Tudo é #publi? A Dimensão Sutil e Complexa da Publicidade do Cotidiano.
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-5057.v16i2e232454Palavras-chave:
Publicidade do cotidiano, Publicidade de rotina, Consumo, Influência digital, ProssumerismoResumo
A ascensão da cultura participativa e do prossumerismo digital transformou as dinâmicas do marketing e da comunicação no século XXI. Os sites de redes sociais modificaram as formas de comunicar, comprar e se perceber, levando um número crescente de pessoas a querer ver e ser visto. Nessa perspectiva, sites de redes sociais como Instagram e TikTok se configuram como “diários panópticos” e atraem milhões de pessoas no mundo inteiro, sendo plataformas de grande relevância social e econômica no Capitalismo de Vigilância. Nesse, os amadores se utilizam de estratégias de visibilidade para compartilhar o dia a dia nas redes sociais digitais e fortalecer sua influência perante suas audiências. Nessa configuração, pessoas “comuns” se tornam comunicadoras e atingem milhares de seguidores, como fazem as celebridades, podendo, inclusive, vir a se tornar uma delas. Essas transformações socioculturais impulsionam mudanças significativas no “fazer publicidade” e no que passa a ser considerado, de fato, uma publicidade, fazendo-nos questionar, por exemplo, se o compartilhamento de fragmentos do nosso cotidiano pode ser considerado uma forma de publicidade. Esta pesquisa qualitativa busca problematizar o transbordamento do fazer publicitário numa publicidade cotidiana, porosa, imbricada com a rotina dos sujeitos, profundamente implicados em novas lógicas mercadológicas e comunicacionais, no que podemos nomear como Publicidade do Cotidiano ou Publicidade de Rotina.
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