Sobrenomes não nascem em árvores

Autores

  • Marcelo Módolo Universidade de São Paulo
  • Guilherme Aragão Cardoso Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.i138p77-89

Palavras-chave:

sobrenomes de cristãos- novos, linguística textual, referenciação, categorização

Resumo

O objetivo deste estudo é oferecer uma explicação linguística para o fenômeno dos sobrenomes de cristãos-novos, evidenciando que o vínculo é arbitrário e que os sobrenomes não projetam sentidos, semanticamente. A partir da seleção de documentos oficiais emitidos pela Igreja Católica que registraram transações financeiras entre católicos e judeus, entre os séculos XII e XV, e de registros inquisitoriais de denúncias contra os cristãos-novos no Brasil do século XVIII, foram analisados os processos de (re)construção e (re)categorização dos referentes nos textos, identificando marcas da (re)categorização incorporadas nos sobrenomes e o desaparecimento dessas em função da instabilidade discursivo-textual.

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Biografia do Autor

  • Marcelo Módolo, Universidade de São Paulo

    Professor do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

  • Guilherme Aragão Cardoso, Universidade de São Paulo

    Aluno de graduação em Letras na FFLCH/USP.

Referências

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Publicado

2023-11-13

Edição

Seção

Dossiê Linguística da Vida Contemporânea

Como Citar

MÓDOLO, Marcelo; CARDOSO, Guilherme Aragão. Sobrenomes não nascem em árvores. Revista USP, São Paulo, Brasil, n. 138, p. 77–89, 2023. DOI: 10.11606/issn.2316-9036.i138p77-89. Disponível em: https://revistas.usp.br/revusp/article/view/218053.. Acesso em: 12 maio. 2024.