Desenhando e apagando América nas textualidades da antropofagia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/va.i1.198979

Palavras-chave:

antropofagia, alegoria da América, mulher nua

Resumo

Este artigo parte do momento em que, a través de navegações europeias, se fixaram textual e visualmente as fronteiras imaginárias e reais do que seria considerado Brasil, para identificar como uma imagem específica — a mulher nua — se tornou índice do povo brasileiro. Retomo o ritual antropofágico como textualidade estruturadora desta configuração inicial, apontando que a ênfases dada a esta expressão cultural aparecerá na iconografia desde o século XVI e o conteúdo destas narrativas visuais fixará uma imagem em especial: A antropofagia como valor diferenciador dos brasileiros.

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Biografia do Autor

  • Maria Cândida Ferreira de Almeida, Universidad de los Andes
    Doutora em Estudos Literários da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).    

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Publicado

2024-04-30

Edição

Seção

Dossiê 44: Colonialismo/orientalismo: figuras e figurações do Império em narrati

Como Citar

ALMEIDA, Maria Cândida Ferreira de. Desenhando e apagando América nas textualidades da antropofagia. Via Atlântica, São Paulo, v. 25, n. 1, p. 736–765, 2024. DOI: 10.11606/va.i1.198979. Disponível em: https://revistas.usp.br/viaatlantica/article/view/198979.. Acesso em: 15 maio. 2024.