Um calafrio anda pelo meu corpo

Mário Peixoto na Inglaterra

Autores/as

  • Denilson Lopes Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2019.152046

Palabras clave:

Mário Peixoto, diário, foto, queer

Resumen

Antes da realizar Limite (1931), seu único filme, Mário Peixoto vai para a Inglaterra (192-/1927), onde escreve um diário até hoje inédito em formato de livro. Pretendi apresentar esse material pouco conhecido junto com fotos dessa viagem. O diário revela não só um artista em formação, mas ao escrever em inglês e longe de sua família, traduz uma sensibilidade marcada por uma constante encenação de si, por uma melancolia existencial e a sensação de não pertencimento. Uma questão que me chamou atenção é como a leitura desse diário pode ser repensada por uma experiência queer ainda muito silenciada no debate sobre o Modernismo no Brasil.

 

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Biografía del autor/a

  • Denilson Lopes, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    É professor associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Autor de Afetos, Relações e Encontros com Filmes Brasileiros Contemporâneos (2016) e co-autor, com André Antonio Barbosa, Pedro Pinheiro Neves e Ricardo Duarte Filho, de Inúteis, Frívolos e Distantes: em busca dos dândis (a ser lançado). No momento, está desenvolvendo a pesquisa “Dândis, Decadentes e Modernos”, em que procura estudar uma genealogia que vai de Mário Peixoto Otávio de Faria e Lucio Cardoso até alguns filmes do Cinema Novo, em que procura estabelecer um “outro Modernismo” (Paulo Venâncio), diferente tanto da linhagem antropofágico-tropicalista quanto das versões regionalistas. Atualmente recebe bolsa de Professor Visitante no Exterior pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para desenvolver pesquisa junto à Columbia University.

Referencias

ASSANO, G. “‘Teatro Moderno’ e o Teatro de Brinquedo de Álvaro Moreyra”. Terra Roxa e Outras Terras: Revista de Estudos Literários, Londrina, v. 24, p. 81-91, dez. 2012.
BARTHES, R. “Deliberação”. In: O rumor da Língua. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004. p. 445-462.
CARDOSO, L. Crônica da casa assassinada. Rio de Janeiro: Letras e Artes, 1963.
CASTRO, E. Jogos de armar: a vida do solitário Mário Peixoto. São Paulo: Lacerda, 2000.
COUTO, J. G. “Os dias ingleses: um gênio em formação”. Folha de S.Paulo, São Paulo, ano 78, n. 25.274, 14 jun. 1998. Mais, p. 4.
FREYRE, G. Tempo morto e outros tempos. 2. ed. São Paulo: Global, 2006.
GIORDANO, A. A senha dos solitários: diários de escritores. 2. ed. Rio de Janeiro: Papéis Selvagens, 2017.
GUMBRECHT, H. U. 1926: living at the edge of time. Cambridge: Harvard University Press, 1997.
HOVEY, J. A thousand words: portraiture, style and queer modernism. Columbus: Ohio State University Press, 2006.
KAMZELPSKI, A. “Diário e memória”. In: Em torno da memória: conceitos e relações. In: PALMERO GONZÁLEZ, E.; COSER, S. (orgs.). Porto Alegre: Letra1, 2017. p. 105-115.
MELLO, S. P. Limite. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.
MELLO, S. P. “Os disfarces de um dândi”. Folha de S.Paulo, São Paulo, ano 78, n. 25.274, 14 jun. 1998. Mais, p. 6-7. Disponível em: https://bit.ly/2JH9Bfj. Acesso em: 27 mar. 2019.
MICELI, S. Intelectuais e classe dirigente no Brasil (1920-1945). Rio de Janeiro: Difel, 1979.
PALLARES-BURKE, M. L. G. Gilberto Freyre: um vitoriano dos trópicos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.
PEIXOTO, M. Cadernos verdes. Rio de Janeiro: Arquivo Mário Peixoto, s.d. Manuscritos.
PEIXOTO, M. Diário da Inglaterra. Rio de Janeiro: Arquivo Mário Peixoto, s.d. Manuscritos.
PEIXOTO, M. O inútil de cada um. Rio de Janeiro: Record, 1984.
PESSOA, T. C. O Império da escravidão: o complexo breves no vale do café, c.1850-c.1888. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2018.
SANTIAGO, S. “Vale quanto pesa (a ficção brasileira modernista)”. In: SANTIAGO, S. Vale quanto pesa. São Paulo: Paz e Terra, 1982. p. 161-174.
SANTOS, C. Polêmica e controvérsia em Lúcio Cardoso. Campinas: Mercado de Letras, 2001.
SEDGWICK, E. K. Touching feeling: affect, pedagogy, performativity. Durham: Duke University Press, 2003.
SINFIELD, A. The Wilde Century: Effeminacy, Oscar Wilde and the Queer Moment. New York: Columbia University Press, 1994.

Publicado

2019-07-01

Cómo citar

Lopes, D. (2019). Um calafrio anda pelo meu corpo: Mário Peixoto na Inglaterra. Significação: Revista De Cultura Audiovisual, 46(52). https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2019.152046