Fabular é aprender a morrer: As intermitências da morte, de José Saramago

Authors

  • Marcelo Lachat Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i125p37-52

Keywords:

portuguese literature, Saramago, Death with interruptions, philosophy, Montaigne

Abstract

In Death with interruptions, a work by José Saramago first published in 2005, it is narrated a parodic, ironic and allegorical fable, whose main character is death itself, or rather, the “quotidian small death” of people from an unnamed country. This narration begins with the following words: “The next day no one died”. Then, from January 1st of an unknown year, nobody dies in that country anymore. Thus, in order to discuss this fabled story, we propose to develop something that the narrative itself suggests: its relation with Chapter 20, Book I, of Montaigne’s Essays, entitled “That to philosophize is to learn how to die”. Finally, we intend to demonstrate that, in this “untrue story about interruptions of death”, to fabulate is to learn how to die.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

  • Marcelo Lachat, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

    Marcelo Lachat é professor adjunto do Departamento de Letras da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

References

AGUILERA, Fernando Gómez (org.). As palavras de Saramago: catálogo de reflexões pessoais, literárias e políticas. Trad. Rosa Freire d’Aguiar et al. São Paulo, Companhia das Letras, 2010. ARNAUT, Ana Paula. “José Saramago: singularidades de uma morte plural”, in Revista de Letras, série II, n. 5. Vila Real, dez./2006, pp. 107-20.

ARNAUT, Ana Paula. “Novos rumos na ficção de José Saramago: os romances fábula (As intermitências da morte, A viagem do elefante, Caim)”, in Ipotesi, v. 15, n. 1. Juiz de Fora, jan.-jun./2011, pp. 25-37.

BURKE, Peter. Montaigne. Trad. Jaimir Conte. São Paulo, Edições Loyola, 2006.

CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico da língua portuguesa. 4ª ed./4ª reimpressão de acordo com a nova ortografia. Rio de Janeiro, Lexicon, 2013.

HANSEN, João Adolfo. Alegoria – construção e interpretação da metáfora. São Paulo/Campinas, Hedra/Editora da Unicamp, 2006.

HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2009.

HUTCHEON, Linda.Irony’s edge: the theory and politics of irony. London/New York, Routledge, 1995. . Uma teoria da paródia. Trad. Teresa Louro Pérez. Lisboa, Edições 70, 1989.

LAUSBERG, Heinrich. Elementos de retórica literária. Tradução, prefácio e aditamentos de R. M. Rosado Fernandes. 5ª ed. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2004.

LAUSBERG, Heinrich. Manual de retórica literaria: fundamentos de una ciencia de la literatura. Volumen II. Versión española de José Pérez Riesco. 4ª reimpresión. Madrid, Gredos, 2003.

LOPES, Marcos Aparecido. Rosário profano: hermenêutica e dialética em José Saramago. Tese de doutorado em Teoria e História Literária. Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem/Unicamp, 2005.

MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. 12ª ed. revista, ampliada e atualizada. São Paulo, Cultrix, 2013.

MONTAIGNE, Michel de. Essais. Livre premier. Nouvelle édition conforme au texte de l’exemplaire de Bordeaux; avec les additions de l’édition posthume, les principales variantes, une introduction, des notes et un index par Maurice Rat. Paris, Librairie Garnier Frères, 1941.

MONTAIGNE, Michel de. Os ensaios. Livro I. Trad. Rosemary Costhek Abílio. São Paulo, Martins Fontes, 2000.

ORIONE, Eduino José. “A meditatio mortis montaigniana”, in Kriterion, n. 126. Belo Horizonte, dez./2012, pp. 463-81.

PESSOA, Fernando. Livro do desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 2ª ed./4ª reimpressão. São Paulo, Companhia das Letras, 2005.

SARAIVA, F. R. dos Santos. Dicionário latino-português. Belo Horizonte/Rio de Janeiro, Garnier, 2006 [1927].

SARAMAGO, José. As intermitências da morte. 17ª reimpressão. São Paulo, Companhia das Letras, 2016.

SÊNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. Tradução, prefácio e notas de J. A. Segurado e Campos. 5ª ed. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2014.

SÊNECA, Lúcio Aneu. Cartas consolatórias. Trad. Cleonice Furtado de Mendonça van Raij; apresentação de Joaquim Brasil Fontes. Campinas, Pontes, 1992.

SÊNECA, Lúcio Aneu. Sobre a brevidade da vida. Tradução, introdução e notas de William Li (edição bilíngue). São Paulo, Nova Alexandria, 1993.

VAZ, Lúcio. A simulação da morte: versão e aversão em Montaigne. São Paulo/Belo Horizonte, Perspectiva/UFMG, 2011.

Published

2020-07-30

Issue

Section

Dossiê Saramago

How to Cite

LACHAT, Marcelo. Fabular é aprender a morrer: As intermitências da morte, de José Saramago. Revista USP, São Paulo, Brasil, n. 125, p. 37–52, 2020. DOI: 10.11606/issn.2316-9036.v0i125p37-52. Disponível em: https://revistas.usp.br/revusp/article/view/173056.. Acesso em: 6 jul. 2024.