O consumo de produtos cerâmicos em Bracara Augusta no século I: memória, tradição e inovação

Autores

  • Diego Machado Universidade do Minho
  • Manuela Martins Universidade do Minho
  • Joana Martins Baptista Universidade do Minho

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2448-1750.revmae.2024.217145

Palavras-chave:

Cultura material, cerâmica, Bracara Augusta, consumo, memória

Resumo

As cerâmicas de Bracara Augusta são usualmente estudadas numa perspetiva histórica e cronológica, na qual o objetivo é compreender a sucessão de produções ou suas contemporaneidades. Essa perspetiva permite o enquadramento dos produtos e fabricos em categorias formais e tecnológicas, ordenadas numa linha temporal. Essa abordagem, embora dominante na investigação arqueológica, é limitada para tratar do ponto de vista interpretativo. Neste trabalho, propomos uma análise desse material a partir de uma perceção do tempo enquanto memória, a partir de Bergson (1999) e Deleuze (1999), no qual o presente e o futuro são dimensões do passado, que é virtual e atualizado constantemente no presente, perspetiva que pode contribuir para uma leitura diferente da diversidade de recipientes que eram consumidos na cidade. 

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Biografia do Autor

  • Diego Machado, Universidade do Minho

    PhD student in Archaeology at the University of Minho, Braga - Portugal (FCT 2020.06565.BD).

  • Manuela Martins, Universidade do Minho

    Emeritus Professor of Archaeology at the University of Minho, Braga – Portugal.

  • Joana Martins Baptista, Universidade do Minho
    Freelance Translator of the Universidade do Minho.

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Publicado

2024-12-30

Como Citar

MACHADO, Diego; MARTINS, Manuela. O consumo de produtos cerâmicos em Bracara Augusta no século I: memória, tradição e inovação. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Brasil, n. 43, p. 17–30, 2024. DOI: 10.11606/issn.2448-1750.revmae.2024.217145. Disponível em: https://revistas.usp.br/revmae/article/view/217145.. Acesso em: 24 jun. 2025.