Pedagogia, tutela e a insondável beleza do corpo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/va.i43.197167

Palavras-chave:

naturalismo, erotismo, representação

Resumo

O artigo busca delinear como a trama naturalista de Bom crioulo, romance escrito por Adolfo Caminha em 1895, desestabiliza aspectos do cientificismo e da objetividade da escola literária a que supostamente se filia. Na representação do triângulo amoroso entre os personagens Amaro, D. Carolina e Aleixo, vemos a presença de elementos fortemente figurativos, que revelam não apenas o desejo de tutela e as projeções dos dois primeiros sobre o jovem Aleixo, mas principalmente o caráter profundamente imaginário e insondável da beleza deste jovem.

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Biografia do Autor

  • Renan Ji, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Doutor em Estudos de Literatura (Universidade Federal Fluminense)

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Publicado

2023-04-28

Edição

Seção

Dossiê 43: Sexo e sensibilidades eróticas na literatura luso-brasileira de Oitoc

Como Citar

JI, Renan. Pedagogia, tutela e a insondável beleza do corpo. Via Atlântica, São Paulo, v. 24, n. 1, p. 299–327, 2023. DOI: 10.11606/va.i43.197167. Disponível em: https://revistas.usp.br/viaatlantica/article/view/197167.. Acesso em: 30 abr. 2024.