Os limites do turismo ou o turismo como tragédia e farsa: uma análise da série Turismo Macabro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v33i2p404-412

Palavras-chave:

David Farrier, Documentários turísticos, Tragédia e farsa, Turismo, Turismo Macabro

Resumo

O turismo foi historicamente tratado e empregado com um fim econômico, produzindo uma prática turística economicista e de massas, que mercantilizou a natureza, a paisagem e o ambiente, trazendo conflitos territoriais e mudanças culturais. O chamado Dark tourism é uma modalidade que está em crescimento e evidência, sendo recentemente colocada em pauta devido à série Dark Tourist (Netflix, 2018), em que o apresentador visita, sob uma perspectiva de turista, diversos tipos de fenômenos tidos como exóticos. Pretende-se nestas páginas fazer uma breve leitura crítica da série documental, centrada na relação do protagonista com os lugares visitados, em que as práticas e os fenômenos representados na série são vistos como reprodução das contradições do capital, materializadas em ações que consomem paisagens e ambientes, revisa falsamente a história e estereotipa a imagem do outro, mas que, se tratada de outra maneira, possui um potencial pedagógico.

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Biografia do Autor

  • Dorival Bonfá Neto, Universidade de São Paulo

    Doutor em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina da Universidade de São Paulo e em Geografia pela Universidad Nacional de Colombia.

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Publicado

2023-10-10

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Como Citar

BONFÁ NETO, Dorival. Os limites do turismo ou o turismo como tragédia e farsa: uma análise da série Turismo Macabro. Revista Turismo em Análise, São Paulo, Brasil, v. 33, n. 2, p. 404–412, 2023. DOI: 10.11606/issn.1984-4867.v33i2p404-412. Disponível em: https://revistas.usp.br/rta/article/view/205817.. Acesso em: 27 abr. 2024.