Villa-Lobos: um antimodernista na Semana de 22

Autores

  • Eduardo Seincman Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i94p71-82

Palavras-chave:

Semana de Arte Moderna, modernismo, antimodernismo, nacionalismo, identidade, folclore, Villa-Lobos, Bachianas.

Resumo

A “modernista” Semana de 22 contemplou musicalmente um único compositor brasileiro – Villa-Lobos – mas não propiciou acesso a suas obras antimodernistas. Se atentarmos ao fato de que os nacionalismos são inerentes aos modernismos iniciais do século XX, compreenderemos o profundo alcance e o papel dos antimodernistas que, ao pactuarem com o passado, puderam refl etir criticamente o presente. Na realidade, modernistas e antimodernistas estiveram no mesmo palco dos contundentes acontecimentos mundiais do início do século: atribuir-lhes denominações historicamente datadas, como “passadistas” e “vanguardistas”, pouco acrescenta a suas obras. É preciso, pois, repensar a música em sua dimensão estética a fim de perceber que dentre as personas de Villa-Lobos a antimodernista soa como estranha novidade.

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Biografia do Autor

  • Eduardo Seincman, Universidade de São Paulo

    Compositor, professor do Departamento de  Comunicações e Artes da ECA-USP e autor de Do Tempo
    Musical (Via Lettera).

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Publicado

2012-08-30

Como Citar

SEINCMAN, Eduardo. Villa-Lobos: um antimodernista na Semana de 22. Revista USP, São Paulo, Brasil, n. 94, p. 71–82, 2012. DOI: 10.11606/issn.2316-9036.v0i94p71-82. Disponível em: https://revistas.usp.br/revusp/article/view/45109.. Acesso em: 21 dez. 2024.