Sobre os efeitos de um exílio: Jean-François Champollion e o estudo da língua egípcia em Figeac
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1750.revmae.2022.171772Palavras-chave:
Jean-François Champollion, História da egiptologia, História da filologia, Século XIX, Decifração dos hieróglifosResumo
O presente artigo discute as condições de produção dos estudos filológicos sobre a antiga escrita hieroglífica egípcia desenvolvidos por Jean-François Champollion (1790-1832) durante o período em que foi perseguido politicamente e exilado na sua cidade natal, Figeac, logo após a restauração monárquica de 1815 na França. Para tanto, mobiliza-se a documentação epistolar que permite mapear sua produção científica de forma complementar às suas publicações. O principal cerne do trabalho aqui é analisar como, apesar das adversidades político-sociais sofridas por Champollion do ponto de vista científico, esse período foi essencial para o avanço de suas hipóteses teóricas. Em suma, o artigo busca expandir a compreensão sobre as complexidades que envolvem as inovações científicas, dissolvendo uma imagem já consolidada de que a decifração teria sido uma descoberta despropositada e não o resultado de um longo processo de estudo e de construção do conhecimento.
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