Henriqueta Chamberlain: a tradução de Inocência (1946) e suas experiências no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v43p107-130Palavras-chave:
Estudos da Tradução; Estudos do Tradutor; Literatura Brasileira nos EUA; Henriqueta ChamberlainResumo
A tradução de Inocência (1946), de Visconde de Taunay, para o inglês, assim como a tradução de outras obras brasileiras, foi ganhando espaço nas livrarias estadunidenses na década de 1940 com o subsídio do Departamento de Estado dos Estados Unidos para o Office of the Coordinator of Interamerican Affairs (OCIAA), agência criada com a missão de estreitar as relações interamericanas. Os projetos do OCIAA visavam traduzir as obras latino-americanas e apresentar de forma didática a cultura dos vizinhos americanos para o público estadunidense. Artigos e críticas sobre os romances brasileiros circularam em jornais e revistas especializadas à época e destacaram a necessidade de conhecer melhor os escritores latino-americanos e sua produção literária. No entanto, até hoje, pouco ou nada se sabe sobre os tradutores e tradutoras que realizaram o trabalho de tornar esses romances acessíveis ao público de língua inglesa. O objetivo deste artigo é apresentar o cotejo de Inocência, de Visconde de Taunay (1872), e sua tradução com o título homônimo Inocência, feita por Henriqueta Chamberlain (1946), analisando as escolhas feitas pela tradutora para que o romance fosse acomodado ao projeto pedagógico do OCIAA e ao sistema literário receptor estadunidense. Concomitantemente, para destacar o trabalho da tradutora, faremos a recomposição de parte de sua biografia, pois sua história e vivência no Brasil foram fatores fundamentais em seu trabalho. Demonstraremos como seu conhecimento dos aspectos culturais brasileiros contribuiu para que eles fossem incorporados ao texto traduzido proporcionando maior acessibilidade aos leitores de língua inglesa.
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