Contra o prescritivismo, a fluidez da língua

Autores

  • Beatriz Daruj Gil Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.i138p13-26

Palavras-chave:

Prescritivismo, Língua, Escolhas lexicais

Resumo

O prescritivismo nos discursos sobre a língua não é prática recente. A separação entre bons e maus usos linguísticos sempre expôs atitudes discriminatórias em relação às diversas formas do dizer, contrariando princípios da ciência linguística, por meio dos quais se sabe que a língua varia e muda. E que a variação é propriedade imanente de qualquer língua, por meio da qual se revelam as alterações sociais e históricas de determinada comunidade. Tendo como parâmetros fundamentos da sociolinguística, análise do discurso e da lexicologia, o que se propõe a analisar neste texto é o prescritivismo exposto em algumas escolhas lexicais feitas na matéria jornalística “Rede TV!: Lula usa linguagem ultrapassada ao citar ‘índio’ e ‘opção sexual’”, publicada no portal UOL, em 3/2/2023.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Beatriz Daruj Gil, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Professora do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

Referências

ALEIXO, I.; SÁ, C. “Rede TV!: Lula usa linguagem ultrapassada ao citar ‘índio’ e ‘opção sexual’”. Portal UOL. São Paulo, 3/fev./2023. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2023/02/03/redetv-lula-usa-linguagem-ultrapassada-ao-citarindio-e-opcao-sexual.htm. Acesso em: 15/ago./2023.

ANTUNES, I. Território de palavras: estudo do léxico em sala de aula. São Paulo, Parábola Editorial, 2012.

BIDERMAN, M. T. C. Teoria linguística: linguística quantitativa e computacional. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 1978.

BRÉAL, M. Ensaio de semântica. São Paulo/Campinas, Pontes/Educ, 1992.

CAMACHO, R. “Sociolinguística”, in F. Mussalim; A. C. Bentes (orgs.). Introdução à linguística, v. 1. São Paulo, Cortez, 2005.

EMIRI, L.; YANOMAMI, G. “Vida longa ao termo ‘índio’”. Disponível em: https://lorettaemiriegliyanomami.wordpress.com/2022/11/24/vida-longa-ao-termo-indio/. Acesso em: 1º/ago./2023.

FARACO, C. A. “Norma padrão brasileira: desembaraçando alguns nós”, in M. Bagno (org.). Linguística da norma. São Paulo, Loyola, 2002, pp. 37-61.

FRANCO, J.; CASABBLANCA, K. “Linguagem neutra: debate deve ser levado a sério, defende linguista”. Direto na Fonte. Campinas, Unicamp TV, 26/nov./2020.

GALEANO, E. As palavras andantes. Porto Alegre, LP&M, 1994.

GUEDES, B.; BASTOS, R. “Amor de índio”. Disponível em: https://www.letras.mus.br/betoguedes/44530/. Acesso em: 15/ago./2023.

ISA. Menos preconceito, mais índio. 2017. Disponível em: https://campanhas.socioambiental.org/maisindio/. Acesso em: 15/ago./2023.

KAIOWÁ. R. Índio cidadão? Documentário produzido pelo Fundo de Apoio à Cultura da Secretaria de Cultura do Distrito Federal, 2014. Disponível em: https://www.camara.leg.br/tv/432678-indio-cidadao/. Acesso em: 1º/ago./2023.

LEFFA, V. J. (org.). As palavras e sua companhia: o léxico na aprendizagem das línguas. Pelotas, Educat, 2000.

NEVES, M. H. M. Que gramática estudar na escola? Norma e uso na língua portuguesa. São Paulo, Contexto, 2014.

OLIVEIRA JR, I.; MAIO, E. R. “Opção ou orientação sexual? (Des)controvérsias na (des) contextualização da homossexualidade”. Ensino em Revista, v. 23, n. 2. Uberlândia, jul./dez. 2016, pp. 324-44.

SOUZA FILHO, A. de. “A política do conceito: subversiva ou conservadora? – crítica à essencialização do conceito de orientação sexual”. Bagoas, n. 4, 2009, pp. 59-77.

UFMG. “Orientação sexual não é uma escolha, afirma pesquisador da UFMG”. Disponível em: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/orientacao-sexual-nao-e-uma-escolhaafirma-pesquisador-da-ufmg. Acesso em: 1º/ago./2023.

ULLMANN, S. Semântica: uma introdução à ciência do significado. Lisboa, Fundação Calouste

Gulbenkian, 1964.

VELOSO, C. “Um índio”. Disponível em: https://www.letras.mus.br/caetano-veloso/ discografia/bicho-1977/. Acesso em: 15/ago./2023.

VICENTE, E. “Professora e linguista com 70 anos no serviço público vê equívoco em termo ‘linguagem neutra’”. Folha de S. Paulo, 31/mar./2022. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2022/03/professora-e-linguista-com-70-anos-noservico-publico-ve-equivoco-em-termo-linguagem-neutra.shtml Acesso em

/jul./2023.

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 1998.

WISNIK, G. “Espaço em obra”. Jornal da USP, 5/set./2019. Disponível em: https://jornal.usp. br/atualidades/colunista-utiliza-a-cancao-um-indio-para-prever-risco-de-destruicaodas-nacoes-indigenas/. Acesso em: 29/jul./2023.

Downloads

Publicado

2023-11-13

Edição

Seção

Dossiê Linguística da Vida Contemporânea

Como Citar

GIL, Beatriz Daruj. Contra o prescritivismo, a fluidez da língua. Revista USP, São Paulo, Brasil, n. 138, p. 13–26, 2023. DOI: 10.11606/issn.2316-9036.i138p13-26. Disponível em: https://revistas.usp.br/revusp/article/view/218039.. Acesso em: 13 maio. 2024.