Devorando Artaud 25 anos de “Pra dar um fim no juízo de Deus”, do Teat(r)o Oficina
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v20i2p171-184Palabras clave:
Susan Sontag, Teatro oficina, Teatro da crueldade, Pra dar um fim no juízo de DeusResumen
Em 4 de novembro de 1996, por ocasião dos 100 anos do nascimento de Antonin Artaud, a Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona realizou uma “leitura dramática”, no Museu de Arte de São Paulo (MASP), de sua peça radiofônica Pra dar um fim no juízo de Deus. A encenação de José Celso se tornaria um dos marcos da pulsão performativa do grupo – principalmente ao recorrer em cena a materiais como sangue, esperma e fezes. O presente artigo celebra os 25 anos dessa montagem, memorando um ensaio emblemático da escritora norte-americana Susan Sontag sobre a vida e a obra do poeta francês. Escrito em 1973, Abordando Artaud desfaz a vulgata de um entusiasta do corpo, ressaltando a face gnóstica e “heroica” do idealizador do Teatro da Crueldade. No Oficina, no entanto, Artaud será sempre iluminado pelas lições de Oswald de Andrade, pelos lemas da contracultura e pelas manifestações performáticas da cultura brasileira – carnaval, samba e candomblé.
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