem, arte, história, filosofia e estética.

    Da origem latina, curador [o sujeito: tutor] e curadoria [o substantivo: tutoria técnico-administrativa] fundem-se e se fundamentam na ação de comunicar, conservar e preservar obras artísticas e patrimoniais – materiais e imateriais, entre natureza, homem e cultura.

    Essa consciência funcional e profissional teve seu surgimento em meados do século XX e adquiriu, no breve período de sua existência, significativa presença e relevância para a concepção de exposições.

    Dos argumentos às fricções, o exercício dessa atividade tem por objetivo determinar o conteúdo da exposição, normalmente obtido por meio de agrupamentos e articulações de semelhanças ou diferenças perceptivas ou conceituais que as obras possam revelar. Para isso, geralmente determina-se um conceito ou tema, a partir do qual, funcionando como um fio condutor, elabora-se procedimentos para obtenção de uma unidade – ou, idealmente, a sua ordenação.

    Mais do que cuidar e preservar, a curadoria deve apresentar argumentos e promover as suas fricções entre diferentes artefatos – obras de arte, objetos, documentos e toda sorte de materialidades e tecnologias – e diversificados públicos, em ambientes e espaços sociais.

    A inerente demanda de articulação, vinculada ao curador e à curadoria, requer aguda multidimensionalidade: antevisão e planejamento, seleção e combinação, averiguação de mérito e medição de valor, exposição e mediação, comunicação e educação, arte e cotidianidade, patrimônio!

    Decisões curatoriais exigem escolhas e renúncias, orientadas por concepções (limitadas) e seus recortes (aparentemente ilimitados).

    Assim, a curadoria deveria proporcionar um diálogo tensional entre os artefatos expositivos e os conceitos neles encapsulados, responsabilizando-se por supervisionar a montagem da exposição, sua manutenção, a elaboração de textos de apresentação e divulgação, a fim de propiciar maior visibilidade e proximidade entre as obras e o público.

    A curadoria, em sua concepção, deveria requerer: investimento criativo; inteligência relacional, capacidade de compartilhamento com artistas e público; conhecimentos artísticos, técnicos e culturais; pró-atividade em projetos infraestruturais.

    A curadoria, então, deveria desempenhar um imprescindível papel na produção e na gestão cultural contemporânea, ao configurar: diversidades culturais, diversidades de públicos, diversidade de entendimentos, vozes, formas, pensamentos; intensas relações entre o público e o privado, entre o bem de todos e as novas formas de privatização; distribuição universal dos bens culturais como elementos fundamentais da expansão das práticas e consciências de linguagem; circulação de conhecimentos em arte e da produção simbólica como motor de sustentabilidade e mudanças na cidadania. Tudo para promover díspares visões e possibilitar novas formas de conhecimento – do não-verbal ao verbal.

    No passado clássico, em O Simpósio, Platão declarou que beleza é ordem.

    Seria esse, então, o fundamental empenho da curadoria, no presente?

    Mas, como dar ordem ao contemporâneo pautado pela alucinante geração, circulação e interpretação de dados e, tão agudamente compreendido pelas fenomênicas artísticas contemplativas, interacionistas, interativas? Tudo ao mesmo tempo?

    Ordem seria, então, a ideia de inteligibilidade?

    Seria, desse modo, a tarefa do curador e da curadoria, com seus argumentos, promover fricções! Nos sentidos e nos pensamentos! Dar nova ordem, para nos depararmos com novas e outras belezas?

    REFERÊNCIAS

    Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas – ANPAP. Regimento: Artigo 25º; 2013.

    Conselho Internacional de Museus – ICOM. Conceitos-chave da Museologia; 2013. Fundação Nacional de Arte – FUNARTE. http://www.funarte.gov.br/

  • ARA PYAU 5 Primavera+Verão Configurações: Entre Limites e Indeterminação
    v. 5 n. 5 (2018)

    Revista Semestral do Grupo de Pesquisa Museu/Patrimônio

    Universidade de São Paulo

    Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

    Grupo de Pesquisa Museu/Patrimônio

    Revista ARA

    ISSN 25258354

  • ARA PYAU - Fascículo 1
    v. 17 n. 17 (2024)

    A edição da ARA 17 PYAU, prevista para a primavera e o verão de 2024, tem formato peculiar: será subdividia em dois  fascículos. O fascículo 1 com a publicação do Dossiê GMP e do Caderno Especial em Homenagem à Vida de nosso editor Luiz Recamán, e o  fascículo 2, que será publicada em março de 2025, com os artigos submetidos e aprovados pelos pareceristas.